Capítulo 12

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Shikamaru//

Atendi a porta e era Ayato.

- O Hokage está esperando por vocês.

-Certo, já estamos indo.

Chamei Temari e expliquei a situação.

Nos despedimos rapidamente de minha mãe e seguimos Ayato até o edifício do Hokage. Andávamos próximo e trocávamos olhares de vez em quando, mas nos mantivemos em silêncio durante o caminho.

Batemos à porta do gabinete de Naruto.

-Shikamaru, Temari, esperam que tenham descansado um pouco - ele logo começou.

Nós assentimos.

-Bom, uma pequena casa aqui perto foi preparada para receber vocês e poderão se acomodar daqui umas 2h. Estão finalizando uma faxina, porque o imóvel estava fechado até hoje.

Agradeço.

Naruto sorriu e entregou uma chave à Temari.

-Shikamaru pode levar sua noiva para dar uma volta pela vila enquanto isso - o Hokage sugeriu.

-Claro - aceno com a cabeça.

Acertamos os últimos detalhes e saímos do edifício, sozinhos dessa vez.

Andávamos aleatoriamente pelas ruas de Konoha, em um silêncio desconfortável.

Acho que devia falar sobre aquele beijo e o que ele significou, mas não sei quando seria uma boa hora.

-Acho que devemos comprar comida para levar para a casa - ela começou.

Eu estava prestes a concordar quando escuto uma voz familiar me chamar.

-Shikamaru!

Era Ino. Nem tinha me dado conta que passávamos em frente a floricultura da família dela.

Ela veio correndo em minha direção e se pendurou em meu pescoço, me abraçando. Não reagi por alguns segundos, enquanto processava o que se passava, mas logo a abracei de volta, um pouco sem jeito.

Não demorou para nos afastarmos. E, então, Ino se deu conta da presença de Temari.

-Se lembra da Temari, não? Irmã do Gaara - me sentia na obrigação de apresentá-las.

-Claro - Ino respondeu simpática- Como vai?

-Bem, na medida do possível - a princesa da areia respondeu sem ânimo.

Ino fez uma careta discreta que não foi notada por Temari, que olhava distraída para o outro lado da rua.

-Não sabia que já tinha voltado de Suna - Ino se direciona a mim.

-Acabamos adiantando a viagem - respondi, não prolongando mais o assunto.

- Nem os parabenizei pelo casamento, onde estou com a cabeça?

Agradeci, um pouco sem graça.

Temari sorriu, mas a conhecia bem o suficiente para saber que aquele não era um sorriso de verdade. Suas pálpebras inferiores não se curvaram como quando realmente sorria.

Será que perdi algo?

-Vocês já encontraram o Choji? - Ino perguntou.

-Ainda não, chegamos a pouco tempo - respondi.

- Ele estava ansioso para ver o novo casal.

Coloquei uma de minhas mãos na nuca.

-Devemos cruzar com ele, eventualmente.

Minha amiga concordou e se despediu, dizendo que precisava voltar para a loja.

Temari e eu caminhamos por mais um tempo, mas o clima entre nós havia mudado de novo. Ela estava sempre séria, era seca ao me responder  e olhava para todos os lados, menos para mim.

O que aconteceu? Deve ter algo a ver com o encontro com a Ino.

Que complicado.

Temari//

Ao me deparar com a garota se pendurando no pescoço de Shikamaru senti um estranho aperto no peito.

O que seria isso?

Desde então estou evitando meu falso noivo, o que não era fácil, já que mal conhecia algo ou alguém por ali. Mas, também, era uma reação natural, eu sentia isso.

-Está tudo bem? - depois de algum tempo ele perguntou, com cuidado.

-Está - me limitei a dizer.

É lógico que não estava, como ele podia não perceber?

Ele não falou mais nada, o que só serviu para me irritar.

-Só não acho que seja bom para a missão as pessoas verem você com outra agarrada no pescoço - não me contive e disse - Só isso.

-Sei... - ele me encarou de forma estranha.

-O que foi?

-Tive a impressão de que estava com ciúme - ele coloca as mãos na nuca com os olhos fechados, mas está sorrindo.

-L-Lógico que não - sinto meu rosto esquentar - Só estou preocupada com a missão.

- Se é só isso mesmo...

-É sim - o corto.

-Eu ia dizer que todos por aqui sabem que a Ino é minha amiga de infância e nossas famílias são próximas. Ah, e que ela está saindo com o Sai e está muito afim dele.

Sinto minhas feições relaxarem conforme Shikamaru fala.

Ele pisca para mim com o olho direito e continua com o mesmo sorriso presunçoso.

-Muito bom, então. Nossa missão não está em risco assim - digo. Eu não ia ceder para ele.

-Pois é. E você não precisa ficar com ciúme - Nara estava me provocando. Perdeu a noção do perigo, só pode.

Mas se ele acha que iria me vencer, está muito enganado. Posso jogar o jogo dele.

Arqueio as sobrancelhas e dou um passo em sua direção, ficando na ponta dos pés e diminuindo o máximo que pude a distância entre nós. Apoio minha mão esquerda em seu peito.

-Ah, eu sei disso, Shika - falo de vagar, olhando em seus olhos. E, então, me afasto, procurando prestar atenção em qualquer outra coisa.

A cara de perdido em seu rosto me fez ter que segurar um riso. Geralmente, quando se trata desse tipo de assunto eu que fico perdida, é uma das poucas coisas que abalam minha postura. Nem eu sei como pude fazer aquilo, mas estaria mentindo se dissesse que não gostei.

Após algum tempo o clima estranho que tinha ficada entre nós passou e terminamos de comprar alguns mantimentos para a casa. Quando percebemos, nossas 2h livres tinham passado e nos dirigimos para o imóvel. Uma senhora nos esperava na frente da porta de entrada.

-Vocês são o casal que ficará aqui? - ela perguntou quando paramos ao seu lado.

-Sim - respondi, um pouco sem graça.

-A faxina foi finalizada há alguns minutos. Eu estava esperando por vocês para a casa não ficar aberta sozinha - ela explicou.

- Me desculpe. Não queríamos incomodar -  me apresso em dizer.

-Tudo bem, não esperei muito tempo - ela sorria - Mas agora preciso ir. Vocês formam um casal muito bonito - ela disse sorrindo e se despedindo com um aceno.

Nara agradeceu. Ambos estávamos com as bochechas rosadas.

Uma história de amor e ódio {{Shikatema}}Onde histórias criam vida. Descubra agora