'Eu Não Quero Te Perder'

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Chegamos no capítulo 55 e faltam cinco para finalizar essa fanfic!

Desde já agradeço a quem esteja acompanhando e comentando. Sempre leio todos os comentários e fico contente em recebê-los. Então... Obrigada!

E boa leitura!

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Capítulo 55

Pov Autora

A arma que Zulema segurava seguia apontada para a cabeça de Macarena, a mulher precisou fazer um esforço enorme para destensionar seus músculos que estavam mais do que preparados para atirar caso encontrasse ali um desconhecido qualquer. A loira, por sua vez, tentava despertar, não se lembrava onde estava, dormiu tanto que permanecia com a estranha sensação de se perguntar o porquê de não estar em seu quarto. Aos poucos Ferreiro se recorda da noite em que discutiu com sua mãe, de ter ido para a casa de Zahir e de ter, naquela tarde, se recostado no sofá exausta por aguentar seus próprios pensamentos. Ela vê a arma sendo abaixada e em um lento movimento a morena a coloca em cima da mesa de centro e se senta em uma das poltronas que ficavam próximas do sofá. A mulher aguarda que obtenha uma resposta para sua pergunta enquanto observa a outra bocejando e se ajeitando no móvel à sua frente. A voz de Maca sai rouca por ter acabado de acordar e ela responde que:

- Minha mãe... M-minha mãe sabe que sou lésbica. Eu terminei com Fábio recentemente, mas ele deixou um bilhete e... - ela tentava organizar os pensamentos que chegavam enquanto falava - ela encontrou meu diário e... Eu conheço a letra dele! Foi ele quem deixou o bilhete em algum lugar. E... - a garota desaba não sabendo mais o que estava explicando.

Nesse momento Zahir se aproxima a puxando para envolvê-la em seus braços. Enquanto acaricia seus cabelos ela permanece esperando que lhe diga o que aconteceu.

Pov Zulema

- No diário eu escrevia sobre qualquer coisa... Sobre tudo... E minha mãe descobriu, Zule! Ela leu o que escrevi sobre a gente, sobre o que sinto por você. - por alguns instantes percebo que ela se arrepende do que dissera no final, mudando o tempo verbal da frase - sobre o que eu sentia por v-você.

Depois disso longos minutos se passam e me parece uma eternidade escutar aqueles soluços, apesar de estarem abafados pelas suas próprias mãos que procuravam impedir o som de sair, isso me torturava.

Eu permanecia tentando em vão acalmá-la, como se passar a mão em sua cabeça fosse diluir o que estava sentindo. Depois de um tempo, felizmente, ela consegue me contar tudo novamente, na ordem em que aconteceram as coisas, em detalhes e sem chorar. Isso faz com que uma pontada de arrependimento atinja o meu peito me fazendo pensar o quanto fui covarde por não fazer o mesmo assim que o inferno com Esther começou.

Para tranquilizá-la lhe digo que:

- Vamos resolver tudo isso... - mal me reconheço dizendo tal coisa, já que sequer estamos juntas mesmo que ela tenha terminado com o otário do Fábio.

E acho que minha frase soa tão estranha para ela quanto soara para mim, pois a garota me faz uma expressão confusa. Cerro meus olhos por dois segundos para não encará-la, para não ver que os dela esperavam por mais palavras que não estavam saindo de minha boca.

Mas nesse momento lembro da voz de Saray, insisiva e insistente, repetindo constantemente durante o período que estive com ela que, assim que eu retornasse, seria justo com a loira contar-lhe tudo o que aconteceu e tentar deixar as coisas bem resolvidas entre nós. Isso era algo que me demandava enorme esforço, pois teria que recordar das cenas que vivi com Esther e exatamente por isso agora quem não conseguia controlar as lágrimas que se formavam era eu.

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