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Ela diz que eu sou o único (um para encontrar alguma coisa)
Ela está puxando uma arma
Diz agora que estamos nos divertindo
Me dê todo seu amor, nunca vou me cansar
Eu nunca vou conseguir o suficiente
Violence — The Unlikely Candidates

Nicoletta

Nunca fui uma pessoa favorável ao desperdício. Acho que, as coisas devem ser feitas de modo a fomentar parcimônia e o bom uso dos materiais ao seu dispor.

— Nossa, pega leve, pequena esposa — Francesco pede — Esse papel não tem culpa de nada.

Confesso que naquele momento, eu estava cagando para os meus princípios e focando toda a minha raiva naquele rascunho de documento.

— Seu irmão não existe! O que custa ser menos cabeça dura? — digo, ao mesmo tempo em que passo a usar a caneca como arma de tortura à folha — Por que ele se recusa a me escutar? — Largo o objeto cortante quando terminei de fazer os buracos,começando a utilizar as minhas mãos para mostrar as minhas frustrações — Às vezes eu tenho vontade de esmagar a cara dele no asfalto. Outras vezes eu queria simplesmente jogar ácido nele.

— Acho que todos no andar já entenderam o quanto você deseja que o corpo de Matteo encontre a ponta de uma faca.

Ah, claro! O grande pequeno detalhe é que estamos na Coppola SA e, eu estava ignorando o fato de que haviam outras pessoas por perto que certamente estavam escutando minha explosão.

— Eu juro, Francesco, — continuo, ignorando qualquer pingo de senso que tenho em meu corpo — que seu irmão um dia seu irmão vai acordar flutuando no meio do Rio Mississipi.

— Não que eu não esteja adorando essa destilação de ódio ao Matteo, mas até agora você não disso o por que disso tudo. O que meu irmão fez que te deixou assim?

— Ele simplesmente está ignorando meus pedidos de quem deveria ser o meu guarda-costas.

— Quem você deseja que seja?

— Frederico Bordieri.

— O garoto de Dallas?

— Nós crescemos juntos como irmãos! Não tem absolutamente ninguém que eu confie mais do que esse homem.

— Talvez seja isso que esteja fazendo Matteo ignorar seus pedidos.

— O que?

— Ciúmes, Nicoletta.

Aquela constatação é tão fora da realidade que até tenho uma crise de risos.

— Estamos falando de quem? Matteo só tem ciúmes da própria sombra.

Francesco apoia o braço na minha mesa, ao mesmo tempo em que balança a cabeça.

— Nikki...

Ergo o dedo indicador, mostrando que não terminei.

— E como se não bastasse, ele ainda aparece em uma revista de fofocas, tomando cafezinho com a ex dele. Como é que eu fico nessa situação? Presa em casa, esperando ele voltar para me liberar da prisão, enquanto ele dá voltinhas por aí com outras mulheres?

— Nikki você não estava realmente presa — Francesco começa — Era só ter me falado que eu a levava...

— Se você continuar protegendo o seu irmão, eu juro que vou te decapitar com essa caneta! — brando.

O lutador ergue os braços, como se fosse refém de uma louca ameaçando castrá-lo.

Bom, era quase isso que estava acontecendo.

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