Fernando Mendez
Acordo sentindo uma leve dor de cabeça, levanto devagar e deixo as luzes apagada, apenas me guiando até a cozinha com a pouca luz do sol que ilumina o ambiente.
Ainda são seis da manhã, então tomo um remédio para dor e sento num dos bancos da bancada da cozinha, deitando minha cabeça no mármore frio.
Respiro fundo e os olhos negros de Bruno me invadem a mente. Fico ali passando nossa conversa na minha cabeça, me lembrando do formato de sua boca, no brilho de seus olhos, no formato do seu corpo, a forma como ele me olhava, tão intenso.
Respiro fundo novamente e me levanto rápido de onde estou, isso não vai me levar a lugar nenhum.
Coloco a água do café no fogo, e subo para meu quarto, pegando meu celular onde deixei ontem a noite.
Vejo já ter uma mensagem, e minhas mãos suam ao imaginar quem possa ser. Desço novamente para a cozinha e preparo o café de Ana, sei que ela não vai demorar a acordar. Frito um ovo para mim, e pego uns pães. A água está fervendo, então passo o café e subo para o quarto de Ana, vendo seus olhos abertos e suas mãos ocupadas em tentar se levantar.
- Papa.
- Oi bebê. - A pego no colo e deixo um beijo em sua bochecha, a levando direto para um banho, depois de vestida, estamos na cozinha, tomando nosso café.
Ana acaba se sujando um pouco e leva suas mãos a boca, espalhando ainda mais a comida por seu rosto. Nesse momento meu celular toca e atendo sem ao menos ver quem seja. Ana tenta colocar a mão no rosto novamente.
- Bebê, não faça isso. - Falo colocando o celular em cima do balcão e deixando no viva voz.
- Nossa, que privilégio ser atentido assim. Gostei. - Sinto meu rosto queimar, meu Deus.
- Bruno? - Falo olhando para o celular ainda no balcão, com se o mesmo pudesse criar vida e me atacar a qualquer momento.
- Quem mais poderia ser? Existe outro Bruno na sua vida? - Sua voz soa um pouco seria. O que ele está dizendo?
- Eh, desculpe atender assim, estava falando com Ana.
- Hum, eu imaginei, mas não ligo se você continuar a me chamar de bebê. - Ele fala, e sinto que está sorrindo do outro lado da linha.
- O que quer? Porque me ligou?
- Ah, fiquei com saudades de ouvir sua voz. - Fala como se não fosse nada, e sinto meu corpo esquentar vergonhosamente. Engulo em seco.
- Bruno. - Tento alertar que está passando dos limites, por mais que eu tivesse adorado ouvir isso dele.
- Ok, Ok. Era para falar do trabalho, você disse que precisaria de mim amanhã.
- Oh sim, porque não mandou uma mensagem? - Pergunto agora um pouco distraído voltando a limpar a bagunça que Ana fez no rosto.
- Eu já te falei o motivo. - Sua voz soa baixa.
- Hãn. - Abro e fecho a boca por alguns segundos procurando saber o que falar. Balanço a cabeça voltando a me concentrar que ele apenas vai cuidar de Ana, apenas isso. - Você pode vir hoje a tarde? Para a gente acertar tudo e você conhecer a casa e eu te explicar o que precisa saber sobre Ana. - Escuto sua respiração do outro lado. E isso me deixa nervoso.
- Fugindo do assunto. - Ele fala baixo como se para si mesmo. - Posso ir sim, só me passa o endereço.
- Certo. Tenho que ir, Estou dando o café de Ana.
- Ah, ok, não vou mais te atrapalhar.
- Você não atrapalha Bruno. - As palavras saem antes que eu possa impedir. Quando ele ia falar Ana o interrompe.
VOCÊ ESTÁ LENDO
De Repente...VOCÊS! - Romance gay
Romance(Essa estória contém conteúdo adulto, não recomendado para menores de 18 anos) --------- O que você faria quando do nado seu irmão mais velho aparecesse na sua porta com sua linda filha de apenas 1 ano lhe pedindo ajuda depois de saber que a esposa...