+noany..🌸| Quando o relacionamento secreto de Any Gabrielly com seu professor de matemática é descoberto pela escola, a mãe da adolescente brasileira a envia de volta para o seu país de origem, para que a garota passe a morar com seu pai por um cer...
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-𔘓
-Ponto de perspectiva ::🥀੭ -Any Gabrielly::🥀੭
As incertezas desta vida já começaram a se passar por despercebidas ao meu ver. Isso mostra o quão acostumada com histórias incompletas eu estou, apesar ser nova. É triste que eu tenha precisado me obrigar a dizer adeus para as pessoas que eu amo, mas agora eu vejo que despedidas fazem parte da vida de todo mundo, e que de nada adianta tentar fugir delas. Perdas são inevitáveis, mas passam a doer menos quando você se prontifica a viver uma vida boa por estas pessoas que te deixaram. Mas no final das contas, você não precisa viver a sua vida por ninguém além de você mesmo. E, eu estou pronta para continuar a viver a minha.
─ Tem certeza de que quer ir de uber, querida? ─ Priscila pergunta do outro lado da linha.
─ Sim, eu tenho certeza. Você precisa voltar a cuidar desta cidade, não se preocupe comigo. ─ tento soar confiante.
─ Certo, filha. Me mande mensagem sempre que conseguir, e me avise assim que o avião pousar. ─ pede ela.
─ Tá bom. Eu prometo. Beijo, amo vocês. ─ me despeço antes de desligar a chamada encaminhada para a linha da prefeitura.
Minha relação com Priscila floresceu bastante desde que nos reencontramos, e eu acho que isso é bom. Apesar de todo o estrago que ela me causou, ela contínua sendo minha mãe. Então, eu escolhi me resolver com ela e deixar bem claro que apartir de agora, a minha vida é somente minha, e eu acredito que ela tenha entendido bem. Errar uma vez mostra que você é humano, insistir no erro mostra que você burro. E, ela sabe muito bem disso agora.
─ Tudo bem. Eu não estou esquecendo nada. ─ digo para mim mesma enquanto analiso as duas malas abertas na minha frente.
Eu não tive coragem de trazer muita coisa, já que ficaria apenas uma ou duas semanas. No entanto, o meu desleixo inevitável me fez passar horas amontoando toda a minha bagagem, e eu acredito que algum item meu ainda ficará jogado por baixo de algum móvel quando eu ir embora. Se eu ainda não me lembrei de nada, não deve ser importante.
Ouço meu celular tocar em minha mão. É uma chamada de vídeo com Savannah, então eu atendo.
─ Oi. ─ sorrio para a câmera.
Os olhinhos curiosos da australiana percorrem a tela inteira tentando me analisar, provavelmente procurando algo novo ou diferente.
─ Como estão as coisas? ─ ela pergunta animada.
Solto um longo e profundo suspiro.
─ Oficialmente, está tudo bem.
─ Humm.. e extra-oficialmente?
Dou risada.
─ Se eu começar a falar vou acabar chorando, Sav. ─ confesso.
