Hinata estava andando pelas ruas do seu distrito com naturalidade. O dia ainda estava claro, então ele pôde relaxar um pouco e caminhar para colocar os pensamentos em ordem.
Estava um dia bonito, porém o humor dele não era dos melhores. Ultimamente nunca era. Só conseguia pensar o quanto queria destruir um certo alfa. O telefone pelo qual ele tinha se comunicado com o rei uma vez estava cheio de mensagens suas exigindo um encontro.
Com uma promessa de morte lenta e agonizante.
Que se foda que ele era de um clã grande e poderoso, Hinata iria destroçá-lo.
Quando estava perdido em seus pensamentos assassinos, sentiu uma presença fraca se aproximar. Ele estreitou os olhos e calmamente se virou.
Uma criança muito suja e pequena estava à sua frente. Era pálida como um fantasma, com olhos fundos, escuros e amedrontados, como se esperasse que Hinata lhe desse um tapa.
A criança abaixou a cabeça, com medo demais para encarar o estranho encapuzado.
— Senhor... você tem a-alguma comida pra me dar?... não precisa ser nova, pode ser resto — Sussurrou, encolhido. As grandes orbes encaravam o chão.
Era um menino de no máximo sete ou oito anos, não dava pra saber exatamente, dado ao estado que se encontrava.
O menino se encolheu quando o desconhecido de capuz se aproximou, parecendo analisá-lo. A mão pequena que segurava o objeto oculto pareceu tremer.
Por fim, o desconhecido tirou o capuz negro revelando fios ruivos e um olhar afiado. Ele disse com firmeza.
— Largue essa faca, garoto. Crianças não devem brincar com objetos pontiagudos.
O menino se afastou alguns passos, sua figura horrorizada demais para fazer qualquer coisa. A faca que ele escondia caiu com um tinindo no chão e ele disse choroso:
— Por favor, s-senhor não me mate. Por favor, ele me disse que me daria comida se eu fizesse, por favor, por favor, por favor. — Lágrimas cairam pelo rosto sujo. Ele segurou na barra da sua camisa rasgada e grande demais para seu tamanho e implorou. — Eu vou embora, eu juro que vou.
— Ninguém vai matar você. Está tudo bem. — Para provar seu ponto ele levantou as mãos em rendição e se aproximou, sua postura demonstrando calma e tranquilidade.
Porém, isso só fez o menino se contorcer para mais longe, apavorado. Ele era familiarizado com as ruas, sabia que quando um adulto se mostrava de confiança, isso só servia para machucá-lo mais.
Vendo essa atitude, o líder dos corvos parou e fechou os olhos por um segundo.
Quando os abriu eles estavam completamente diferentes. O olhar castanho claro estava transbordando gentileza sincera, sem nenhum truque ou ameaça mascarada no belo rosto.
— Não vou me aproximar, está tudo bem. — Sua voz também estava mais suave e baixa. — Eu prometo.
Depois de alguns minutos o menino se acalmou gradualmente. Ele ainda soluçava, mas não estava tão apavorado como no início.
O menino assentiu, trêmulo. Hinata perguntou.
— Qual é o seu nome?
— Sanee — Respondeu baixinho.
— Sanee, quem deu essa faca pra você?
O menino hesitou, mas respondeu.
— Foi o homem alto com máscara. — Ele limpou as lágrimas do rosto com o punho. — E-eu não consegui....— Ele fungou. — Não consegui ver o rosto dele.
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Corvos X Reis
FanficTodos queriam saber como era por debaixo do capuz do corvo. Qual era a aparência do líder de uma das maiores gangues da região? Teria ele um rosto desfigurado como diziam rumores? Ou seus olhos era como os de um felino? Ninguém sabia ao certo. Mas...