Ainda

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Ela ainda baila em minha mente
Cantarolando timidamente
Sobre uma velha ave
Que hoje não cabe
Na gaiola do meu coração

E nos tormentos dos meus pesadelos
Ainda sinto a cor dos seus cabelos
Pairando sob a límpida luz do luar
Exalando perfume no ar
Que se torna gradualmente veneno
No qual me matar por dentro

Ainda sinto seus abraços
Tão caros e apertados
Preciosos em si
Nunca mais os terei pra mim

E nesse meu eterno egoísmo
Esgoto todo o meu determinismo
E me contento com aindas
Pois não há mais emanações advindas
De seus afetos
Não mais pertos

Por isso ainda choro
Ainda coro
Ainda mato
Ainda nado
Ainda

Memórias inexistentesOnde histórias criam vida. Descubra agora