1.8; Está acontecendo - Luke

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Eu sei que eu costumo postar todos os dias, mas é que a fanfic ta bem no finalzinho e eu queria que durasse até a próxima semana, mas acho que não vai dá porque falta somente mais 2 capítulos e um extra, mas enfim, muito obrigada por todos os comentários, votos e views, não preciso nem dizer que amo vocês porque vocês já sabem <3 boa leitura

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1.8

- Sr. Hemmings? Uhn, Sr. Hemmings?

Levanto o olhar e vejo quatro fileiras de alunos me fitando embasbacados e o Sr. Meyer, ligeiramente agitado, encarando-me com motivação.

Não faço a mínima ideia de qual foi a questão, então dou uma rápida olhada na lousa e percebo o que foi perguntado;

- o-os embriões. - balbucio, grato por conseguir me lembrar.

- Muito bom. Sinta-se livre para se desligar de novo. - Diz Sr. Meyer se esforçando mais do que devia para parecer legal.

Se depender dos outros alunos ele nunca vai conseguir.

Apesar de me empenhar para tentar lembrar o que fiz ontem à noite eu não faço a menor ideia. Mas, nesse momento, caminhando de mãos dadas com meu temlupado pelos corredores do colégio em uma manhã fria, eu consigo me sentir bem.

Está acontecendo.

- Por que você tem calos nos dedos? - Pergunto observando sua mão.

- Porque eu toco violão. - responde.

- Você toca?

- Sim, Luke, eu toquei ontem de noite pra você. - Sua voz é suave e estranhamente relaxante. - O que ta acontecendo?

Michael me olha com preocupação e se eu fosse ele eu também me olharia assim, porque ultimamente ando esquecendo todas as coisas.

Dou de ombro e não o respondo.

- Pobre Ashton. - murmura Michael abrindo seu armário. 5247 é a senha.

- O que aconteceu com ele? - pergunto, apoiando meu corpo no armário vizinho.

Ele franze a sobrancelha enquanto me olha, então imagino que ele vá me dizer que já me contou, mas ele ignora o fato da minha memória está desgastada.

- O pai de Ashton o pegou se agarrando com um menino no baile.

- Por isso que ele não vem mais para o colégio?

Tem uma menina parada na minha frente, ela segura uma mochila florida. Olho para ela por um estante, não entendo porque ela parece bufar com raiva.

- Licença. - Diz, apontando para o armário em que estou escorado.

- Ah, desculpe. - Falo, percebendo a mancada e saindo do meio de sua passagem.

Caminho para o outro lado de Michael.

- Parece que ele vai mudar de escola. - Ele continua. - Uma militar talvez. Não tenho certeza.

Muito provavelmente algo vai dar errado na sua vida, isso é fato. Talvez não seja algo tão trágico como ter um câncer, mas algumas besteiras que podem mudar seu rumo, como; Ashton que foi descoberto por seu pai por ser gay - ou bi- e agora está indo para uma escola militar. Michael que foi abandonado pelo pai e virou alguém completamente revoltado. E Calum... Bem, ele é corno, todos sabemos.

Eu e Michael caminhamos para fora do colégio. Esses dias Ed não tem vindo me buscar. Eu gosto de andar com Michael porque nós contamos piadas que ninguém mais riria além de nós mesmos e também cantarolamos várias músicas pelo caminho, sem contar que eu adoro o barulho dos nossos pés pisando na neve.

Eu estou contando uma das minhas melhores piadas e Michael reclama dizendo que eu contei a mesma quatro vezes nessa semana, mas eu não me lembro disso e enquanto eu me esforço para lembrar toda a minha vista escurece...

(...)

Abro meus olhos, mas logo os fechos novamente me assustando com a claridade e com os aparelhos bipando. Os abro de novo, mas não consigo ver muita coisa, está tudo embaçado, minha cabeça lateja, meus ouvidos zombem e meu corpo treme.

- Luke? - Escuto uma voz grossa e me esforço para enxergar o homem em minha frente. Dr. Jacobsen. Não preciso ler seu crachá, até porque não consigo, mas eu o reconheço.

- Minha cabeça está explodindo. - Falo.

- Eu sei, mas ficará tudo bem. Apenas descanse.

Olho para baixo, não estou com minhas roupas, estou com aquela infeliz camisola de hospital e odeio quando isso acontece. Eles provavelmente me viram seminu e eu não me lembro. Também não estou usando meu piercing. Meus braços e pulsos cheios de fios, isso é tão constante que nem sinto mais dor quando enfiam as agulhas nas minhas veias.

Estou com um novo curativo em baixo do braço direito, onde fica meu disco de acesso para tratamentos médicos. Quero explicação, estou cheio de perguntas, mas tão cansado.

Dr. Jacobsen não está mais na sala, agora quem está é uma enfermeira, acredito que ela me explique algo.

- Oi Luke, eu sou Riley, sua enfermeira. - Agradeço por conseguir ver normalmente o seu rosto claro e seus cabelos ruivos. Nada mais embaçado.

- Oi Riley, minha enfermeira. - Já perdi a conta de quantas enfermeiras eu tenho e não sei se me lembrarei do nome dela depois.

- Um garoto de cabelos verdes não saiu da sala de espera. - Diz ela, então percebo que estou na UTI. Quando você está na UTI não é permitido visita 24 horas no dia, isso explica o fato de minha mãe não está aqui agora enchendo os médicos de perguntas.

- Ele é bem legal. - Digo.

- Está ficando cansado? - Ela pergunta, tirando o olhar de sua prancheta.

Eu assinto com a cabeça, afirmando.

- É normal que durante esse tempo você esqueça as coisas, tenha alucinações, durma mais do que deve...

Minha vista começa a cansar.

- Como são as alucinações? - pergunto com a voz quase morta.

- As maiorias são belas, dependendo de como você está, depende do que você costuma pensar... Você pode começar a confundir a realidade com a imaginação, por isso é importante que tenha alguém do seu lado sempre.

- Quando acontecer... Vai doer?

- Não, querido, não vai doer, vai ser rápido.

WANTED NOT TO LOVE [Muke]Onde histórias criam vida. Descubra agora