Capítulo 10

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Shikamaru//

Depois do ocorrido, resolvemos andar mais um pouco e paramos muito tarde da noite. Dessa vez, pararíamos por poucas horas, Temari assumiu o lugar de Mika na guarda de Gaara e eu fiquei de vigia do acampamento e da espiã.

O tempo passou rápido, com Mika dormindo e sem nenhum sinal de perigo. 

Quatro horas depois, saímos para o último trecho do caminho até Konoha, e ainda estava um pouco escuro.

Inaho tinha assumido a vigia de nossa espiã e a conduzia pelo caminho.

Temari e eu viajávamos lado a lado, ambos bem cansados, então reinava um silêncio entre nós, mas um silêncio confortável.

...

Um bom tempo depois do amanhecer, chegamos na vila, e eu só queria hibernar, dormir no mínimo 14 horas seguidas, mas ainda tinham alguns detalhes sobre a missão a serem acertados.

Inaho e Yakku se direcionaram ao departamento de interrogação com Mika. Ino entraria em sua mente e grandes avanços seriam feitos.

O restante de nós fomos para a mansão do Hokage, onde Gaara dispensou Ayato.

Estando apenas os que sabiam da real missão dentro do gabinete, decisões começaram a serem tomadas. Como chegamos cerca de meio dia antes do previsto, o local que eu ocuparia com Temari ainda não estava pronto para nos receber.

Foi decidido que, provisoriamente, nós ficaríamos na casa da minha mãe e só a noite nos instalaríamos efetivamente.

A cerimônia de apresentação seria no dia seguinte, os pormenores nos seriam passados  pela manhã e logo antes do evento, com foi em Suna. Teríamos o resto do dia de hoje "livre", desde que não abandonássemos a missão principal.

Logo fomos dispensados.

-Para a casa da minha mãe, então - coloco as mãos na minha nuca.

-Pelo visto, sim - Temari diz, nada animada.

Conduzo ela até a casa e paramos em frente a porta. Ambos respiramos fundo.

-Não esperava conhecer sua mãe logo de cara - ela começa.

-Não tem porque ficar nervosa. Certeza que vai sobrar tudo para mim - respondo e bato à porta.

Tenho a impressão de que ela prendia a respiração. Seguro sua mão como se fosse o mais natural a fazer.

Ela me encara.

-Ela já sabe. O hokage mandou avisar, lembra?

-Ah, certo - ela estava corada e fazia um biquinho.

O pensamento de que ela fica muito bonita assim cruza a minha mente.

A porta se abre e vejo o rosto da minha mãe. Ao notar que somos nós, ela dá um pequeno sorriso para Temari.

-Não estava esperando vocês tão cedo. Entrem - ela deu espaço para passarmos.

Entramos em casa e nos sentamos na cozinha.

-Vocês estão bem? - minha mãe perguntou.

-Estamos sim, só um pouco cansados - respondi. Temari apenas sorriu, concordando.

- Como foi a viagem?

-Tivemos uns imprevistos, mas nada que não pudéssemos contornar - falei.

Minha mãe, desistindo das formalidades, tocou no assunto que eu sabia que ela realmente queria saber.

-Então, Temari, não é? - ela começou, fitando-a.

-Sim.

-Me conta como foi que você e meu filho acabaram ficando juntos - Ela se virou para mim, franzindo as sobrancelhas - Porque se depender desse aqui, eu não fico sabendo de nada.

Temari//

Shikamaru e eu não combinamos história nenhuma, então, eu comecei com a verdade.

-Bom, a gente se conheceu no Exame Chunin, aquele em que o Orochimaru invadiu a vila. Chegamos até a batalhar um com o outro nas finais.

Ela prestava atenção em cada sílaba minha.

-Nos encontramos outras vezes, em missões conjuntas das duas vilas, durante a Quarta Guerra e em reuniões dos kages - o que não era totalmente mentira.

Olhei para ele, que acenou com a cabeça, dando certo crédito ao que estava dizendo, e me encorajando a continuar.

Então, não estou me saindo mal, acho.

-Bom, aí, a senhora sabe como é, a gente acabou se aproximando - acabei me enrolando um pouco.

Tomara que ela pense que é timidez.

-Então, um dia, depois de uma reunião em Suna, eu tomei coragem e convidei ela para jantar - Shikamaru  interveio, me ajudando.

-Quem diria, você tomando iniciativa para algo, filho.

Deixo escapar uma risada.

Então, foi isso que ele quis dizer com "vai sobrar para mim".

-Desde esse dia, a gente passou a conversar mais e sobre coisas diferentes de trabalho, desenvolvemos uma certa intimidade - disse tentando ajudar o Nara.

-Isso - ele concordou.

-E como foi o pedido? - senhora Nara disparou, empolgada.

Puts. Como foi o pedido?

-Foi...bem simples - comecei - E eu não gostaria que não fosse assim também.

-E depois eu falei com o irmão dela - Shikamaru me cortou.

-Não que isso fosse preciso.

Em que época ele acha que a gente vive? 

Mas me poupou de pensar em pormenores do pedido, então não foi de todo ruim.

A senhora Nara deu uma leve risada.

-Já gostei de você.

Um misto de felicidade e culpa surge em meu peito. Consigo apenas dar um pequeno sorriso em agradecimento.

-Vocês precisam descansar - ela disse se levantando - Eu vou ao mercado buscar algumas coisas para o almoço. Já que um certo alguém não me avisou que teríamos visita - seu tom se tornou mais agressivo.

-Não deu tempo, mãe - Shikamaru falou como uma criança.

-Eu não quero dar trabalho - disse, vendo a confusão se formar.

-Imagina - senhora Nara respondeu doce novamente - Eu já vou indo. Fique a vontade.

Ela foi em direção a porta e se despediu com um aceno, deixando eu e Shikamaru sozinhos.

Uma tensão se instalou no ambiente. Não era a primeira vez que nos encontrávamos em uma situação desse tipo. Mas algo estava diferente.

Shikamaru coloca uma das mãos na nuca antes de começar a falar

-Podemos deixar nossas coisas provisoriamente no meu quarto.

-Por mim, tudo bem - concordei.

Ele foi na frente, me mostrando o caminho, e eu o seguia de perto. 

Eu estava bem sem jeito com toda aquela situação, estar na casa dele, conhecer a mãe dele, ir para o quarto dele.

De repente ele parou em frente a uma porta fechada, que deduzi ser seu quarto.

Uma história de amor e ódio {{Shikatema}}Onde histórias criam vida. Descubra agora