Aquele que chamam de "Rei"

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— Yama-sama, o que vamos fazer com você? — Yachi beijava seu pescoço. 

Sentada no colo do alfa, a loira aproveitou-se do fato de todos os homens de Kageyama Tobio terem saído e se deleitava com o gosto fresco que o mesmo tinha na língua.

Os dois estavam no quarto dele. Ele tinha acabado de voltar de uma transação de negócios há duas horas e foi só sair do banho, enrolado na toalha, para que a loira se esgueirasse por entre os quartos dos outros inquilinos até chegar ao líder.

— Yachi, eu não posso te dar atenção agora — O alfa soltou um sorriso pequeno enquanto tocava seu cabelo delicadamente. Não podia negar que gostava da beta, no entanto depois de algumas noites juntos, a garota havia se tornado insuportavelmente grudenta. Mesmo assim, não era um idiota a ponto de dispensar uma mulher como ela.

E também não podia esquecer de que ela era uma das suas melhores informantes.

— Ah, por que? — Fez um beicinho, o que com certeza acabou com qualquer tesão que o líder do Reis poderia ter.

Se tinha uma coisa que odiava, eram atitudes infantis.

Não que ela ficasse feia, pelo contrário, as bochechas coradas junto à boca rosa, as roupas apertadas que apenas realçava os atributos e os olhos escuros a deixavam incrivelmente bela.

No entanto, isso só o lembrava de que ela era delicada e frágil. E Tobio não gostava de coisas frágeis também.

Ou melhor, tinha muito medo.

— Eu tenho assuntos para tratar. — Seu tom foi um pouco mais frio do que de costume, seu sorriso desaparecendo gradativamente, o que fez a moça se inclinar ligeiramente para trás em seu colo. — O líder dos Corvos quer se encontrar comigo.

A loira arregalou os olhos.

— O líder?! Mas justo hoje que você não está com o pessoal? Mas... Yama-sama! Você não pode marcar uma reunião assim do nada, nós todos conhecemos a fama dele, e... — Ela é interrompida.

— Yachi, por acaso você acha que pode me dizer o que fazer ou não fazer? — Desta vez, não havia nem um calor nos olhos azuis-escuros.

Ela corou, e olhou para o chão.

Tobio suspirou alto, tirando as mãos da garota delicadamente do seu pescoço e levantando-se.

— Não há com o que se preocupar. — Andou até a o armário pegando as roupas novas que Sugawara havia comprado para ele; Uma camisa social preta, com jeans e casacos da mesma cor. Uma boa impressão para negócios.

Ela falou com timidez:

— Eu ouvi dizer que ele não tira o capuz nunca, pois o rosto é todo desfigurado... — Havia uma nota inconfundível de curiosidade no tom dela.

— Ah, eu ouvi que seus cabelos são negros como as penas de um corvo, por isso o nome — Kageyama ri com escárnio — Ele deve ser um puta alfa para dominar aquele distrito. Tem muitos boatos.

Kageyama não podia negar o quão curioso estava por aquele líder. Afinal, o distrito qual agora tinha a jurisdição do Corvo já havia sido um lugar cruel e vulgar. O seu ponto principal era prostituição e drogas.

No entanto quando o garoto chegou, de capuz e fala amarrada e orgulho, o lugar lucrou como nunca antes, quase chegando perto dos Reis.

E claro que houve antes outros que tentaram chamar aquele lugar de seu, no entanto ninguém havia conseguido do modo como o Corvo conseguiu.

Isso era um dos porque se encontraria com ele sem nenhum dos seus homens por perto. Se soubessem provavelmente fariam um rebuliço, principalmente Tsukishima.

Mas o que também queria tirar daquele encontro de negócios era a vontade insaciável de saber o que tinha por debaixo do capuz negro do Corvo.

Ele tinha os cabelos negros e os olhos de gato como diziam os terceiros?

A cicatriz em sua mão, resultado de uma briga com o líder do clã de Shiratorizawa, realmente existia?

Quem era aquele Corvo?

— Você quer que eu saia? — Lá estava o beicinho, novamente. Kageyama sentiu vontade de revirar os olhos, mas apenas suspirou.

— Não será preciso, a reunião vai ocorrer em um antigo auditório perto do subúrbio. Vou me encontrar com ele lá.

— Que tipo de lugar é esse pra marcar um encontro? Parece ser uma emboscada. Eu não gosto disso. — A loira cruzou os braços enquanto observava-o colocar as roupas.

— Não tem que gostar — Abaixou-se e tocou os cabelos dela com a mão em um gesto terno. — Volto pela noite.

E saiu do quarto.

[...]




// Nosso estúpido alfa de olhos azuis.

Corvos X ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora