Liberdade

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A alguns quilômetros da grande explosão que ocorreu, um homem mascarado andava animadamente pelas ruas estreitas do território dos Reis.

Era difícil dizer, mas ele parecia estar cantarolando.

De repente, uma voz grave se fez ouvir no meio da noite.

— Oikawa.

O assassino parou, surpreso. Virando-se ele logo exclamou animado para a figura a alguns metros de si:

— Iwa-chan! Eu sabia que era você me ajudando. — Em seguida retirou a máscara, revelando um rosto adorável e inocente.

Era um rosto que enganava facilmente.

Os olhos avelã eram afiados e as bochechas coradas macias. Ele tinha uma leve covinha no queixo, dando o ar de infantilidade para aquele homem alto.

Hajime Iwaizumi sentiu seu coração estremecer, mas seu rosto frio nada revelava. Como sempre, ele replicou com severidade:

— Você é um inútil. Se eu não estivesse aqui, quem sabe quanto tempo levaria para Koshi Sugawara te pegar? O mestre avisou sobre a importância dessa missão, mas olha você. Sempre tão descuidado. Eu não ficaria surpreso se você tivesse se explodido junto com o laboratório.

— Mas Iwa-chan — Um brilho arrogante e risonho apareceu no rosto bonito  — Você sempre está presente pra salvar esse inútil.

Ele cerrou os punhos e Oikawa se apressou a falar:

— Tudo bem, tudo bem, me desculpe. Não me bata, obrigado. Eu sempre fico dolorido no dia seguinte, não é bom pra mim. Eu fui imprudente mas não vamos nos prender ao passado. Deu tudo certo não é? de acordo com o plano.

— Eu tive que eliminar um obstáculo pra você não é?

— hahaha, foi isso que te denunciou. Eu sabia que um tiro daqueles só poderia ter sido obra sua. Você é perfeito em tudo que faz Iwa-chan.

Iwaizumi falou por entre os dentes:

— Pare. de. brincadeiras.

Oikawa deu as costas ainda rindo

— Está bem, está bem, não me puna! — E seguiu seu caminho sem olhar pra trás.

Mesmo que ele não pudesse ver a figura do alfa atrás de si, ele poderia imaginar como estaria.

As mesmas roupas que ele usava, claro, mas em Hajime envolveriam seu corpo firme com elegância. Seu cabelo escuro estaria tão despenteado como sempre, apontando em várias direções.

Os olhos ainda seriam frios e duros, sem sentimentos ou emoções evidentes. Assim como seu coração.

Era exatamente por isso que ele adorava Iwa-chan. Eles eram exatamente iguais. Não precisavam de um coração.

Mas talvez... talvez esse assassino não conseguiu ainda ver o que tinha por trás do gelo.

[...]




— Onde ele está?

— Já está quase na hora do jantar, a senhora está preocupada...— Uma das criadas sussurrou.

— Talvez devêssemos avisar ao mestre...— Respondeu outra, apreensiva.

— Não seja tola, mesmo que ele não esteja no quarto é impossível ele ter passado dos portões a essa hora da noite....

A figura loira de um garoto esguio sentado no telhado, ao lado da chaminé da grande casa da família Nekoma, passou despercebida pelas criadas. Não que ele se importasse com a conversa também. 

Corvos X ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora