Capítulo 6 ♡

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Fernando Mendez

Acordo sentindo uma leve dor de cabeça, levanto devagar e deixo as luzes apagada, apenas me guiando até a cozinha com a pouca luz do sol que ilumina o ambiente.

Ainda são seis da manhã, então tomo um remédio para dor e sento num dos bancos da bancada da cozinha, deitando minha cabeça no mármore frio.

Respiro fundo e os olhos negros de Bruno me invadem a mente. Fico ali passando nossa conversa na minha cabeça, me lembrando do formato de sua boca, no brilho de seus olhos, no formato do seu corpo, a forma como ele me olhava, tão intenso.

Respiro fundo novamente e me levanto rápido de onde estou, isso não vai me levar a lugar nenhum.

Coloco a água do café no fogo, e subo para meu quarto, pegando meu celular onde deixei ontem a noite.

Vejo já ter uma mensagem, e minhas mãos suam ao imaginar quem possa ser. Desço novamente para a cozinha e preparo o café de Ana, sei que ela não vai demorar a acordar. Frito um ovo para mim, e pego uns pães. A água está fervendo, então passo o café e subo para o quarto de Ana, vendo seus olhos abertos e suas mãos ocupadas em tentar se levantar.

- Papa.

- Oi bebê. - A pego no colo e deixo um beijo em sua bochecha, a levando direto para um banho, depois de vestida, estamos na cozinha, tomando nosso café.

Ana acaba se sujando um pouco e leva suas mãos a boca, espalhando ainda mais a comida por seu rosto. Nesse momento meu celular toca e atendo sem ao menos ver quem seja. Ana tenta colocar a mão no rosto novamente.

- Bebê, não faça isso. - Falo colocando o celular em cima do balcão e deixando no viva voz.

- Nossa, que privilégio ser atentido assim. Gostei. - Sinto meu rosto queimar, meu Deus.

- Bruno? - Falo olhando para o celular ainda no balcão, com se o mesmo pudesse criar vida e me atacar a qualquer momento.

- Quem mais poderia ser? Existe outro Bruno na sua vida? - Sua voz soa um pouco seria. O que ele está dizendo?

- Eh, desculpe atender assim, estava falando com Ana.

- Hum, eu imaginei, mas não ligo se você continuar a me chamar de bebê. - Ele fala, e sinto que está sorrindo do outro lado da linha.

- O que quer? Porque me ligou?

- Ah, fiquei com saudades de ouvir sua voz. - Fala como se não fosse nada, e sinto meu corpo esquentar vergonhosamente. Engulo em seco.

- Bruno. - Tento alertar que está passando dos limites, por mais que eu tivesse adorado ouvir isso dele.

- Ok, Ok. Era para falar do trabalho, você disse que precisaria de mim amanhã.

- Oh sim, porque não mandou uma mensagem? - Pergunto agora um pouco distraído voltando a limpar a bagunça que Ana fez no rosto.

- Eu já te falei o motivo. - Sua voz soa baixa.

- Hãn. - Abro e fecho a boca por alguns segundos procurando saber o que falar. Balanço a cabeça voltando a me concentrar que ele apenas vai cuidar de Ana, apenas isso. - Você pode vir hoje a tarde? Para a gente acertar tudo e você conhecer a casa e eu te explicar o que precisa saber sobre Ana. - Escuto sua respiração do outro lado. E isso me deixa nervoso.

- Fugindo do assunto. - Ele fala baixo como se para si mesmo. - Posso ir sim, só me passa o endereço.

- Certo. Tenho que ir, Estou dando o café de Ana.

- Ah, ok, não vou mais te atrapalhar.

- Você não atrapalha Bruno. - As palavras saem antes que eu possa impedir. Quando ele ia falar Ana o interrompe.

De Repente...VOCÊS! - Romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora