Capítulo 31

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"Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender."

Emi

Passei a tarde passeando com Naruto e Itachi, conversando e rindo bastante. Nos momentos de silêncio, pensava no que conversaria com minha mãe. Queria obter mais respostas, saber mais dela e de seu passado. Só de pensar que quase tudo poderia ter sido diferente sem Yuzu na nossa vida, sentia raiva. Lembrar das palavras de minha mãe, imaginar ele a drogando, tornando-a uma dependente química... não tinha palavras para dizer o quanto o odiava.

Ele estava morto agora, mas hoje em dia gostaria que eu mesma tivesse o matado. Na época, eu com certeza teria medo, hoje em dia apertaria o gatilho sem pensar duas vezes. Gostaria de tê-lo feito pagar. Mas não poderia ficar presa ao passado mais, agora tinha que focar no meu presente e futuro.

...

—Fiquem à vontade. — Mamãe nos disse, abrindo a porta do seu apartamento e entrando depois de nós. —Trarei vinho.

Enquanto a esperava, olhava o apartamento. Paredes e piso eram brancos, cozinha e sala dividiam espaço, separados apenas por um balcão branco. Os móveis do local eram de madeira clara, a mesa e portas que levavam à varanda eram de vidro, o que nos permitia ver bem lá fora; tinha uma bela vista da cidade e do mar.

Itachi e Naruto ficaram na sala, enquanto mamãe e eu fomos para a varanda. Recusei o vinho e tomei apenas um suco de limão. Nos sentamos em cadeiras de madeira e eu comecei com as perguntas.

—Ainda é dependente química?

—Estou em tratamento, mas melhorando bastante de acordo com os médicos. — Ela respondeu, bebendo um pouco de sua taça.

—Se perdoa? Ou ao menos, pensou em me pedir desculpas? — Perguntei mais séria, colocando minha taça na mesinha ao lado.

—Sinceramente, não. — Antes que eu falasse, ela levantou a mão para continuar, mantendo sua expressar séria. —Se eu não me perdoei, não teria como ir te pedir por isso. O que fiz foi errado, não tem perdão, nem sequer tenho direito de ser chamada de mãe.

—Mas isso não depende só da senhora. — Falei. —Eu pensei bastante. Muita coisa poderia ser diferente se Yuzu não tivesse entrado em nossas vidas. Poderíamos, talvez, ter nos falado direito. Com isso, eu teria a ajudado e poderíamos ter tido um restaurante juntas. Mas eu acredito que para tudo há uma razão. Acredito que nós duas amadurecemos mais, nos tornamos mais fortes com o passado e temos pensamentos diferentes de antes. A senhora querer falar comigo já é algo. Sério, quando foi que conversamos assim? Nunca, não é? Mesmo assim, aqui estou. E se estou aqui, é porque quero que tenhamos um laço bom.

Parei e respirei fundo. Notava que tinha a deixado pensativa.

—Dona Hana, — a chamei —se estiver disposta a melhorar nossa relação, estarei também. Nunca é tarde para recomeçar. Quem sabe, assim, a senhora poderia se perdoar. — Olhei meu celular e vi que estava tarde. —Melhor eu ir. Te deixarei pensando e pedirei que Itachi deixe meu número. Se precisar, é só ligar.

Mamãe nos acompanhou até a porta e nos despedimos. Voltamos para o nosso hotel, fui direto pro meu quarto e tomei um banho demorado. Saí quando Itachi anunciou que a janta estava pronta e jantamos juntos.

—Emi, — Naruto me chamou durante a refeição. —sua mãe tem quantos anos mesmo?

—Ela me teve muito nova, então deve ter uns... — Pensei um pouco antes de responder. —34.

—Só?! — Disse surpreso após se engasgar com a comida. —Temos quase a mesma idade!

—Naruto, sem gracinhas. — Itachi falou, como se adivinhasse seus pensamentos.

Meu Mafioso - Kakashi Hatake _ContinuandoOnde histórias criam vida. Descubra agora