The Cure - Stray Kids

Baby on Board - Capítulo 7

Yumi e Jisung foram acordados pela luz forte do quarto. Obviamente, Yumi levou uma bronca por estar ali, mas acabou sendo de grande ajuda para o médico, que fez perguntas sobre como ele havia passado a noite. Sem febres, sem dores e sem acordar a cada meia hora.
— É realmente um ótimo avanço. Eu vou enfaixar sua perna, você terá que usar muletas até que os pontos caíam e a sensibilidade da perna passe. – O médico disse, abrindo o curativo da perna de Jisung, que fez careta de dor, mas acabou sorrindo.
— Nunca pensei que diria isso, mas nunca estive tão feliz por sentir dor. – Ele falou olhando para Yumi que riu. — Antes eu não sentia nada, era como se minha pele fosse só um couro por cima da carne. – Ele explicou e o médico balançou a cabeça positivamente.
— Tem pessoas que se recuperaram há uma semana, e ainda não recuperaram todos os sentidos. Pode ser permanente, ainda não sabemos tudo sobre esse vírus. – O médico falava enquanto limpava o local.
— Você realmente acha que isso foi por termos tirado um pouco de pus dele? – Yumi perguntou ao médico que balançou a confirmando.
— Não é só por ter tirado o pus. Foi por ter tirado o pus assim que ele foi infectado, porque é a hora em que o vírus mais se espalha e infecta áreas irrecuperáveis, como o rim, o coração e quase o cérebro todo. – O médico explicou e pediu que Yumi ajudasse ele a fechar o curativo com mais esparadrapos.
— Graças a nossa mãe. Ela trabalhava pro governo, deve ter ouvido sobre isso. – Yumi disse e se arrependeu em seguida. Jisung ainda não estava bem com o que havia acontecido.
— Ela estaria orgulhosa de todos vocês, independente do que aconteceu. Não reprima esse sentimento dentro de vocês, ela deu a vida dela por vocês. – O médico sabia sobre a situação de Jisung por completa, uma vez que ele leu todos os relatórios da terapia que ele estava fazendo, para poder cuidá-lo melhor.
— Tem toda razão, doutor. – Yumi disse e pegou uma sacola com roupas de Jisung, que havia levado na noite seguinte. — Já posso levá-lo pro dormitório? – Ela perguntou ansiosa e o médico riu ao afirmar.
— Aqui está o cronograma de exames dele. Garanta que ele esteja sempre cinco minutos adiantado, por favor. E também, alimente ele com muita verdura, legumes e frutas. – O médico disse tirando a máscara do rosto e jogou fora. — Qualquer dúvida, procure pela médica Kim, ela está sempre de plantão. – Ele disse e fez uma breve reverência antes de sair.
— Quando você era pequena, eu tinha que ajudar você a se vestir para ir pra escola, se não você vestia tudo pelo avesso. – Jisung comentou enquanto Yumi ajudava ele a se vestir. — A gente acordava às seis e você só abria os olhos depois da sete. – Ele continuou e Yumi riu baixo, passando a calça pelas pernas dele. — Enquanto você estava terminando de abotoar a blusa, a Minsun já estava tomando café da manhã. – Jisung terminou de vestir as calças sozinho e depois vestiu a camiseta cinza e o moletom azul.
— E nada muda, eu ainda preciso de uma hora até estar totalmente acordada. – Yumi disse amarrando os sapatos dele e os dois riram.
— Ainda são seis horas, nós vamos acabar acordando todos. – Jisung disse pegando as muletas que Yumi estendeu. Ela pegou os pertences deles e o acompanhou até o elevador.
— Minsun e Changbin já devem estar acordados. Minsun quase não dorme, e o Changbin tem sono leve, acaba acordando com ela. – Yumi disse e segurou as portas do elevador para Jisung entrar.
— Usar esse negócio é horrível, será que eu não consigo uma cadeira de rodas? – Jisung perguntou encostando-se no elevador e deixando as muletas de lado.
