Quase lá - Capítulo 4

233 21 11
                                    


Dia 4

Às seis da manhã todos estavam de pé. A fim de tentar manter uma rotina mais agradável ou saudável, Minsun se propôs a fazer o café da amanhã, e todos comeriam juntos, até mesmo Jisung. 

— Esse é o retrato perfeito da nova família tradicional coreana. – Minho disse vendo Yumi colocar a carne na boca de Jisung, com o garfo. Ele estava amarrado na cadeira, como no dia anterior. Minsun aproveitou o momento para fazer curativos os pulsos dele e limpar a mordida que o deixara naquele estado, mas estava muito infeccionada, então ela teria que esperar para fazer isso depois do café, usando luvas e um estilete para fazer um pequeno corte e expulsar o pus.

— Você vai conosco para China, hyung? – Seungmin perguntou para Minho, que pareceu avaliar a situação.

— Se eu ficar sozinho nessa casa, as chances de eu sobreviver são de 30%. Prefiro não me arriscar e ir junto. – Minho disse e voltou a comer. 

— Quantas pessoas será que ainda vamos abrigar? Daqui a pouco encontramos o prefeito e levamos também. – Changbin disse ao terminar as panquecas e encheu a xícara com mais café

— Bem, se encontrarmos um piloto de avião, vai ter mais um. – Minsun disse e todos balançaram a cabeça. — Se todos já acabaram, eu vou pedir que vocês arrumem suas coisas. Eu e Minho vamos limpar a ferida do Jisung. – Minsun disse tirando seu prato e colocando na pia. Todos fizeram o mesmo e Hyunjin ficou hesitando em deixá-los a sós. 

— Nós ainda vamos usar a mesa? Seria melhor fazer isso com ele deitado. – Minho disse e Minsun tirou a toalha da mesa.

— Changbin! Venha nos ajuda! – Minsun gritou colocando a sacola na cabeça de Jisung. Depois de deitá-lo na mesa, e amarrá-lo, Minho e Minsun colocaram as luvas e máscaras. Minsun deu o kit de primeiro socorros para Minho. Com bisturi já higienizado com álcool, ele fez um pequeno corte em cima da marca da minha mordida. Um pus verde musgo e fedido começou a transbordar da perna e Jisung se agitou. Minsun ajudou a segurar ele, enquanto Minho apertava as partes certas para expelir o pus, que caiu em cima pano que colocaram debaixo da perna dele. Depois que o inchaço diminuiu, Minho usou gaze para limpar os resíduos, e em seguida jogou álcool ali. Jisung gritou alto, e assustou os dois. Hyunjin e Seungmin apareceram por causa do susto e ajudaram a segurar ele. Minho continuou aplicando o álcool, e quando sentiu que era o suficiente, ele secou tudo e enfaixou a perna novamente, usando gaze e esparadrapo.  

— Podem ir arrumar as coisas de vocês, eu e Seungmin cuidamos dele. – Hyunjin disse segurando o braço de Jisung contra a mesa. Ele ainda estava se revirando, mas o pior já havia passado. 

Minsun prendeu os cabelos e roubou algumas camisetas de Dong Wook, colocando na mala. De repente ela começou a divagar que todos teriam que pegar roupas, já que as que tinham não seriam o suficiente para viver. 

— Gente, eu sei que eu já fiz algumas idiotices, mas queria pedir mais uma coisa. – Yumi disse assim que todos estavam com mochilas nas costas. Todos encararam ela, com a expressão de "lá vem". — Podemos amarrar Jisung e deixá-lo ir no carro conosco? – Ela perguntou rápido e deu um sorriso ansioso, esperando pra reprovação.

— Não. – Todos disseram em uníssono. 

— Certo, então que tal pegar uma van mais confortável? Ele não gosta do escuro e fica irritado. Queria deixá-lo na janela para tomar sol e vento. – Yumi estava vivendo no país das maravilhas, e aquilo estava sendo extremamente irritante para todos.

— Yumi, não temos tempo para isso. Vamos continuar com a van do veterinário. – Minsun disse simples e Yumi balançou a cabeça positivamente, mesmo que estivesse triste. Depois disso, ela preferiu não ficar perto de Jisung. 

The Cure - Stray KidsOnde histórias criam vida. Descubra agora