Laranjeiras

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Laranjais - 24 de Setembro de 1934

Era meu primeiro dia trabalhando na padaria, Elisabeth e Celeste ficaram encarregadas de ajudar Dona Eva com o preparo dos pães e bolos, enquanto eu atendia a clientela, era bem simples, eu atendia as senhoras que chegavam para comprar o pão pela manhã e servia o café, lá era muito calmo diferente da grande São Paulo. Já era tardezinha e movimento da padaria já estava bem mais calmo, então decidi observar os passarinhos que pousavam na grande janela, até que ouvi o sino da porta da padaria tocar, um homem alto de cabelos ruivos e sardas havia entrado, usando um casaco e calça preta e um suéter em um tom de azul marinho, tinha um sorriso cativante, ele veio direto a mim.

-Boas tardes senhorita, eu gostaria de um café preto com glacê e canela (disse o rapaz)
-Boas tardes, é pra já. (disse ana)
Quando Ana se virou para preparar o café e o rapaz a chamou
-Vosmecê me parece familiar, é como se eu te conhecesse de outra vida.(disse o rapaz)
Eu congelei na mesma hora, será que ele tinha ouvido algo ao meu respeito? será que ele sabia do meu passado?
-Eu creio que não, sou nova na cidade.(disse Ana meio pálida passando o café)
-É claro, nunca havia visto se me permite dizer moça tão bela aqui em Laranjais.
-Obrigada pelo elogio! aqui está o seu café, deseja mas alguma coisa? (disse ana colocando o café sobre a xícara balcão)
-Na verdade sim, desejo saber qual é o seu nome.
-Oh, só se antes me dizer o seu.(disse Ana com as o bochechas levemente coradas mas ainda com medo)
-Sérgio, prazer, também faz pouco tempo que estou aqui. (disse o homem estendendo a mão)
-Ana. (apertando a mão de sérgio)
Enquanto falavam Ana ouviu um chamado da cozinha, era Elisabeth que queria ajuda
-Ana, venha aqui por favor, precisamos de ajuda com esse bolo!
-Oh, me desculpe, vou ter que ir ajudá-las (disse Ana com um sorriso de canto)
- Não se incomode, eu também estou um pouco atrasado, vou ter que ir, foi bom te conhecer, boa tardes
-boas tardes.
-Ana venha logo, precisamos de ajuda com o bolo de um casamento, é para amanhã! (disse Elizabeth chegando ao balcão onde Ana estava)
- Quem era aquele rapaz?? (disse Elizabeth com um ar curioso)
-Apenas um cliente (disse Ana escondendo as bochechas rosadas)
- Certo, um cliente... bom venha nos ajudar temos uma encomenda para amanhã e precisamos de ajuda, Dona Eva disse que já vai fechar então você não precisa ficar atendendo, só nos ajude com o bolo.
- Certo, já vou
Ana e as senhoras passaram o fim da tarde preparando a massa e o recheio.

Laranjais  - 25 de Setembro de 1934

  No dia seguinte, praticamente as mesmas coisas do dia anterior aconteceram, eu atendi as mesmas senhoras de manhã, servi o café para os clientes que vieram a tarde, ajudei Celeste, Elisabeth e Dona Eva a confeitarem o bolo de casamento, e fiquei a o resto da tarde em uma praça embaixo de uma árvore na frente da padaria observando os passarinhos, o movimento das folhas das árvores a brisa fresca da serra em que Laranjais ficava, enquanto lia um antigo livro de receitas que eu achei na cozinha... o que não esperava era que enquanto eu admirava a cidade eu vi mesmo homem da tarde anterior entrando na padaria, fui correndo até lá para atende-lo.

-Boas tardes senhorita Ana, passou bem de ontem?! (disse sérgio)
-Boas tardes, passei sim, do que o senhor precisa? (disse ana)
-Por favor, não me chame de senhor, meu nome é Sérgio já lhe disse
-Se prefere assim Sérgio( disse Ana com as bochechas novamente coradas), bom.., com o que posso ajudá-lo ?
-Eu gostaria de um café bem preto como o de ontem por favor
-Certo, Um minuto (disse se virando para pegar o café)
-A quanto tempo está na cidade ?
-alguns dias, não faz muito tempo.(disse Ana colocando o café na xícara)
-Eu sempre passo as minhas férias aqui, meus avós moram aqui e eu venho sempre os visitar, Laranjais é uma cidade encantadora.(disse Sérgio tomando um gole do café)
-Parece mesmo..(eles ficam em silêncio observando a paisagem da praça pela janela da padaria)
-Bem, eu tenho ir (diz ele terminando de tomar o café), mas espero vê-la outros dias.
-Eu também, algum dia traga sua esposa para tomar um café.(diz Ana com um sorriso bobo)
-Eu não sou casado, estou procurando a pessoa certa; ou talvez já encontrei(disse a última frase em quase murmuro) enfim boas tardes.
-Boas Tardes, até amanhã.

Art Deco -1934Onde histórias criam vida. Descubra agora