(???) - 30 de Setembro de1934
O Riacho
Ao correr desesperada pela mata molhada, Ana só pensava em uma coisa, como os policiais a encontraram, não eram os mesmos que a perseguiram na noite em que ela, Celeste e Elisabeth saíram de São Paulo, eram outros mas também de São Paulo.
Ela corria rápido pela mata, pisando em pedras que cortavam seu pé e nas folhas molhadas no chão, ainda chovia forte naquele momento, a luz da noite estava pálida e a única luz que ela conseguia ver era dos lampiões dos policiais que estavam descendo o barranco para pega-lá.
Ela estava triste por ter deixado Sérgio para trás, e arrependida por ter mudado a direção e ter feito a moto cair, mas ela tinha um plano, atravessar o riacho que estava logo ali e tentar passar a noite do outro lado, de modo em que ninguém a achasse, e ela foi, ela correu por longos 5 minutos, ate chegar no riacho, no caminho ela tinha batido em árvores, caído inúmeras vezes no chão, perdido as sapatilhas e rasgado o vestido florido quando passou por uma planta seca com espinhos, mas isso era o de menos no momento, ela não escutava mais a polícia, mas ainda agia como se estivessem logo atrás dela. Ana percebeu que o riacho estava muito, muito mais cheio que o normal (era o mesmo riacho que ela tinha visto a tarde) mas ela não desistiu, entrou nas águas frias e tentou chegar ao outro lado, mas a água estava forte e rápida demais, e para piorar sua fuga, inesperadamente um tronco de árvore de tamanho mediano passar por ela, a levando com o curso do riacho e a deixando paralisada, ela não podia gritar para pedir ajuda, para não entregar sua localização a polícia, mas ela não pensou muito no momento, estava pessimista e só tinha um pensamento "É o meu fim" enquanto ela era levada violentamente pela água a todo momento ela se afogava e tentava sair do rio, era impossível nadar naquele momento, suas meias haviam sido perdidas no rio, ela estava apenas com o vestido.
Por aproximadamente longos 15 minutos Ana lutou contra a água para não se afogar, ela já deveria estar longe de Laranjais, seu medo era de não conseguir voltar para casa, mas para sua sorte a chuva deu uma melhorada, ela continuava muito forte, mas Ana foi esperta, ela se agarrou a um arbusto na margem do riacho, onde conseguiu sair com muita dificuldade. Depois de se livrar de seus piores minutos de vida depois da fuga de São Paulo ela saiu correndo pela margem do riacho, que não haviam muitas árvores, ela não correu muito pois seus pés estavam arranhados pelas pedras do chão, seus braços e pernas corados pelos espinhos da mata.
Ana seguiu por 30 minutos até enxergar algo como uma construção, parecido com uma cada, ela se aproximou e percebeu que parecia muito um celeiro é que havia uma cerca de madeira para entrar, logo ela já havia percebido que se tratava de uma fazenda, ela usaria o celeiro para passar a noite, era seu plano, então pulou a cerca e entrou no celeiro com um pouco de dificuldade pois haviam algumas plantas envolta da cerca, o celeiro não era muito grande era feito de madeira, ao abrir a porta que fez um rangido estranho ela percebeu que haviam cestas de morangos do lado da porta junto com um lampião que estava acesso, depois viu dois cavalos uma vaca, ela não pensou muito quando viu a pilha de feno do lado das cestas, apenas se jogou e caiu no sono, o dia já tinha sido cheio demais.
Ana deve ter acordado por volta das 11:00, o dia estava com ensolarado e era a primeira vez em anos que ela acordava tarde, despertou com muita fome e toda suja, já estava seca, mas seu vestido estava rasgado e sujo de terra, assim como eu cabelo, e obviamente estava suja com o feno também, ela saiu da pilha em que tinha dormido, se limpou do feno e resolveu observar mais o celeiro. Era de um tamanho mediano, não era tão bem feito, tinha goteiras e muitas aranhas no telhado, o chão era de terra mesmo e tinha uma pequena janela encima da porta, que por sinal era muito bem feita e provavelmente uma reutilização.
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Art Deco -1934
Mystery / ThrillerUma mulher de 1934, encharcada pela chuva, correndo por uma rua vazia e escura com as luvas de renda manchadas de sangue e flashbacks de como ela matou seu marido abusivo na mesma noite. escrito com @folkhearts (wattpad) Ainda terão mais capítulos...