Imarcescível, é algo eterno, algo que não se extingue, que não acaba, que é imperecível.
Simon, pensa que o amor que Utima sente por ele, não acaba, que vai o amar, independentemente do que acontecer.
Mas as coisas não são bem assim. Eventualmente...
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Eu mereço isso tudo. Tudo o que aconteceu comigo e o Simon, eu mereci. Pois eu fui teimosa e insisti em amar alguém que não me amava, insisti em ficar mesmo quando não era bem-vinda. E o resultado de tudo foi isso.
Mas eu decidi não me remoer mais sobre o assunto, pois eu não tenho a certeza se o ia dar mais seja qual chance fosse, eu não queria mais sofrer, eu queria me ver livre, pois já começava a me sentir amarrada.
"Bom dia Thalia". Cumprimento-a quando a vejo sentada na cozinha.
"Bom dia".
"Aborrecida?". Pergunto enquanto me sento para comer também.
"Eu estou mais que aborrecida, eu sinto que eu vou morrer de tédio". Ela reclama e respira fundo.
"Hummm, e se você fazer alguma coisa, sei lá, você trabalha como o quê? Designer ou arquitecta, faça alguma coisa". Digo e dou uma mordida na minha torrada.
"É, eu devia fazer alguma coisa com a minha vida". Ela diz e pega o seu telefone.
"Tá, eu vou trabalhar, depois". A despeço, eu não tenho nenhuma vontade de sair, principalmente se for para me encontrar com essa pessoa, essa é a pior escritora com quem eu estou a trabalhar, ela me atrapalha, não cumpre horários e gosta de desmarcar os nossos encontros.
Combinámos encontrar-nos em um café, e eu dirijo para lá, eu só espero que ela já esteja no café, se ela não estiver, eu vou pedir para a editora me dispensar da equipe dela, senão eu dou em doida.
Quando chego ao café, eu olho para a grande janela, na esperança de a ver, mas parece que os meus olhos brincam comigo, aquele é o Dylan? Eu tento me esforçar melhor, mas eu não tenho um bom ângulo, talvez não seja ele. Minhas bochechas aquecem quando sinto o seu cheiro, eu olho pra trás e o vejo bem na minha frente e dou um pulo para trás e bato de leve na janela.
"Assustada?". Ele pergunta com aquele seu sorriso convencido. Ele está tão perto de mim, parece muito confortável, ele é muito espaçoso. Dou um passo pra frente o que o faz recuar, olho para os lados e decido entrar no café.
O sinto bem a minha trás, a porta se abre e eu o olho por cima do meu ombro, quando ele sorri de lado me sinto envergonhada e olho logo para frente, talvez eu o olhei demais e ele notou. Pensei que ele fosse ser um atrevido e sentar na mesma mesa que eu, mas não, sentamos em mesas diferentes, mas estávamos de frente um ao outro.
Ele mantém os seus olhos em mim, e eu desvio o olhar, olho para as horas, ela está atrasada, olho outra vez para o Dylan e ele conversa com um atendente e aponta a sua cabeça pra mim. Tiro o meu computador da pasta e o ligo por cima da mesa.
"Desculpa, aquele homem, bonito, rico e com um ar cheio de si, pediu para entregar isso, e disse bom proveito". O atendente diz com certo embaraço e desliza o prato pra mim e eu olho para o Dylan que levanta o seu copo pra mim antes de dar um gole, metido. Agradeço ao moço e olho para o prato de três bolos.
