15. O desabafo

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“Utima, como vai a revisão de O

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“Utima, como vai a revisão de O.N, Guinenda e Salatiela?”. Uma das minhas colegas pergunta.

“Já terminei, estou à espera do próximo livro, estou ansiosa por ler, esse é o benefício de ser editora, é brilhante, poder ler estórias antes de outros, você sente como se fizesse parte da estória de algum modo”. Explico contente com o meu trabalho.

“Sim, é um trabalho de sonho, que tem prazos de entrega, pressões e dor de cabeça adicionada”. Nos rimos, o trabalho dessa autora, é simplesmente magnífico, alguém que escreve coisas reais, sem medo, nem preconceito, que sabe explicar, e ainda vai o suspense, os personagens, tudo nos envolve, e o mais importante, é que ela fala das suas origens sem vergonha. Minha colega sai da sala, mas segundos depois ela torna a entrar.

“Tem uma visita para você”. Ela diz e abre mais a porta para que a pessoa passe, eu senti o meu pulso acelerar, sangue corria mais rápido pelas minhas veias, fiquei significativamente entusiasmada e nervosa ao mesmo tempo, como será encará-lo depois daquilo? Mas eu fiquei surpreendentemente desiludida quando vi que não era Dylan, mas por que razão eu estaria à espera dele? Ele nem conhece aqui? E ele não tem nada a ver com o que senti naquele momento.

“Utima”. Ele chama por mim e eu me levanto.

“Vamos”. Eu digo, e nos dirijo para fora da sala, longe dos olhares curiosos dos meus colegas, assim que vejo que estamos distante o suficiente, eu dou meia volta e o encaro.

“Eu tenho saudades”. Ele diz, eu também tive muitas saudades dele.

“Você não devia estar em "Liverpool", cobrindo o tal evento super importante”. Digo isso ao invés do que eu sentia.

“Você ainda não ultrapassou isso?”. Ele pergunta.

“Isso?”. Digo em um tom acusatório.

“Isso sim, você está zangada por eu ter de ir para longe”

“Nem é isso, você não entendeu nada”

“Então me explica”. Ele pede e eu me sinto aflita, sinto que estamos a chamar atenção demais.

“Simon, podemos falar isso depois, eu vou ter contigo”. Eu digo e decido voltar para a sala, mas ele me impede de dar um passo sequer.

“Nós ainda não terminamos”. Ele diz e olho pra ele.

“Eu já disse, vamos conversar em um lugar mais calmo”. Digo baixo mas ele parece não querer desistir da ideia.

“Quê? Apenas admita, você está tão habituada a me ver pra baixo que eu me reerguer te faz confusão”. Ele me acusa.

“O quê?”. Eu quase me rio da sua cara idiota. “ Tens noção do que estás a falar?”. Eu pergunto totalmente chateada com ele agora.

“Que eu seguir com a minha vida te incomoda”.

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