*Gente teve um probleminha para lançar esse capitulo, porque eu não estava em casa mais está ai*
Decidimos sair de casa. Arthur queria me mostrar um lugar, mas, ao contrário do que fiz quando o levei à floresta, ele não me falou aonde iríamos. Queria fazer uma surpresa.
Seguimos pela rua, obrigando-nos a andar lentamente, sem correr como no dia da praça. Quando se corre, as pessoas reparam. Ficam se perguntando coisas, principalmente os vizinhos. Depois, viriam fazer perguntas. Arthur não gostava disso. Eu também não gostava. Discrição era essencial naquele momento. De acordo com o rapaz, tínhamos de nos misturar com as outras pessoas nas calçadas. Não fazendo nada para chamar a atenção ou indicar aonde íamos. Mas, enquanto me ordenava mentalmente para parecer "normal", mostrava-me o contrário, olhando curiosa para todos os lados. Respirava de forma agitada. O ar fazia ruídos estranhos. Altos. Nada muito discreto como o objetivo.
Caminhamos por cinco longos quarteirões até pararmos em frente a uma casa abandonada. Não a achava abandonada por estar destruída, com a grama para cortar ou suja, mas por ser uma casa de aparência sombria como as de filme de terror. As paredes eram cinzas, o telhado pontiagudo, com telhas negras. Tinha longas vidraças semelhantes a de casas onde supostamente aconteciam eventos incomuns, sem que se encontrasse uma causa física para eles. Tais eventos poderiam ser ruídos que faziam os pelos dos braços arrepiarem como os de um gato bravo, a movimentação de objetos, ou ainda alegações de aparições de vultos descritos como assombrações ou fantasmas. Arthur queria me levar para essa casa. Por quê?
O rapaz abriu o portão de ferro, que contornava o extenso terreno. Esse movimento fez um ruído alto, denunciando nossa entrada. Na fantasmagórica paisagem não havia vivalma, de modo que ninguém nos viu entrando como intrusos no terreno. Aquela era a única casa com portão na região. Talvez uma das únicas de todo o bairro. Ele pegou minha mão suada pelo nervosismo de estar curiosa, fez um sinal com o dedo para ficarmos em silêncio e me guiou até a gigantesca porta de entrada feita de uma madeira escura parecendo mogno. Ela possuía os mesmos símbolos da porta trancada na casa de Arthur. A mesma que havia tentado abrir. Aquela deveria ser a tal sede de sua mãe.
A casa não tinha qualquer sinal de arrombamento ou janelas quebradas. Arthur devia visitar a parte externa, mostrando para os assaltantes que havia alguém cuidando do lugar. Acho que ele não parecia cuidar do interior da mesma forma. Eu, pelo menos, não iria gostar de voltar ao lugar onde meus pais foram assassinados.
– Como deve ter percebido essa é a sede da W.I.C.C.A. – disse o rapaz ao chegar perto da porta.
– Desde quando está abandonada? – perguntei.
– Três anos já. Sou herdeiro desta casa. Desde a morte dos meus pais nunca tive coragem de entrar. Contratei um caseiro para deixá-la um pouco mais apresentável. Se ficasse abandonada as pessoas iriam invadir. Não posso deixar isso acontecer. Existem muitas coisas de valor no interior. Mas vejo que preciso contratar outro, pois esse velho está preguiçoso.
Arthur pediu para eu me afastar. Pegou uma varinha mágica escondida nas moitas perto da porta e em bom som disse:
– W for the witches who exist in the world. I is the intelligence that they possess. C the courage in facing the danger. C is the conscience in seeing the good and A for adore god, the goddess and all its creatures. Wicca is my life. Wicca ismy home.¹
Maravilhada, não consegui dizer uma palavra após o encantamento. Fiz um sinal com as mãos, parecendo o sinal da cruz feito pelos católicos, agradecendo por poder conhecer um lugar tão sagrado, porém fiquei intrigada. A porta da sede da W.I.C.C.A. era idêntica a da casa de Arthur. Fiquei pensando se aquele encantamento funcionaria para a outra. Como se tivesse lido meus pensamentos, Arthur disse:
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A Fada
FantasíaJOVENS COSTUMAM GANHAR presentes caros, viagens ou festas surpresas em aniversários de 18 anos. Melanie Aine ganhou o falecimento do pai, o abandono da mãe, uma estranha tatuagem e a descoberta de que não era humana. Como se tudo isso não b...