Say Something - SasuNaru

II - Imóvel

Quando Sasuke chegou, as crianças já estavam sentadas à mesa.

— Cheguei! — Disse abrindo a porta.

— Oi! — Sorriu a esposa contente por vê-lo retornar.

Ele sorriu e entregou a caixa de torta para ela, beijando-a com carinho, sendo retribuído na mesma medida. Sakura levou a caixa para a geladeira, logo retornando e pondo um descanso de panela, depositando a mesma sobre ele. O cheiro da sopa estava delicioso, a fumaça rodopiava no ar com elegância, interpretando as mais diversas formas.

Sasuke se sentou à ponta da mesa após retirar as suas sandálias, observando Sakura segurar o prato de Boruto com uma mão e servir a sopa com o auxílio de uma concha, logo entregando a ele e servindo Sarada, até chegar nele próprio.

Após servir a todos, Sakura se serviu e começaram a comer sem demora. Por um instante, apenas o tilintar das colheres contra a louça podia ser escutado, até que a mulher mais velha resolveu quebrar o silêncio.

— E então, Boruto, a sua irmã está bem?

— Sim, ela está. A cada dia está se superando nos treinos. A Hima é incrível! — Falou excitado, olhando diretamente para a madrinha, nem parecendo o mesmo garoto ciumento de mais cedo.

— Que ótimo! Sentimos saudade dela... E a sua mãe, como está? — Sakura realmente estava curiosa, e já que o garoto estava ali, por que não conversar um pouco sobre a família dele, não é?

— Ah, a minha mãe... Ela está bem... — Disse quase em um fiozinho de voz, lembrando-se imediatamente da covardia que cometera contra ela.

Ao notar os olhos baixos do garoto, Sakura estranhou.

— O que houve? Você ficou triste de repente...

— Ah, não é nada, eu só... Tive uma discussão com ela, mas já pedi desculpas, não se preocupem... — Riu sem humor, continuando a comer.

Sakura assentiu, olhando para Sasuke, que se manteve calado. Não queria se meter naquele assunto.

— Sabe, Boruto, quando somos jovens as coisas tendem a serem difíceis, mas quando crescemos, aprendemos a lidar com as situações. — Sorriu bondosamente, fazendo com que o loirinho piscasse os olhos rapidamente, tentando compreender a fala dela. — Não se preocupe, tudo isso vai passar.

— Eu... Eu espero, tia.

O sorriso dela alargou-se e Boruto se sentiu contagiado e compreendido, sorrindo em resposta. Conversaram sobre coisas triviais, até que o loirinho e Sarada discutiram sobre qual lugar iriam no fim de semana. Sasuke e Sakura riram; eram tão jovens, não faziam ideia de como a vida ainda podia surpreendê-los em todos os quesitos e que uma discussão daquela, era algo até bobo demais.

Assim que terminaram o jantar, provaram a torta, menos Sasuke pois ele odiava doces. Boruto e Sarada repetiram a sobremesa, então Sakura foi lavar a louça em seguida com a ajuda da filha. Sasuke estava cuidando de uma plantinha que possuíam em casa, quando ouviu batidas desesperadas na porta.

Olhou para Sakura, que deu de ombros, e franziu o cenho, afinal, não era mais hora de visitas, mas talvez não fosse o caso; talvez fosse uma emergência e por isso a insistência da pessoa. Ou não.

Não pensou duas vezes; desembainhou a espada com uma destreza que só pertencia a si e segurou-a contra a maçaneta da porta, de modo que a pessoa não a visse. Girou a maçaneta e quando estava pronto para atacar, o seu corpo travou; seus olhos se arregalaram e ele recuou.

— Oi, Sasuke. O meu filho está aí? — Era Hinata e ela estava muito aflita, os seus olhos claros continham lágrimas brilhantes de uma mãe desesperada atrás do filho.