+noany..🌸| Quando o relacionamento secreto de Any Gabrielly com seu professor de matemática é descoberto pela escola, a mãe da adolescente brasileira a envia de volta para o seu país de origem, para que a garota passe a morar com seu pai por um cer...
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-𔘓
-Ponto de perspectiva ::🥀੭ -Any Gabrielly ::🥀੭
─ Visita hospitalar ou visita comunitária? ─ pergunta minha mãe.
Pensando bem, essa não é uma decisão muito difícil de se escolher. Se eu dicidir visitar os bairros mais pobres do condado de Orange, terei de aguentar minha mãe pelo resto do dia. E, se eu escolher visitar os hospitais para fazer com que a população pense que a prefeitura da cidade é caridosa, precisarei ouvir as piadas bêbadas de Lamar no meu ouvido. A última opção me soa melhor, principalmente levando em conta que eu já precisei passar a última noite inteira ao lado de Priscila, respondendo suas perguntas vergonhosas e sem escrúpulos como se isso fosse obrigação minha.
─ Eu acho que a visita hospitalar é uma boa. ─ digo, e recebo uma piscadela do britânico em minha frente.
─ Mas eu queria te mostrar meus amigos, Any! ─ Belinha resmunga.
─ Quem sabe algum outro dia, querida?─ Priscila acaricia os cabelos cacheados da mais nova.
É estranho e até quase hilário que este algum dia talvez demore anos para chegar a acontecer. Mas, está tudo bem.
─ Vai por mim, as visitas hospitalares sempre são as melhores. ─ Lamar põe duas pastas de documentos em uma bolsa preta.
─ É, eu imagino.
Já do lado de fora da prefeitura, Priscila conduz uma Belinha ainda emburrada e de mal com a vida para dentro de seu carro. E eu, como alguém que precisa apenas esquecer a voz da própria mãe por algum tempo entro no passageiro da van que Lamar usa.
─ Você está meio tensa.
─ Eu estou com sono. ─ admito.
─ Não dormiu bem na noite passada? ─ Lamar dá partida no carro.
─ Eu não dormi nada.
Na última noite eu nem se quer consegui fechar os olhos por mais se uma hora. Isabelli resolveu pôr em dia todas as novidades que eu perdi por estar no Brasil. Tudo mesmo. Eu me sinto bem por estar a par da nova vida da minha irmã, claro, mas eu realmente não precisava saber de cada momento da sua adolescência tão detalhadamente como ela me contou. Quero dizer, agora ela é o tipo de garota que saí mais cedo da escola para beijar a boca de meninos e por curiosidade, meninas também. É duro quando você se dá conta de que o tempo passou tão rápido para algumas pessoas, enquanto outras apenas ficaram presas no tempo.
