provocação latina; ten

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— Quando me falaram que iríamos pousar na sua casa, eu pensei de tudo, menos que eles iriam dormir. Sei lá, quando isso acontece lá em casa eles fazem altas farras. Um chantilly todo já foi usado em desafio e até saiu pelo nariz do Changbin! — Fiz careta, enquanto contava, ouvindo-o rir baixinho.

— Hoje estão cansados, tivemos testes de admissão, foi um inferno a semana toda. Estudaram demais. Essa sexta é merecido um descanso, até mesmo o Chan, que se esforçou em dobro devido ao trabalho naquela empresa. — Hyunjin falou em um tom calmo, enquanto brincava com minha franja em minha testa.

— Você também deve estar cansado, por que não está dormindo ao invés de fofocar comigo? — Arregalei os olhos.

— Eu não fiz as provas. Por isso. — Explicou, olhando para a janela de seu quarto, onde a cortina voava e balançava devido ao vento.

— Por que não? — O questionei, curiosa.

— Por que fazer provas para ser aceito em alguma faculdade sem saber o que quer fazer nela? Minha hora ainda não chegou. — Suspirou.

— Mas e a fotografia?

— Eu não quero transformar minha maior paixão, meu melhor modo de desestressar em uma rotina maçante, que vai acabar com toda a genuidade. — Enrolou uma mecha do meu cabelo e a deixou sobre meu ombro. — Mas e você? Vai seguir na dança?

— Eu amo isso mais que tudo… seria incrível! — Sorrio grande. — Chegou propostas, até da empresa que o Chan trabalha, e eu sei que tem dedo dele nisso. Mas… fazer isso sem a Ayla… já vai ser difícil com o Seok.  — Fiz um biquinho. — Mas tudo bem, eu supero.

O silêncio permaneceu entre nós, mas nada desconfortável.

— Pero ya que estamo’ aqui los dos, vamo’ a equivocarnos otra ve’ — Cantarolei e ele olhou para mim, sorrindo, aquele sorriso quando você está segurando o riso. — O que foi?

— Você é maluquinha em música latina mesmo, e canta as piores em momentos importunos. — Riu, negando com a cabeça.

— E por que Beso é importuno agora, boboca? — Cerrei os olhos para ele, que pareceu se divertir mais ainda.

— Vamos lá, a letra é mais ou menos assim: Se te olho da cabeça aos pés há um plano em minha mente, e é indecente — Falou como um poeta, engrossando a voz e tudo. — E é aí onde a vida é injusta e minha boca fica em angústia, porque ela quer partir para outra mas te busca, e de segunda a segunda, eu me pergunto: Que merda estamos fazendo aqui?...

— Você não vai falar a música toda não, né? 

Ele me ignorou e continuou a falar:

— E a resposta é que a gente se gosta, gosta, gosta, mas é como se isso te assustasse, me assusta — Parou e puxou o ar. — Mas já que estamos aqui vamos cometer o mesmo erro outra vez. Vamos uns beijos, beijos, beijos, porque foi pra isso que a boca foi feita. Antes dizíamos: Ninguém encosta nisso, e olha agora pra gente aqui, sem roupa.

— Boca foi feita ‘pa ‘cumê’, doido… — Disse baixo, ficando vermelha, vendo onde ele queria chegar.

— Não nessa música, nem pra nós se cantarmos ela. — Olhou meus lábios. — Hay un plan en mi mente, y es indecente… — Sussurrou em meu ouvido. — Nadie con ese movimiento poderoso, vamo’ a comernos otra ve’ — Segurou em minha cintura, me puxando mais para perto de si e mordeu o lóbulo da minha orelha.

— Filho da puta… — Murmurei. 

— Se quiser te digo a proposta em até outra música, mami: — Riu em provocação ainda ao pé da minha orelha. — Me muero por verte, dime que hago pa’ tenerte, lady 

Aqueles Lábios - Hwang HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora