16. Manchete principal

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Levanto o meu corpo da cama, mesmo não querendo, hoje eu queria apenas ficar deitada na cama, mas não, a reunião tinha de ser logo hoje, vou a casa de banho, tomo banho e abro o armário já no quarto e escolho uma roupa adequada, desço as escadas

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Levanto o meu corpo da cama, mesmo não querendo, hoje eu queria apenas ficar deitada na cama, mas não, a reunião tinha de ser logo hoje, vou a casa de banho, tomo banho e abro o armário já no quarto e escolho uma roupa adequada, desço as escadas.

"Bom dia família". Cumprimento os meus pais que já se arrumavam para sair.

"Bom dia". Eles respondem e eu aceno, tiro um copo de iogurte do frigorífico para beber no caminho.

"O Simon está aí?". Meu pai pergunta e eu dou de ombros.

"Tudo bem então, até mais tarde". Eles se despedem de mim, pego as minhas coisas para sair e paro na porta do quarto de baixo, onde coloquei o Simon para dormir, e memórias surgem em minha mente.

'Simon, você tem de parar com isso'. Digo para ele enquanto o ajudo a entrar.

'Você me obriga, eu te amo e você faz coisas que me deixam louco'. Ele tenta dizer.

'Coisas que te deixam louco?'. Pergunto na dúvida se isso é verdade mesmo, mas eu decido não discutir com um bêbado.

'Ti, por que você me deixou? Eu pensei que já estavamos a nos entender, que estava tudo bem connosco, eu deixei de fazer muitas coisas para te ver feliz__'. Praticamente o atiro na cama, cansada, o deixo sozinho no quarto.

Me aproximo da porta e me pergunto se ele ainda lá está? Se eu devia abrir a porta? Ponho a minha mão na maçaneta e me pergunto se devo mesmo fazer isso? E se ele se engasgar como da outra vez? O medo e a preocupação se instalam no meu corpo, se algo acontecer, a culpa será minha, olho para a minha mão que ainda segura a maçaneta da porta desse quarto, a viro mas não me movo, talvez eu não devesse fazer isso mesmo, largo a maçaneta e vou embora.

Me aproximo da porta e me pergunto se ele ainda lá está? Se eu devia abrir a porta? Ponho a minha mão na maçaneta e me pergunto se devo mesmo fazer isso? E se ele se engasgar como da outra vez? O medo e a preocupação se instalam no meu corpo, se a...

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Batem a porta da minha sala e falo para que entrem. Lydia, a minha AP, entra e anda com os seus saltos vermelhos altos batendo no chão a um só ritmo.

Olho para sua figura esguia se aproximando da minha mesa, com o seu vestido justo que teima a subir por suas coxas, ela o puxa para baixo, ela tira o seu cabelo loiro liso do seu ombro e atira para as costas, os seus lábios vermelhos vistosos esboçam um pequeno sorriso, quando ela chega até a minha mesa, dá a volta e se inclina, apoiando uma das suas mãos em meu ombro e a outra na mesa, fazendo assim com que eu tivesse livre acesso sobre os seus seios siliconados.

"O que é isso Dylan?". Ela pergunta e desvio os meus olhos dos seus seios para o que ela me mostra, não tinha visto bem, então eu pego o tablet na minha mão e reparo em uma foto minha com a Utima em um franchise.

"O que te parece?". Eu pergunto.

"Me parece que você anda com alguém que não cumpre os seus padrões". Ela responde olhando pra mim com os seus olhos azuis.

"Padrões?"

"Ela é diferente". Olho outra vez para a foto, diferente em que sentido? Eu nunca pensei até aí, e depois faço uma sondagem mental, ou eu saio com mulheres, altas, magras, brancas, loiras e morenas, mas nunca uma como a Utima, tamanho médio, corpo cheio de curvas salientes, cabelos pretos enrolados e cheios e que tem um ar nerd, mas sexy ao mesmo tempo principalmente quando ela me olha por cima dos seus óculos.

"Sim, ela não cumpre os meus padrões". Afirmo o que é verdade, nunca tinha saido com uma mulher como ela.

