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Eu não ia postar esse capítulo hoje, mas vocês foram tão legais falando comigo no twitter e comentando que não aguentei, ah, eu criei uma one shot larry "It was a Pleasure" se vocês puderem dá uma olhadinha, votarem e comentarem eu ficaria muito feliz, vejam lá no meu perfil, por favor. Enfim, amo vocês!
Ps. A garotinha da foto é como imagino Judie, só que com olhos verdes. (inventem que nessa foto o Michael ta de cabelo verde tbm rere)
bjss e boa leitura ❤
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1.1
- Vamos Judie, por favor, fale "mãe"– Eu peço pela milésima vez.
Ela me encara, mas não diz absolutamente NADA!
- Se você não quer dizer mãe, então diga "peido" – Eu meio que imploro para ela, mas como recompensa ela solta um pequeno grito e me taca um gato de pelúcia. – Apenas diga algo!
Escuto a porta da casa destrancar e Karen entra com algumas sacolas de mercado penduradas em seus braços.
- Conseguiu alguma coisa com Judie? – Ela questiona colocando as sacolas na mesa.
- Não. – Digo ainda observando Judie brincar – Não é normal uma criança de quatro anos não falar, a não ser que ela fosse muda o que não é o caso.
- Eu sei... – Karen se senta de frente para a pequena mesa redonda que agora está ocupada com várias sacolas de algum mercado barato. – Mas não temos o que fazer, não tenho dinheiro para pagar um médico pra ela.
- Você acha que ela tem algum trauma?
- Trauma de que, Michael?
- Você sabe... Do nosso "pai" – Faço aspas com os dedos e depois tiro alguns fios de cabelo molhado que caem em meu rosto.
- Ela era muito pequena...
- O que tem haver?! Quando eu era pequeno, ele já batia na gente e eu não esqueci.
- Não vamos falar nisso, tudo bem?
- Se você tivesse...
- MICHAEL! – Ela corta minha fala com um grito e se levanta da mesa. – Não vamos falar nisso, por favor!
- Você não pode fugir pra sempre e...
- SAI DAQUI! – Ela grita.
- Sair pra onde? – Me levanto do chão da sala.
- Não sei, vá passear, chame Calum, apenas me deixe descansar... – Ela segura a mão de Judie e caminha para as escadas. – Diferente de você, de noite eu trabalho.
Ela sobe e eu fico alguns segundos encarando o nada até resolver mandar uma mensagem para Calum perguntando onde ele está, o que demora longos 3 minutos para ele me responder;
Calum cuzão: sHOPPING
Não gosto de shopping, não gosto de pessoas e lá o que mais se tem são pessoas, mas mesmo assim eu vou -já que não é tão longe de minha casa- e resolvo esperar Calum do lado de fora comendo cachorro quente.
- Por que não entrou? – Ele pergunta se sentando ao meu lado.
- Você sabe. – Respondo
Nós ficamos em silêncio e eu abaixo minha cabeça mantendo os olhos fechados porque eu realmente estou frustrado.
Escuto passos se aproximando, então tento me acalmar e abro os olhos vendo duas pernas de cor dourada, o que imagino que tenha sido obra de um bronzeamento artificial, levanto o olhar e Liza está passando batom, mas a única coisa que se passa em minha mente é de como ela consegue usar uma mini saia nesse frio?
- Você ta um pouco atrasada, não acha? – Calum reclama se levantando.
- Desculpe – Ela pede, mas não parece se importar. – Tive uns problemas, vamos?
- Pra onde vocês vão? – Pergunto.
- Ver um filme.
- Que filme? – Pergunto novamente.
- Agora que ela se atrasou, eu não sei mais.
- Posso ir com vocês?
- Não! – Os dois respondem
- Ah, fala sério! Eu sento longe, juro.
Tiro o olhar de Liza e Calum para focar em Luke que sai do shopping, ele acena e eu aceno de volta, ele vem em nossa direção, mas logo se arrepende e resolve dar a volta, então eu o chamo;
- Luke!
Ele fica um tempo parado de costas para mim, mas logo se vira dando passos para onde estamos.
- Oi. – Ele diz.
Luke olha para Calum, mas o moreno não o olha de volta, ele abaixa o olhar e coloca o braço em volta do pescoço de Liza.
- Então nós vamos indo...
- Não quer ficar mais um tempo e conversar com Luke? – Questiona Liza, mas Calum não diz nada a não ser andar de volta pra o shopping com ela e Luke sugere que nós façamos uma caminhada sem rumo, o que eu acho que parece ser bom.
Ele não diz nada por um tempo, apenas anda. Minha mão está para baixo, perto da dele, elas esbarram, mas as luvas que usamos impedem um contato maior.
- Você já teve vontade de contar algo para alguém, mas não conta para protegê-la? – Ele fala, assim do nada.
- Hm... – Penso por um tempo porque eu vejo essas coisas direto em programas de TV, mas nunca aconteceu comigo, talvez com minha mãe, mas não comigo. – Não. – Respondo, por fim.
Nós paramos de frente para uma casa que possui dois balanços em seu quintal e como quem não quer nada, Luke entra e se senta em um dos balanços que por sorte são para crianças grandes, então isso evita que a estrutura de metal se curve ou algo do tipo.
- Essa casa é sua? – Pergunto.
- Não – Ele me responde como se isso fosse normal.
Eu o encaro da forma mais duvidosa possível ainda em pé, mas Luke aponta para o balanço ao lado do dele;
- Não vai sentar?
O balanço é bastante triste, tanto quanto os balanços costumam ser, mas sem hesitar, eu sento ao seu lado.
Já fazem uns dez anos em que não me sento em um desses e eu não sentei agora apenas porque Luke me pediu, mas porque ele não está sorrindo o que é bastante estranho.
Luke se vira olhando para mim sem expressão e eu faço o mesmo colocando os pés no chão, evitando que a corrente me desvire.
Ele continua me encarando o que é difícil para mim porque seu rosto está bem próximo e seus olhos... Minha nossa! Ninguém jamais deve saber como é ter esses olhos azuis tão próximos de você e eu tenho muita sorte em saber.
Luke abre sua boca como se fosse dizer algo, mas desiste e a única coisa que sai de dentro dela é uma minúscula nuvem de ar gelado, como aquelas que saem quando você fuma um cigarro ou qualquer outra coisa.
- O que você quer dizer? – Pergunto ficando um pouco inquieto com toda situação.
- Eu te odeio, Cabelo colorido! – Ele diz de forma séria
- Obrigado. – É a única coisa que consigo responder.
- Eu te odeio porque você passa metade do seu tempo pensando na morte ou então em parar de respirar, o que tecnicamente também é morte e... Eu passo metade do meu tempo pensando na vida ou então ás vezes em como conseguir respirar.
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WANTED NOT TO LOVE [Muke]
RomanceMichael é um garoto revoltado que faz de tudo para tentar morrer, até conhecer Luke, um garoto feliz que faz de tudo para tentar viver. © 2014, aboutmuke