ℂ𝕒𝕡í𝕥𝕦𝕝𝕠 𝕀

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(1595 palavras)

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ISABELA CHEGA em casa após mais uma semana exaustiva em seu emprego. Trabalhando como cuidadora de idoso, não lhe sobra quase tempo para uma vida social. Seu tempo é tomado exclusivamente por seu assistido, o senhor Adalberto, um idoso já na casa dos seus 84 anos. Devido a isso, ela dorme no emprego e só tem folga, a cada quinze dias.

Seu salário é pago com a aposentadoria do senhor Adalberto, que tem um único filho, o Valentim.

Valentim está na faixa de 52 anos, nunca se casou, nem teve filhos. Vive de um salário pequeno e como precisa trabalhar, teve que contratar os serviços de Isabela, para ter alguém que cuidasse de seu pai. Com seu pequeno salário, ele paga as despesas da casa e medicações, que com a idade do Adalberto, aumentaram bastante.

Ela mora num bairro simples em companhia de seus tios, Valdete e Orlando.

- Oi, tia. Boa tarde! Como foi o seu dia?

Ela se aproxima da tia e lhe dá um beijo na testa. Esta, limpa a testa como se tivesse suja com algo desagradável. A tia não gostava dela, era óbvio, pelo tratamento que lhe dava e pelas coisas desagradáveis que lhe falava. Isabela, uma moça muito educada e religiosa, nunca respondia a essas palavras e gestos, pois como sempre aprendera na igreja, era melhor pagar sempre o mal com o bem, e o ódio com o amor. A tia com ar de quem, mais uma vez estava embriagada, lhe pergunta rispidamente:

- Já recebeu o salário?

- Não, tia, ainda não.

- Acabou o feijão. Daqui a pouco não terá mais nada no armário pra comer.

- Tia, o tio Orlando já voltou do trabalho?

- Tá lá do boteco do Valdo. Hoje recebeu, foi lá pagar os fiados.

- Por que não falou com ele do feijão?

- Você acha que vai sobrar alguma coisa, depois que ele pagar os fiados ao Valdo?

- O dinheiro que tenho é para pagar minhas passagens.

- Você tem que achar uma forma de ganhar mais dinheiro. Ficar trabalhando pra aquele velho pobretão, é como pedir esmolas para dois.

- Não tá fácil achar emprego, tia. E eu sou feliz, ajudando o senhor Adalberto e o senhor Valentim.

- Você fica dando uma de madre Tereza de Calcutá... acha que dinheiro cai do céu? O que precisamos é de dinheiro e não de gratidão. Felicidade você tem, é com seu bolso cheio e sua barriga estufada. Você não é mais uma menina, Isabela, já está com vinte e cinco anos. Tem que ser mais responsável. Colocar comida em casa e ajudar a pagar as contas.

Sua tia Valdete, era pensionista. O marido havia morrido há um pouco mais de doze anos. E não demorou muito para ela se juntar com o Orlando. Esse trabalha, e paga tudo que pode pagar com o pouco que recebe como carpinteiro. Mas, assim como Valdete, tinha o péssimo vício da bebida, como também, era diabético.

A 𝓐𝓹𝓸𝓼𝓽𝓪Onde histórias criam vida. Descubra agora