— Você acabou de sair do hospital e já está sendo folgado de novo. – Yumi disse fazendo careta e ele acabou rindo. — E você precisa se movimentar mesmo, ficou quase uma semana sendo arrastado e andando contra vontade. Não sei como seus ossos estão te aguentando. – Yumi disse ajudando ele a sair do elevador e com paciência andou devagar para acompanhar o ritmo que ele andava com a ajuda das muletas. Quando entraram no dormitório, fizeram o mínimo de barulho pois os únicos acordados eram Minsun e Changbin.
— Achei que você só teria alta de tarde. – Minsun disse baixo para não acordar os outros e abraçou Jisung.
— E ia mesmo, mas a Yumi passou um relatório sobre o meu estado durante a noite, e o médico achou que já podia me liberar. Não tenho mais febre e nem dores. – Jisung disse se sentando na mesa e quase chorou ao ver pães. — Eu posso comer? – Ele perguntou ansioso e Minsun riu baixo.
— Desde quando você pede autorização? – Ela perguntou e ele pegou o pão.
— Sou um novo homem agora, estou passando por uma evolução pessoal. – Jisung disse e quase teve um troço quando sentiu o gosto do pão. — Tem gosto de vida. – Ele disse e todos riram baixo. Hyunjin acabou acordando e se juntou à eles.
— Eles trouxeram sua cama ontem. – Hyunjin disse mostrando a única cama de solteiro no espaço entre duas beliches.
— Eu acho que vou dormir mais um pouco. Apesar de ter ficado todos esses dias de cama, eu me sinto exausto. – Jisung disse ainda apreciando seu pão. Yumi tomou o pão das mãos dele e passou geleia de morango, sorrindo de orelha à orelha ao ver a reação infantil dele ao comer.
— O médico disse que ele precisa de muitas verduras, legumes e frutas. – Yumi disse, ignorando totalmente o olhar de Changbin sobre ela.
— Ouvi dizer que eles dão preferência para entrega de alimentos para pessoas que estão se recuperando. – Minho disse surgindo na cozinha e cumprimentou Jisung.
— Você ouve muitas coisas, Minho. – Yumi disse com os olhos afiados e ele arqueou as sobrancelhas duas vezes seguidas. Changbin observou os dois e se levantou, atraindo os olhares de todos.
— Eu vou pra academia. – Ele disse simples e encarou Minsun, a chamando silenciosamente. Yumi e Changbin trocaram olhares desconfiados e Minho segurou o riso.
— Por que você não conta logo? – Minho perguntou assim que eles saíram.
— O Jisung precisa de total atenção por enquanto, não quero encher a cabeça deles com mais problemas. – Yumi disse ajudando Jisung a se deitar.
— Até porque fazer seu namorado pensar que você pode estar traindo ele, não é um problema pra cabeça dele. – Minho disse sarcástico e Yumi encarou ele sem expressão.
— Eu disse que ela deveria contar, eu já estou bem. – Jisung falou se sentindo aliviado por deitar em uma cama normal e confortável.
— De noite eu faço isso. Jisung, durma um pouco. Meio dia eu vou pedir pra Minsun te levar para fazer os exames de sangue, eu vou ter uma consulta na mesma hora. – Yumi disse e Jisung concordou ao fechar os olhos.
Yumi arrumou a mesa e foi direto para o dormitório de Bang e Felix, onde Bang tomava café enquanto Felix arrumava sua cama.
— Tiveram notícias sobre vocês ficarem aqui? – Yumi perguntou ao fechar a porta cuidadosamente.
— Ah sim, acabaram de nos ligar. Eles concordaram sem problemas, disseram que é até mais aconselhável, assim evita a entrada e saída de pessoas numa quantidade desnecessária. – Bang disse puxando a cadeira pra ela. — E como vão as coisas entre você e o Changbin? – Ele perguntou servindo uma xícara de café pra ela.
