Capítulo 7

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Temari//

Meu irmão gosta mesmo do mal feito.

Mas não posso negar que iria gostar de ter essa oportunidade.

- Ah, não. Isso iria dar muito trabalho - disse meu "noivo" - Não precisamos fazer isso.

- Não precisam, mas colocaria um fim nesse dilema de uma vez. Ou você está com medo de perder? - Kankuro o desafiou.

Achei melhor intervir. Primeiro que não gostava que falassem por mim. Segundo que por algum motivo desconhecido, não gostei de ver meu irmão falar daquele jeito com Nara, apesar de eu fazer o mesmo.

-Deixa o cara, Kank - disse, o mais indiferente que pude.

- Se você quiser, eu não me importo - respondeu Shikamaru.

- É assim que se fala - incentivou meu irmão - Eu posso ser o supervisor, prometo ser imparcial. Então, para suas posições, vamos começar - ele estava animado.

Já estávamos ali mesmo, por que não?

A luta começou calma, estávamos mais distantes, arremessando kunais. Já tínhamos uma noção do estilo de batalha um do outro. Após alguns minutos, saquei meu leque. Ele se distanciou.

Abri até apenas a primeira lua, o encarei diretamente nos olhos, dei alguns passos e desferi meu ataque.

Ele tentou desviar, mas pegou de raspão e o atirou na  parede, não tão forte quanto um ataque direto e ele logo aterrissou agachado no muro.

Escuto Kankuro gritar.

-Agora essa luta começou mesmo.

Mais alguns minutos se passaram, em uma luta mais intensa, tanto que havia machucado meu pulso direito ao me defender de uma shuriken lançada por uma segunda sombra de meu oponente, enquanto escapava de uma primeira delas. Até que chega em um ponto em que me vejo encurralada entre Shikamaru e a parede. Logo fui pega pelo jutsu enforcamento pela sombra.

Após alguns instantes imóvel, minha pressão se acalma e me dou conta da situação em que me encontro. De frente para Nara, ele me encarava diretamente nos olhos. Apesar de seu jutsu ser de longa distância, a batalha havia nos deixado bem próximos. Mais próximos do que me deixava confortável, e o mais próximos que havíamos estado, com exceção...daquele maldito beijo. E ainda tinha aquelas sombras negras subindo pelo meu corpo que não ajudavam em nada.

Ele parece um pouco sem graça, agora noto. Por breves segundos nos perdemos no olhar um do outro.

O que estava acontecendo?

Começo a sentir o apero em meu corpo se afrouxar, e então volto a realidade. Olho para cima e vejo uma nuvem que começava a cobrir o sol, essa era minha chance. Volto a encarar o moreno a minha frente, arqueio minhas sobrancelhas e libero meu braço direito, que segurava meu leque, o mais rápido que pude, passo meu pulso machucado por minha arma, realizando um jutsu de invocação.

Kamatari aparece desferindo um golpe com sua foice que, juntamente ao vento liberado, desequilibra Shikamaru, me libertando de seu enforcamento pela sombra.

Não perco tempo e lanço um jutsu foice de vento em direção a ele, que ainda não se recuperou totalmente do meu ataque anterior, o acertando em cheio. Fecho o leque e vou correndo em direção a Nara.

- Acho que já deu por hoje - escuto Kankuro intervir, vindo em nossa direção - Amanhã vocês sairão de viagem, não devem estar muito debilitados.

Ele nos alcançou. Shikamaru, agora, estava sentado e eu em pé ao seu lado.

- E se souberem que fui responsável por vocês se machucarem, posso ficar encrencado.

- Como se você fosse nossa babá - ri irônica.

Shikamaru//

A caminhada de volta para o imóvel do Kazekage foi mais custosa do que a da ida ao centro de treinamento. Agora, estava cansado, sujo e com fome, mas logo resolveria todos esses problemas.

Quando chegamos no quarto, ele já havia sido limpo e arrumado. Peguei minhas roupas e fui direto para o banheiro. 

Enquanto a água fria caia em meus ombros, repassava a luta em minha cabeça. Quem teria ganhado se tivéssemos ido até o fim? Temari conseguiu se desvencilhar  do meu jutsu por um golpe do acaso. Mas sei que não posso subestimá-la.

E teve aquele momento...estávamos cara a cara, a menos de dois passos um do outro. Acho que nunca estive tão perto dela. Quer dizer, teve aquele beijo, mas não é a mesma coisa.

Temari também não demorou no banho o logo estávamos voltando do jantar. Sairíamos no dia seguinte de manhã em direção a Konoha, então não demoramos para ir dormir.

Após alguns minutos deitado na cama (era meu dia de dormir nela), vejo a porta do banheiro se abrir e a loira sair. Estava usando uma camiseta branca larga e um short preto bem curto. Era a primeira vez que a via com roupas de dormir. 

Era uma boa visão, não podia negar. Me obriguei a desviar meu olhar, antes que ela resolvesse me agredir.

Ela se acomodou no sofá.

- Tem certeza que não quer dormir na cama?

-Sim, não tenho problema com dormir aqui. E é o que combinamos - ela disse séria.

-Certo. Só me certificando. Até porque viajaremos amanhã.

-A apresentação em Konoha - ela pareceu pensativa - Está nervoso por ter que mentir para seus amigos e familiares?

-Sabia que isso aconteceria quando topei esse plano. Não que eu goste da ideia, mas é um mal necessário - conclui - Como foi para você?

-Bom, eu também não gosto nem um pouco de mentir para Kankuro, mas é como disse, um mal necessário.

-Falando nele, parece que ele se divertiu hoje a tarde - sorri de lado.

-Ele gosta do mal feito, é um fato - pude notar que ela estava sorrindo também.

-Você é tão forte quanto me lembrava - soltei.

-E você parece menos com um bebê chorão - ela ria, agora.

-Ei! Eu não pareço em nada com um bebê chorão - ri também.

-Tá bom, preguiçoso - tinha uma pitada de ironia em sua voz, mas nada de agressivo.

 -Problemática - retruquei, ainda de bom humor.

-Vamos dormir logo, teremos um longo dia amanhã - conseguia notar que ela ainda estava sorrindo pelo jeito que falava.

-E nada de horas de sono o suficiente. Boa noite, Temari.

-Boa noite, Shikamaru.

Uma história de amor e ódio {{Shikatema}}Onde histórias criam vida. Descubra agora