22. Silêncio, é ouro

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Quando chego ao local do evento, me dirijo ao jovem que está na entrada de paletó, ele parece carregar uma lista e anota todos os que chegam, a minha identidade é confirmada e assim entro na festa chique e deslumbrante

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Quando chego ao local do evento, me dirijo ao jovem que está na entrada de paletó, ele parece carregar uma lista e anota todos os que chegam, a minha identidade é confirmada e assim entro na festa chique e deslumbrante.

Tudo aqui exala riqueza, a decoração, os convidados, absolutamente tudo. Olho em minha volta, eu não pertenço a um lugar como esse, eu já participei em festas assim, mas, quanto mais eu puder evitar, melhor para mim. Sinto-me deslocada, eu não conheço ninguém aqui, e não me sinto à vontade.

Um homem fica ao meu lado, e de repente se juntam outras pessoas ao meu redor e começam a conversar, eu dou alguns passos para trás e apenas os olho e decido não comentar em nada do que eles dizem, me mantenho surda para tudo, passa um rapaz com uma bandeja de champanhe, tiro uma taça e dou um gole generoso, urge a vontade enorme de me desfazer desse círculo que se formou em minha volta e ir embora, mas a próxima frase me faz ficar, embora eu não vá responder.

"É difícil aceitar que um desses seja nosso chefe". O homem que chegou ao meu lado primeiro comenta.

"Onde é que eles tiram tanta fortuna?". Uma mulher esguia e morena pergunta, ela parece irritada.

"Eu acho isso inaceitável, se eu fosse o dono, estariam todos em camadas baixas, esse sim é o lugar deles". Uma mulher de nariz empinado diz.

"Em uma sala inteira, nota-se a diferença, eles mancham o lugar, em qualquer sítio que eles pisam". O mesmo homem de antes comenta.

"Eu fico com medo deles, vocês já viram como eles são selvagens? Até uma criança parece ameaçadora, o que os pais lhes dão de comer?".

"Eu concordo contigo, ontem eu passei pela 'Versace' e logo na porta havia um rapaz dessa cor a olhar para o stand com aqueles seus olhos maliciosos, ele olhava para a porta tendencioso, e eu me questionava se eu devia entrar, então quando um senhor, que parecia muito rico já agora, entrou por aquela porta, ele decidiu entrar, foi nesse mesmo momento que eu chamei a polícia, ele só podia estar a controlar as pessoas para que assim pudesse furtar".

"Ele devia estar a procura de uma maneira de poder comprar comida visto que o seu país é muito pobre"

"Nada disso, aposto que só quis roubar para assim poder comprar drogas, já viste, porque o nosso governo permite a entrada de tal gente em nosso país, eles deviam todos voltar". E todos se riem enquanto a mulher diz coisas sem sentido.

"Vocês realmente andam a fazer doações generosas para África? Pois, se assim fosse, nós não teríamos que passar por tais situações, é um sufoco ser seguida dessa maneira". A senhora leva a mão ao peito e faz uma cara horrorosa.

"Porque eu haveria de gastar o meu dinheiro com gente que não ia saber valorizar o meu trabalho? Prefiro dar para que a minha mulher vá fazer as suas compras e os meus filhos passem dias a pisar sobre esses pequenos subordinados". O mais velho ri e eu tenho uma vontade enorme de o atirar com a taça que tenho em mãos, suas palavras, por mais revestidas que estejam para pessoas leigas, são venenosas, tendenciosas e ditas de má fé, porque estas são apenas pessoas terríveis com mentes vazias.

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