Capítulo 1

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''O maior sonho de alguém que não sabe amar com certeza é o amor.''

Wiliam Shakespeare

Nasci em uma pequena e simples família. Meu pai, Eiji, era o melhor pai do mundo para mim. Mesmo com pouco dinheiro, eu era rica de amor. Ele era o meu melhor amigo. Brincava até de boneca comigo quando pedia. Meus 11 anos de vida foram incríveis, até a chegada de uma péssima notícia; meu pai estava com um caso sério de câncer.

Ele morreu dias depois do meu aniversário de 12 anos. Antes de morrer, me disse uma coisa que levei para toda a vida:

''Não importa a dificuldade, não importa o quão difícil seja viver nesse mundo, nunca, jamais, deixe de sorrir.''

Desde então, vivi como ele dissera. Mesmo convivendo com a minha mãe, Hana. Mamãe nunca me tratou igual meu pai fazia. Não brincava comigo, não sorria para mim, nem me dava um carinho sequer. Nossa relação era de dois estranhos, com alguns ''bom dia'', ''boa tarde'' e ''boa noite'' de vez em quando. E com 13 anos, uma surpresa bateu na nossa porta. Mamãe arranjou um namorado que pouco depois, veio morar conosco. Sempre tive um certo sexto sentido que reconhecia pessoas que não prestavam de cara. Com ele não tinha sido diferente. Claro que o tratei bem como sempre tratei todos. Mas Yuzu tinha algo que me fazia ficar com o pé atrás.

Eu queria tanto estar errada em relação a ele. Mas não estava. Tinham vezes que eu ficava sozinha com ele e o mesmo passava a mão em mim. Não gostava daquilo, tirava sua mão de mim mas acabava levando um tapa. Na primeira vez, retribuí o golpe e acabei apanhando. Contei para a minha mãe e a sua reação foi diferente do que tinha imaginado.

Ela segurou meu rosto com força, disse que finalmente estava feliz, que ele a fazia se sentir melhor do que quando estava com meu pai e que eu não iria estragar isso. E se eu estragasse, destruiria minha vida. Fiquei em choque. De madrugada, cobria meus ouvidos com os travesseiros para não ter que escutar seus gemidos. Foi quando, logo depois, Yuzu entrou e começou a passar a mão em mim.

Tentei sair, mas ele me puxou com força pelos cabelos e continuou. Afinal, o que eu poderia fazer? Não tinha amigos de verdade, minha mãe não ligava e não tinha outros parentes. Apesar de tudo eu vivia sorrindo para os outros. Assim que fiz 18 anos, vi que meu corpo estava maior e que estava atraindo mais olhares dele. Sem que soubesse, comecei a procurar um lugar para morar, já que trabalhava como garçonete em uma lanchonete.

Meu patrão, que era super gente boa, me disse que colocaria o pequeno apartamento de cima para alugar. E disse que se eu trabalhasse em horas extras, deixaria eu morar ali de graça, logo aceitei. O apartamento era pequeno, mas já era tudo o que eu mais queria. O quarto era dividido com a cozinha e o banheiro ficava em um pequeno corredor. Não era bom, era perfeito! Finalmente sairia de casa e me livraria deles.

Fui para casa pensando no que levaria. Não queria levar coisas que me fizessem lembrar dos momentos que passei naquela casa. Decidi levar apenas as minhas roupas, minha cômoda que meu pai tinha feito, meu armário e objetos pessoais, incluindo um porta retrato meu e do meu pai, que eu mesma tinha feito com palitos de picolé quando tinha 9 anos.

Naquela mesma noite, escutei minha mãe discutir com Yuzu. Não teve gemidos durante a madrugada, o que me deixou feliz. Só que a felicidade não durou muito. Olhei pela janela e percebi que ela tinha saído com suas amigas. Tranquei a porta do meu quarto e fui dormir. Quando estava no melhor do meu sono, escutei a porta ser arrombada, levantei assustada e ele veio na minha direção.

—O que quer? — Perguntei recuando.

—Você, minha garotinha. — Seu olhar era medonho.

Entendi o que queria. Tentei sair pelo outro lado da cama, mas meu pé foi pego e me puxou por ele. Me debati, tentei de tudo, mas ele era mais forte. Arrancou meus shorts, minha calcinha e tirou seu membro. Minha boca foi tampada com força por sua mão, quase me sufocando. Me penetrou de uma vez, com força e rápido. Se aproximou e disse bem perto do meu ouvido:

—Quero que se lembre bem desse momento. Para que quando pensar em dar para alguém, lembre que você é, e sempre será minha e de mais ninguém.

Aquela foi a pior coisa que tinha me acontecido. Depois de ter jorrado tudo dentro de mim, saiu tranquilamente. Tive que lutar contra a dor no dia seguinte para ir comprar um remédio e ir trabalhar. Sabia que agora, tinha que me apressar, ele poderia tentar outras vezes e eu não poderia deixar isso se tornar uma rotina.

 A chance veio quando descobri que Yuzu iria sair em uma viagem de três dias. Assim que ele saiu pela porta, liguei para o meu patrão, que veio com a sua caminhonete me ajudar. Mal acreditava que finalmente sairia de casa e me livraria deles. Não dei meu endereço para a minha mãe, para não correr riscos.

...

—Obrigada, senhor Teuchi. — Disse ao receber a chave.

—Disponha, minha querida. Espero que goste daqui.

—Já gosto.

O apartamento já tinha uma cama e uma geladeira. Até ter dinheiro para comprar um fogão, fui pedindo comida, ou recebia comida da senhora Teuchi, que era um amor de pessoa. As coisas estavam melhorando para mim. Sentia que nada poderia estragar a minha alegria.

...

Escutei batidas na porta.

—Já vou, já vou. — Falei secando meu cabelo com a toalha e abrindo a porta. —Se for algum vendedor de rua, saiba que eu...

Parei ao ver um homem alto e cabelos escuros, trajado em um terno elegante. – Minha nossa, como ele era bonito.

—Senhorita Emi? — Estremeci com sua voz.

—E-Eu mesma.

—Venha comigo. Seu futuro lar a aguarda.

Meu Mafioso - Kakashi Hatake _ContinuandoOnde histórias criam vida. Descubra agora