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POV LIZZY

— Vou vazar, anjos — falo, me despedindo dos meus amigos.

— Já vai falar com o Thurzin, sua gada? — Since pergunta.

Em uma séria dúvida de quem está mais iludido com a ideia de que algum dia eu estaria no nível de ser uma das opções do Arthur.

E me batendo mentalmente por duvidar do meu valor.

— Tu tá me chamando de gada, Since? Eu não vou nem rir sabe — debocho.

— Competição para ver quem é pior — Moreno concorda.

— O pior disso tudo é vocês realmente acharem que eu tô gadeando o Arthur sendo que somos só amigos — falo pensativa.

Só. Amigos.

Logo não posso imaginar nosso futuro juntos antes de dormir.

— Achei que a gente já tivesse conversado sobre como ninguém acredita nesse papo de "só amigos" — Rekkon diz.

— Vocês são iludidos em um nível acima do normal, não conta — explico — Mas agora eu tô indo mesmo, adios.

Tchau — eles respondem em sincronia.

— Amanhã vocês jogam em live comigo de novo, tá? — dou um último aviso e mais uma vez saio sem esperar respostas, péssimo costume que minha falta de paciência me proporcionou.

Entro no meu próprio discord, vendo que Thurzin já estava lá, assim como ele tinha falado.

— Cheguei — falo, abrindo a câmera.

— Visão — ele responde, abrindo a câmera também.

O menino estava com uma roupa diferente da que eu tinha visto em live a alguns minutos atrás, mas ainda mantém o mesmo boné azul.

— Demorei? — pergunto.

— Não, eu amo esperar — ele responde de volta, com a maior cara de sonso possível.

É um mini Gabriel e ninguém pode discordar.

— Tô com preguiça de free fire, comi o jogo hoje — falo fazendo careta só de pensar em abrir novamente.

— Fall guyszinho? — ele sugere.

— Passar raiva em um joguinho diferente, gosto — concordo batendo palmas em animação.

— Jogou muito hoje — ele comenta e eu arqueio a sobrancelha, olhando para a imagem dele na chamada do segundo monitor e sorrindo de canto.

— Valeu, rivalzinho — agradeço  — Você joga bem sempre, não tem graça elogiar.

— Você também ué, mas hoje foi além do normal — ele fala.

— É porque hoje pareci uma viciada jogando, ainda bem que eu não enjoo fácil — justifico, balançando minha cadeira — Dei pronto — aviso sobre o jogo.

— Tu sabe jogar, né? — Thurzin pergunta.

— Eu já assisti uns vídeos no YouTube, já sou quase pro player — falo sorrindo falso.

A primeira partida começou.

Não tive um resultado nem minimamente razoável.

E eu queria muito dizer que isso é uma história de superação.

Mas não, não é.

Talvez aquele jogo estupidamente colorido seja muito difícil, porém acredito mais na opção de que eu apenas não sou nem um pouco boa nele.

— Mas assim, você quer aulas, rivalzinha? — Arthur debocha e eu mostro meu dedo do meio em resposta, rindo fraco em seguida.

— Jogo lixo, pior do mundo — reclamo, cruzando os braços igual criancinha estressada.

— Quer jogar outra coisa então? — ele oferece.

Disposto a jogar qualquer coisa para passar tempo comigo ou apenas viciado demais em jogos para negar?

— Among? — pergunto animada — Pelo menos nesse jogo eu sei que sou boa.

— O pai também da aula no amongzada — ele se gaba.

— E aí, mentirosinho? — zoo.

— Mentiroso não, pro player de among — ele corrige, rindo em seguida.

— Depois de passar a aula toda jogando, tô quase profissional também — digo, balançando a cabeça em confirmação.

— Ainda — ele responde animado, aparentemente se identificando — Posso falar o código ou é melhor copiar e colar?

— Digamos que minha audição não é lá muito boa — suponho sonsa.

— Tô mandando por mensagem — ele fala — Eu também tava jogando isso na escola — ele retorna a conversa, prolongando o assunto.

Confesso que no começo da ligação eu estava com vergonha - e se eu disser que não estive todas as vezes que falava alguma coisa estou mentindo-.

Mas, depois de começarmos a conversar sobre nossas vidas pessoais, ambos se esforçando para manter uma boa conversa além dos jogos, fiquei milhões de vezes mais a vontade de me comunicar.

Era engraçado a forma como o garoto era sem paciência, mas mesmo assim muito educado. Enquanto eu xingava todo mundo que me acusava ele apenas se defendia e levantava teorias mesmo que estivesse visivelmente puto.

E depois de horas arrumando fios e escutando Arthur reclamar de nunca ser impostor, decidimos que íamos assistir vídeos no YouTube juntos.

Péssima decisão para adolescentes, que dormem cedo, tomar as três da madrugada.

Não lembro em que momento nós dormimos sentados, mas iam dar sete horas da manhã quando acordei assustada com o grito do Jordan que saia de um dos vídeos e vi o menino deitado na cadeira todo encolhido em um lençol.

Se eu faço isso certeza que caio de bunda no chão.

— Thur? — sussurro, tentando não assustar o garoto — Arthur? — repito.

Oh moço, acorde logo que eu também quero ir dormir.

— Ei — chamo, dessa vez no meu tom de voz normal — Acorda aí rapidinho — peço quando escuto ele murmurar.

— Que? — ele pergunta, abrindo um olho.

— Vai para a cama — peço, rindo fraco da cara de desorientado do menino ao se levantar e sair do setup sem ao menos fechar a call.

Sem muita disposição para pensar no que fazer, apenas muto o microfone e me jogo na minha cama, voltando ao meu sono.

Foi uma boa madrugada afinal.

Menos para a minha coluna, é claro.

xxxxxxxxxx

oi tava lavando a louça

praia, piscina ou lagoa?

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praia, piscina ou lagoa?

| cheiro da praia, barulho da praia e tudo da praia=🥺🧚‍♀️🧸🥳🥰 porémmmm sempre saio quase cega por causa da água e sou traumatizada com filmes de tubarão, ent prefiro piscina

Pain girl | Loud ThurzinOnde histórias criam vida. Descubra agora