— Péssimas, ele me olhou como se quisesse me esganar hoje. – Yumi disse colocando açúcar no café. — Mas eu vou contar tudo hoje. Estou preocupando todos de qualquer forma mesmo. – Yumi disse e bebericou o café.
— E como está o seu irmão? – Felix perguntou, se juntando à eles.
— Ah, ótimo! Teve alta hoje, mas terá que usar muletas até os pontos da perna curarem. – Yumi explicou e ele balançou a cabeça positivamente.
Os três conversaram até perto do meio dia, quando Yumi teve que se despedir para ir para consulta. Ao abrir a porta do dormitório dos garotos, se deparou com Changbin e Minsun passando no mesmo momento. Seu coração disparou ao perceber que Changbin acabara de confirmar suas desconfianças.
— Changbin! – Yumi gritou ao vê-lo bater os pés rapidamente pelo corredor. Ela e Minsun se encararam. — Não é o que parece. – Ela se defendeu e Minsun suspirou.
— Mas parece. – Minsun falou, enxugando o suor da testa. — Seja lá o que for, eu sei que você nunca trairia o Bin. Deve ter um bom motivo pra todo esse mistério, mas por favor, acabe com isso de uma vez por todas. É horrível ver vocês assim. – Minsun disse e segurou a mão de Yumi. — Eu sei que vamos entender, não tenha medo de falar. – Ela sorriu e o coração de Yumi se acalmou.
— Eu preciso ir à um lugar. Se você puder, leve o Jisung para fazer os exames de sangue. Mais tarde eu falo com Changbin. – Yumi pediu e Minsun balançou a cabeça positivamente.
A consulta não durou mais que meia hora, no caminho de volta ao dormitório, Yumi passou no dormitório de Felix e Bang, e pegou todos os exames e vitaminas que estava com eles. Ela havia conseguido a foto do ultrassom, e seria o suficiente para fazer Changbin parar de paranóia.
— Já voltaram dos exames? Achei que você passaria a tarde toda tirando sangue. – Yumi disse segurando a sacola cheia de coisas na frente do corpo. Jisung estava almoçando a salada de legumes e vegetais que Minsun havia preparado. De sobremesa, teria gelatina colorida.
— Até um tempo atrás eu nem tinha sangue direito. Eles não podem tirar muito. – Jisung disse de boca cheia e Yumi riu. Seu olhar acabou encontrando com os olhos raivosos de Changbin, que estava sentado na cama. Ela respirou fundo, e foi até ele, sentando-se ao seu lado. Eles estavam de costas para o resto do dormitório, então todos puderam espiar a cena à vontade. Changbin ficou com o olhar fixo na parede oposta, mesmo que Yumi estivesse lhe encarando diretamente. Ela tirou dois papéis da sacola, e puxou a mão dele, colocando os papéis ali.
— O que é isso? – Changbin perguntou um pouco sem paciência. Yumi apenas sinalizou que ele deveria ler. Houve um momento de silêncio, e todos começaram a se aproximar para ver o que era. Para concluir, Yumi entregou a foto do ultrassom.
— Isso é sério? – Changbin perguntou se levantando de olhos arregalados, e Yumi balançou a cabeça positivamente, segurando o choro na garganta.
— Eu não queria preocupar ninguém com isso agora, Jisung precisa de atenção total pra sua recuperação e essa notícia iria bagunçar tudo. – Yumi disse sem segurar as lágrimas. A verdade, é que ela não estava feliz por estar grávida. — Eu pedi pro Bang e o Felix esconder tudo no dormitório deles, eu preciso tomar algumas vitaminas e vocês ficariam preocupados se me vissem com esse tanto de remédio. Mas começou a ficar tudo confuso para nós, e eu não vi outra saída além de contar. – Yumi soluçou no meio do choro e esfregou os olhos, escondendo o rosto. — Eu sinto muito, eu não queria que isso acontecesse agora. Como eu vou dar a luz no meio desse caos que o mundo virou? Como meu bebê vai pra escolinha? Como eu vou dar um futuro feliz e saudável pra ele, se estamos no meio do fim do mundo? – Yumi chorava demasiadamente enquanto falava, ocasionando soluços de partir o coração. Changbin largou os papéis em cima da cama e puxou Yumi pelos pulsos, esmagando ela num abraço.
