0.4; Bolhas - Luke.

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Hey, quero agradecer aos votos e comentários, posso n responder todos, mas eu os leios e fico rindo sozinha deles haha, vcs são demais! Muito obrigada pelos elogios e façam uma boa leitura! bjss

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0.4

- Espera! - Sua voz soa um pouco roca demais.

Eu sorrio de forma vitoriosa e jogo o suéter para ele que o veste por cima de sua camisa chamativa e hilária.

Ele limpa sua garganta para dizer um simples

- Obrigado

- De nada, cabelo colorido - Respondo.

- Não me chame assim - Diz ele, baixinho.

- Eu tentarei... Michael!

O cabelo colorido dá um sorriso triste, e seus olhos verdes param de me encarar focando em suas mãos cobertas pelo meu suéter. Meu estômago dá uma cambalhota, e de repente fico muito sem jeito. Desconfortável, transfiro o peso de um pé para o outro.

A mão de alguém pausa sobre meu ombro direito, meu rosto se contrai, não porque a mão me segura com força, mas porque meu corpo ainda se encontra dolorido do câncer.

- Ai - Digo, virando-me para encarar a pessoa que me segura.

Calum recua o braço como se tivesse furado-se em um espinho.

- Não quis lhe machucar

- Não é culpa sua - Digo esfregando o ombro. - Eu cai... Considero-me desastrado!

Calum rir e olha para Michael que nos fita de cara fechada e braços cruzados mantendo uma distância.

- O que foi?! - Calum pergunta.

- Obrigado pela ajuda - Michael fala aproximando alguns passos.

- Que ajuda?

- Aquela que você não deu porque foi atrás de Liza!

- Ah... Desc- - Calum para de falar e passa a mão pelo braço de Michael coberto pelo meu suéter azul claro. - Mas acho que você já resolveu seu problema.

O cabelo colorido permite que seus olhos verdes se encontrem com os meus e fala;

- Sim, resolvi

Depois de passar exatos 47 minutos em pé, com um vento frio sendo soprado em meu rosto e rodeado de pessoas sem transmitir calor algum... A simulação de incêndio acaba e nós, alunos do 2° ano somos obrigados a ir para biblioteca já que o horário no mural informa que o período de estudos é igual para todos.

Sinto a presença de alguém na mesa em que estou sentado quando me preparo para pegar o livro de anatomia de minha mochila. Eu não terminei o dever de casa ontem, portanto, preciso fazê-lo no período de estudos.

Levanto meu olhar e vejo Ashton sentar na cadeira em minha frente com seu sorriso contagioso.

- Oi! - Ele diz enquanto coloco meu livro sobre a mesa.

- Oi - Respondo. Confesso que não esperava por isso, Ashton é o tipo de cara popular que tem muitos amigos e para ele se sentar perto de mim algo deve ta errado. - Posso lhe ajudar com algo?

- Olha Luke, sei que você é novo aqui, mas você é o tipo de cara atraente - Franzo o cenho.

- Oi?

- Você atrai as garotas! E gostaria que andasse comigo.

- Ah - Digo. Tento pensar em uma resposta, mas não vejo nada bom o suficiente para ser dito e nem preciso porque com sorte Calum se senta na cadeira a minha direita interrompendo nossa estranha conversa.

- Eai Caras! - Calum diz. Ashton solta um pequeno suspiro e murmura algo que não consigo ouvir, mas percebo quando Calum sorrir de canto, também percebo quando o garoto de cabelo verde entra na biblioteca sendo o centro dos olhares.

- Parece que as pessoas ainda não se acostumaram com a cor de meu cabelo! - Michael diz sentando a minha esquerda. Ele tira um caderno de sua mochila, coloca sobre a mesa, me encara e depois volta o olhar para Calum. - Vai ficar grudado nele agora?

- Você podia deixar de ser criança pelo menos uma vez, não é? - Calum se apoia com os braços na mesa aproximando o rosto do cabelo colorido, digo, Michael.

Michael faz o mesmo de cara emburrada e ambos deixam um clima tenso no espaço enquanto se fitam com raiva.

Ashton tira de sua mochila uma garrafa plástica de água e a coloca no meio da mesa separando os dois. Todos a encaramos por um minuto, então Ashton diz;

- Bolhas. Elas sobem, sobem, sobem. E então... Elas desaparecem.

- O que isso significa? - Calum pergunta.

Ashton dá de ombros.

Eu permaneço a encarar a garrafa de água por mais algum tempo enquanto a fala de Ashton soa em minha mente.

- Isso é incrível! - Digo talvez alto o bastante para que a senhora que coordena a biblioteca levante seu dedo até a boca e peça por silêncio, então recomeço com a voz mais baixa. - Isso é como nossa vida, nós estamos sempre crescendo e crescendo... Evoluindo! Mas chegaremos a um ponto alto o bastante em que vamos desaparecer.

Os olhos dos meninos se concentram em mim e Michael é o primeiro a dizer algo;

- Que bobagem!

- Eu ainda não entendi nada - Calum admite - É isso que quer dizer? - Ele olha para Ashton.

Ashton descansa o corpo na cadeira, coloca os pés sobre a mesa -ao lado da garrafa- e se permite falar;

- Na verdade isso foi só algo que ouvi de um amigo chapado.

Michael e Calum reviram os olhos e eu rio.
A mesma senhora que antes havia me pedido silêncio, se encontra atrás de Ashton apertando sua orelha enquanto sussurra alto em seu ouvido, de forma que consigo ouvir sua voz desgastada.

- Você não está em casa rapazinho, e se não quiser ir para a mesma como suspensão é bom que tire esses pés da mesa!

(...)

São 2h49

Meu coração está disparado. Estou suando, bebendo água sem parar e me sentindo impotente.

Acendo o abajur ao lado de minha cama, pego aquele maldito frasco de plástico e engulo dois de seus comprimidos.

Depois, de alguma forma, por incrível que pareça, consigo me forçar a dormir.

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a frase que o Ashton diz das bolhas é fala de um personagem da série skins (minha favorita)

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WANTED NOT TO LOVE [Muke]Onde histórias criam vida. Descubra agora