"E ainda tem mais". Ela diz e desliza o seu dedo pelo ecrã do aparelho que tenho em mãos, e vejo as outras fotos, algumas na rua, outras na biblioteca, nas livrarias que visitám os, lugares onde sempre nos encontramos. "Porque você sai tanto com essa mulher, Dylan?". Ela pergunta e se senta na mesa, eu olho pra ela e os meus olhos caem em suas pernas que estão quase desnudas.

"Não te interessa o que faço com a minha vida, e como você tem essas fotos?". Pergunto revendo tudo.

"Você é famoso Dylan, tudo o que você faz é notícia, aí me mostraram isso com a manchete: "Será que Dylan Rosewood deixou as suas modelos de lado e decidiu ter uma nova aventura?", ou ainda, "Dylan Rosewood: o que não sabemos sobre ele? Um playboy ou um nerd?", vá Dylan, esforça-te mais um pouco para responder as questões, quando eu soube comprei tudo e disse para não publicarem nada, tiveste uma sorte grande que fui avisada e pude ter isso antes que pudessem publicar, mas nunca se sabe".

"Isso não foi nada". Pouso o aparelho na mesa, e tento o máximo não parecer interessado se escrevem ou deixam de escrever coisas sobre mim.

"Se não fosse nada, não terias saído várias vezes com ela, agora me diga, quem é ela?". Ela apoia os seus braços e demonstra o seu interesse em saber.

"Não é ninguém". Digo e me levanto, eu realmente não iria querer isso espalhado por aí, mas porra, passo as minhas mãos pelo meu rosto, ponho uma mão no bolso e olho para Lydia, que não tira os olhos de mim, os meus familiares vão me cortar o pescoço se isso acontecesse, não por eu ser mulherengo ou algo do tipo, mas sim, pela descriminação.

A Utima é diferente, e não foi só a sua aparência que chamou a minha atenção, é verdade, ela é diferente de todas as mulheres com quem já andei, mas tem algo mais, com a Utima eu tenho conversa, converso sobre outras coisas que não seja a minha popularidade, o meu dinheiro e o meu emprego, com ela eu mostro o meu lado que eu fui obrigado a esconder por anos, com as outras pessoas não tenho conversas inteligentes como as que tenho com ela, com ela eu posso ser inteligente, amante de literatura. Algo que a sociedade superficial em que estou inserido disse não. Suspiro e me sento em minha cadeira.

"Fizeste bem em retirar isso". Olho para o tablet e depois para Lydia.

"Sempre as ordens". Ela descruza os seus braços e caminha até mim, ela encosta em mim e sinto o cheiro do seu perfume forte entrando em minhas narinas, o perfume da Utima é tão suave. Ela dá um beijo em meus lábios e sai da sala.

E isso me fez lembrar que eu estou a fugir da Utima, e talvez ela também esteja a fugir de mim, eu nunca fiz isso, não sou o tipo de homem que beija e fica assim, beija e não há um passo a seguir, é a primeira vez que não sei o que devo fazer, eu me sinto perdido, mas com uma vontade imensa de tornar a ver o seu rosto lindo e delicado, ouvir a sua voz melódica, nem que for para jogar a verdade na minha cara com o seu sarcasmo, uma vontade imensa de voltar a provar os seus lábios, mas eu não sei o que devo fazer, será que eu devo a procurar? Sou tirado de meus pensamentos quando o telefone da minha sala toca.

"Sim". Respondo a chamada.

"Dylan, a senhora Halsey está aqui". Lydia diz do outro lado da linha.

"Ok, mande a entrar". Eu respondo e a espero.

"Olá Dylan". Ela sorri e se senta.

"Do que você precisa!?". Vou directo ao ponto.

"De dois homens". Eu aceno e pego o meu telefone e contacto dois dos meus.

"Eles estão a sua disposição, pode mandar o que quiser".

"Obrigada, acho que assim nos livraremos finalmente da sua irmã". Ela diz feliz e eu aceno, não espero a hora de ver a Thalia arrumar as malas e partir, deixando tudo pra mim.

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