— Está tudo bem, não se preocupe. As coisas vão mudar, nosso filho vai ser feliz. – Changbin disse segurando o rosto de Yumi com as duas mãos. — De todas as ideias, essa de esconder de mim a coisa mais importante do mundo, foi a mais idiota possível. – Changbin disse e Yumi acabou rindo. Os dois se beijaram, e o público da cena apenas comemoraram.
— Espera, então a noona está grávida? – Jeongin perguntou e Jisung riu soprado.
— Não, não. Ela só confirmou que a adoção do macaco deles foi aprovada. – Jisung disse e Minsun lhe deu um tapa na cabeça.
— Como vamos fazer o enxoval? – Hyunjin perguntou sorrindo animado.
— Primeiro, precisamos descobrir qual é o sexo do bebê. Depois pensamos nisso. – Minsun disse indo abraçar a irmã.
— Na verdade… eu descobri hoje. – Yumi disse secando o rosto e pegou a ultrassom. — É uma menina. – Ela disse e todos comemoraram.
— Certo, e como vamos fazer o enxoval? – Hyunjin perguntou novamente e Minsun lhe encarou como quem dizia "isso é realmente necessário?"
— Eu perguntei pra médica como podemos fazer quanto à isso. Ela vai ter uma reunião com os chefões daqui para saber da situação atual da Ásia e vai questionar sobre como ficará a situação das mulheres grávidas. Afinal, além de não podermos sair pra um hospital e fazer o parto, o bebê vai precisar de muitas fraldas, roupinhas e remédios, além de vacinas e meu Deus, esse bebê não vai sobreviver. – Yumi se sentou na cama e colocou as mãos na cabeça, parecendo estar à beira da loucura.
— Uma coisa de cada vez, Yumi. Vai dar tudo certo, tenho certeza. – Minho disse se sentando ao lado dela. — Eu sou enfermeiro, e tive aulas pra poder conduzir partos em casos de emergência. Já é meio caminho andado. – Minho disse e Yumi sorriu, deitando a cabeça no ombro dele.
— Obrigada, senhor fofoqueiro. – Yumi disse e todos riram.
— Eu prefiro o termo "transmissor de informações". – Minho disse, fazendo todos rirem mais.
— Me desculpe por ter desconfiado de você. Eu fiquei tão apavorado, e com medo de te perder que essa era a única coisa que eu conseguia pensar. – Changbin pediu para Yumi que riu baixo.
— Dá próxima vez que você desconfiar, será a última, porque eu juro que termino tudo. – Yumi disse ficando séria, ameaçando Changbin que sorriu como criança e voltou a beijá-la.
— Agora nós que lute pra lidar com a melação desses dois. – Minsun disse se virando para Hyunjin que sorriu galã e puxou ela pela cintura.
— Se nós estivermos ocupados, nem vamos ligar pra eles. – Hyunjin disse encarando Minsun bem de perto. Ela sorriu e lhe roubou um beijo.
— Gente, acabou as mulheres. O que eu faço? – Jisung perguntou colocando as mãos na cintura.
— Adaptação ao novo mundo. Tem muitos homens aqui, é só escolher um. – Yumi disse e todos caíram na risada. — Eu indico o Minho, enfermeiros são bons com as mãos. – Yumi falou e Minho mandou um beijo para Jisung, que não sabia se sentia vergonha ou esganava o mesmo.
O resto do dia foi tão leve e risonho, que todos esqueceram dos problemas, e pouco se importavam o que aconteceria dali em diante. A única coisa que importava, era que estavam todos juntos.

✨✨✨✨

Ontem (25/10) foi aniversário do maior fofoqueiro, então parabéns pro Lee Minho!!