Capitulo 5

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Temari//

Após ser deixada sozinha, passei a pensar no que Shikamaru havia dito. Era difícil admitir, mas ele não estava errado. Iriamos começar a passar o dia todo, praticamente, juntos. Dividíamos um quarto, pra piorar.

Assim que os pedidos chegaram, pedi para embalar o de Shikamaru para viagem e me concentrei em meus nikumans. Estava faminta.

Passei a refeição toda reprisando o que o moreno tinha falado para mim. Quando saí, já tinha tomado uma decisão. Eu poderia fazer um esfocinho para melhorar a convivência com Shikamaru.

Ao chegar no quarto, encontrei meu "noivo" dormindo profundamente no sofá. Me arrumei para dormir o mais silenciosamente possível e capotei na espaçosa cama.

...

Despertei com um raio de sol, que entrava pela cortina mal fechada do quarto, batendo em meus olhos. Me espreguicei e vi que Shikamaru ainda se encontrava dormindo, encolhido no sofá.

Decidi tomar um banho para começar bem o dia e conseguir manter meu bom humor.

Deixei a roupa que dormi em cima da pia e fui para o chuveiro. A água fresca contrastava com o clima desértico de Suna e relaxava todos os músculos do meu corpo. Ás vezes tudo que uma pessoa precisa é lavar o cabelo.

Fechei o chuveiro e me enrolei na toalha. E foi aí que me dei conta. Não tinha trazido roupas para o banheiro. Logo pensei em voltar para o pijama, mas, quando o peguei, ele estava encharcado. Estava tão distraída que o tinha deixado em cima de um poça na pia.

Não restava muitas opções, poderia pedir para Shikamaru pegar um troca de roupas para mim, mas só a ideia de ele mexendo nas minhas gavetas já me deixava vermelha.

Ele teria que se virar ou se retirar.

Certo. Vamos com calma, Temari.

Abri a porta do banho de vagar, passei minha cabeça pelo vão e avistei Shikamaru, ainda dormindo.

- Shikamaru - e nada.

- Shikamaru- falei mais alto, mas ele nem se mexeu.

- Shikamaruuu - tentei o mais alto sem gritar, era uma situação constrangedora demais para um grito.

Ele apenas se virou no sofá. Se o sono dele é pesado assim, não vai acordar com o meu barulho pegando roupas. Pelo menos, eu espero que não.

Saí do banheiro e fui até o guarda roupas no maior silêncio. A porta rangeu um pouco ao ser aberta.

Droga.

Virei para conferir o preguiçoso, que ainda estava na mesma posição.

Voltei minha atenção para o armário novamente e me abaixei para abrir a primeira gaveta da parte de baixo.

Então, escutei uma tosse. E me ergui em um ato-reflexo.

Shikamaru//

Não sei exatamente quando acordei, mas ao abrir os olhos me deparei com uma loira prestes a se abaixar, apenas de toalha. Que situação complicada. Tinha que pensar em uma solução rápida, ou acabaria vendo mais do que deveria e, com certeza, Temari não deixaria barato. Não sei o que deve se dizer nesse tipo de situação, então optei por apenas chamar sua atenção e deixa-la ciente que eu não estava dormindo. Fingi uma tosse e tentei não olhar diretamente para ela. Parece que funcionou.

- A-achei que estava dormindo - ela estava desconcertada e levemente corada.

- Eu estava, acabei de acordar - expliquei.

- Percebi - ela tinha se recuperado. O rubor em suas bochechas se dispersando aos poucos - Pode pelo menos olhar pra lá? - disse estressada.

- Ah, claro - cobri meu rosto com meu travesseiro.

Escutei o que julgo ser uma gaveta se abrir e logo se fechar. Então, outra sequência desses mesmos sons. 

Percebi passos pelo quarto e uma porta se abrir e fechar. E ouvi Temari dizer com uma voz abafada.

- Já entrei no banheiro. 

Então tirei o travesseiro.

Logo notei que ela tinha deixado a porta do guarda roupa aberta. Já tinha que pegar uma roupa pra me trocar, fui até lá e aproveitaria para fechar a porta para ela.

Não pude ignorar os porta retratos na segunda prateleira do armário. Em uma foto, ela, criança, com os irmãos e um homem de cabelos castanho claro. No outro havia apenas uma mulher, os cabelos da mesma cor do homem da primeira foto.

Não imaginava que ela tivesse um lado sentimental. Acredito que todos temos, mesmo sendo treinados pra suprimi-lo, somos humanos a final.

Mas era Temari, sempre fria, nunca dava abertura para ninguém. Pelo visto, tinha muito sobre ela que eu não sabia.

Escuto um barulho vindo do banheiro que me desperta de meus pensamentos, fecho a porta do guarda roupa rapidamente e me direciono a minha parte dele. Começo a pensar como já não sentia mais nada da raiva que senti ontem a noite. Sempre superei coisas assim facilmente, era muito trabalhoso guardar rancor por coisas pequenas, e hoje era um novo dia.

A porta do banheiro foi aberta e de lá sai uma Temari com a mesma roupa de ontem, mas agora  com o famoso leque preso às costa por um cinto vermelho, descalça e secando o cabelo com uma toalha.

A olhei, sem me virar, por cima do ombro, de cima a baixo, demorando um pouco em suas pernas. Logo me corrigi. O que estava acontecendo?

Rezando para que ela não tenha notado, volto minha atenção ao guarda roupas e o abro.

- Banheiro liberado.

- Obrigado.

Peguei a primeira roupa que vi na frente e entrei no banheiro pra me trocar. Lá dentro, o perfume da loira preenchia cada centímetro do cômodo, não era muito doce, mas mais cítrico. Era cheiroso, não havia como negar.

Respirei fundo e clareei meus pensamentos. Então, comecei a me trocar.

Uma história de amor e ódio {{Shikatema}}Onde histórias criam vida. Descubra agora