O Que Aconteceu Quando Eu Te Deixei

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São Paulo   -   17 de Setembro de 1934

Uma Nova Era De Classe, Elegância, Amor e Liberdade

   O carro de Olívia tinha uma placa do Rio De Janeiro e cheirava a cigarro, mas em troca era bem confortável e elegante, depois que Celeste saiu correndo pela longa avenida para despistar os policiais houve uma pequena conversa entre as senhoritas.
- Agora sim seremos perseguidas... (disse ana)
- Eu nem acredito no que estamos fazendo, isso é inacreditável, semana passada estava tudo normal, mas agora estamos correndo da polícia em um carro roubado de uma modelo em meio a festa da boutique... estou enlouquecendo (disse elisabeth)
- Não vamos pensar nisso agora, meninas, tudo que temos que fazer é fugir
- Para onde vamos? Já que nem o apartamento é um lugar seguro? (disse ana no banco de trás do carro)
- Bom, não temos para onde ir, vou tentar ir para outro bairro para ver se conseguimos dormir em uma pousada (disse celeste)
- Oh Meu Deus... e o dinheiro? devo ter por volta de 2.000 Réis (equivalente a 270 reais) será que vai dar para comermos alguma coisa e passar a noite em uma pousada?
- Falando em dinheiro esqueci minha carteira no camarim... (disse ana)
- E eu tinha deixado minha carteira em casa (disse celeste)
- Oh, estamos perdidas (disse elisabeth se lamentando)
- Deve haver algum dinheiro nesse carro, Elisabeth olhe no porta-luvas (disse ana)
Ao abrir o porta-luvas do Ford de Olívia, Elisabeth se espantou, lá estavam 2 carteiras. a de Olívia e seu marido, luvas, um maço de cigarro e um isqueiro. Na carteira do marido de Olívia haviam notas de 1000 réis e já de Olívia a mesma quantia, as 3 moças se alegraram de ver aquilo, pelo menos não iriam morrer de fome. Celeste dirigiu mais um pouco por volta de 15 minutos, enquanto dirigia por ruas de São Paulo, elas entraram em um acordo, que Ana e Elisabeth dormiriam enquanto Celeste procurava uma pousada.
Ana se deitou na parte de trás do carro, tirou a peruca loira que puxava seu cabelo e dormiu rapidamente, já Elisabeth teve que dormir sentada na parte da frente ao lado de Celeste, já eram 22:46 e as moças estavam exaustas, meia hora se passou e Celeste não achou nenhuma pousada barata e que tivesse vagas então ela optou por estacionar perto de uma praça onde elas passaria a noite, perto da praça havia uma padaria, Celeste gostou pois poderia acordar cedo e pegar os primeiros pães quentes, elas iriam apenas tomar o café da manhã para pegar a estrada na tarde do próximo dia, se acomodou no banco e dormiu.

São Paulo   -    18 de Setembro de 1934

Acordei hoje por volta das 7:30 em uma praça desconhecida, dormir no carro foi uma experiência interessante e eu consegui dormir muito bem em cima da peruca, acredito que era porque eu estava muito cansada, nem Celeste nem Elisabeth a estavam no carro, quando olhei para trás percebi que elas estavam em uma padaria perto do carro, minutos depois elas voltaram com pães e café, Celeste explicou que o carro estava naquele lugar porque não havia achado nenhuma pousada para passamos a noite, quando elas chagaram da padaria Celeste já ligou o carro e saiu pelas ruas, tomamos o café no carro mesmo e ela informou que teriam que abastecer o carro para saírem de fato de São Paulo, tudo que elas mais queriam era sair daquela cidade, depois de comerem foram ao posto e encheram o tanque com o dinheiro de Olívia, ainda tinha sobrado dinheiro, depois ela pegou a estrada para sair da cidade e as duas começaram a me fazer algumas perguntas, sobre a festa, como matei Celso e etc... Sobre Celso eu contei toda a verdade, elas não ficaram bravas com o fato de eu ter o matado, disseram foi foi digno e foi uma auto defesa, na estrada conversamos muito sobre nossas vidas, expliquei tudo sobre ontem e ela também disseram muito sobre suas vidas, foi legal e foi só nesse momento que eu pude saber a idade delas, Celeste tinha 29 anos e Elisabeth tinha 28, elas eram bem jovens mas eu ainda era mais nova, sempre percebi que elas eram bem maduras e vividas, também pude saber mais sobre o relacionamento delas, quando terminamos de falar sobre relacionamentos Celeste informou que tínhamos oficialmente saído de São Paulo, foi uma sensação de alívio, pois eu pude me sentir mais alegre e segura mas por outro lado foi medonho e incerto, não tínhamos nem roupas para trocamos, nem casa nem nada, mas tínhamos esperança que tudo pudesse dar certo.

   Celeste pensou que pudéssemos ir viver em uma cidade pequena do interior, Elisabeth achou que poderíamos trocar de nome é ir ter uma nova vida no Rio De Janeiro, já que era seu sonho morar lá, já eu não tinha plano nenhum, eu iria deixar a vida me levar e ver no que ia dar.

  Passamos o dia todo na estrada, por sorte Elisabeth e Celeste também tinham comprado garrafas d'água é algo para comermos no jantar e no almoço, quando iríamos comer Celeste encostava o carro na pista e comíamos sentadas, o fim da tarde chegou e nós nos preparamos para dormir no carro mesmo, tinha sido um dia cheio, e nos ainda tínhamos medo de que a polícia ou outras pessoas estivessem atrás de nós, ainda havia sobrado gasolina e o carro estava em boas condições, dormimos no carro e havíamos decidido que seguiremos o plano de Celeste, ir morar em alguma cidade pequena no interior bem longe de São Paulo, amanhã acordaremos cedo para tentar achar alguma cidadezinha, ainda estávamos um pouco perto de São Paulo.

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