Quatro

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Uma hora depois, horrorizada com o estado do chalé, agora que tinha feito uma avaliação completa, Taylor foi para o galpão. Estava armada com uma longa lista.

— Você precisa de suprimentos.

— Passe-me a chave de fenda.

Ela pegou a ferramenta e se considerou altamente civilizada por não usá-la para bater na cabeça dele.

— Sua casa está uma vergonha. Vou precisar de produtos de limpeza, de preferência produtos fortes e concentrados. Se quer uma refeição decente, tem de comprar alimentos para estocar. Você precisa ir à cidade.

Joe apertou um parafuso, empurrou o botão de ligar. E não recebeu nada além de um ruído do gerador.

— Não tenho tempo para ir à cidade.

— Se você quer comida na sua barriga e roupas limpas em sua cama, terá de arranjar tempo.

Ele usou a chave de fenda para bater no gerador com raiva, depois o chutou três vezes. Muito acostumada à reação masculina diante de objetos inanimados irritantes para ficar surpresa, Taylor continuou parada, com a lista na mão.

Quando Joe parou de praguejar, ela angulou a cabeça.

— Sempre me perguntei por que os homens se referem às máquinas que não cooperam com eufemismos femininos rudes.

— Porque tais eufemismos servem como uma luva. — Ele se inclinou para a frente, bateu no botão, e gemeu com satisfação quando o gerador emitiu um barulho alto e começou a funcionar.

— Agora que você conseguiu esta incrível façanha, vá se limpar antes de ir às compras.

Com olhos estreitos para o rosto dela, Joe pegou a chave de fenda novamente e considerou o peso em sua mão.

Taylor não perdeu o significado da ação. Simplesmente ergueu o queixo.

Ele jogou a ferramenta de lado, pegou a lista e manchou o papel com óleo de motor das mãos.

— Detesto mulheres mandonas.

— Não suporto homens rudes. Nós dois temos simplesmente de lidar com isso, uma vez que estou lavando suas roupas íntimas no momento.

Um fraco brilho de humor surgiu nos olhos de Joe.

— Você tem muita goma. Apenas não use isso em meus shorts.

Eles começaram a andar para a porta ao mesmo tempo, e acabaram colidindo no caminho. A mão de Taylor foi automaticamente para o peito de Joe, onde encontrou as surpreendentes batidas fortes do coração, que combinavam com as dela.

— Você terá de ficar fora de meu caminho — disse Joe.

— Então, você terá de olhar por onde anda. — Ela viu, com uma excitação relutante, o olhar de Joe abaixar e se fixar em sua boca. Em resposta, entreabriu os lábios e respirou fundo e devagar.

— Você tem razão quanto a isso, amiga — murmurou Joe, e saiu.

— Bem. — Taylor exalou o ar, esfregando um dos dedos suavemente sobre lábios que pareciam quentes demais. — Bem, bem.

Princesa em fugaOnde histórias criam vida. Descubra agora