Sete

463 24 57
                                    

Taylor fez um rápido desvio para seu próprio quarto e passou um pouco de perfume. Abriu mais dois botões da blusa. Se ele pensava em romance como uma ferramenta, ela iria agir totalmente equipada.

Pegou o óleo de nogueira, algumas toalhas limpas e velas aromáticas.

Aquilo era uma conspiração, admitiu, mas certamente uma mulher apaixonada tinha direito a tramar. Assim como, pensou quando entrou no quarto de Joe e viu todas as luzes disponíveis acesas, um homem cauteloso tinha direito de tentar alguma defesa.

Taylor considerou as precauções de segurança dele maravilhosamente doces. E facilmente contornadas.

— Vamos dar uma olhada. — Ela circulou a cama onde Joe estava sentado, então, instantaneamente, esqueceu o que queria fazer quando a compaixão a envolveu. — Oh, Joe, você realmente se machucou, não é?

— Está melhor.

— Eu sei, mas. — O ombro que estivera escondido atrás da camisa ou da faixa até agora estava visivelmente inchado. O ferimento era uma mancha amarelo-esverdeada que combinava com as das costelas.

Ela queria, mais do que qualquer coisa, simplesmente cuidar de Joe, aliviar-lhe as dores.

— Eu não pensei que estivesse inchado — murmurou Taylor, gentilmente tocando-lhe o ombro.

— O inchaço já quase sumiu. — Ele movimentou o ombro, tanto para testá-lo quanto para afastar a mão dela. Não estava pronto para que ela o tocasse, percebeu.

— Mesmo assim, nós deveríamos ter colocado gelo aqui. — Lembrar-se do que tinha acontecido quando ela tentara aquela ação médica específica fez seu coração disparar.

Queria cuidar dele, mas isso não era tudo que queria, para nenhum dos dois.

— Bem, apenas relaxe, e veremos o que podemos fazer para deixá-lo confortável.

Ela se virou, começou a organizar as coisas e acender as velas.

— O que você está fazendo com isso? A cautela na voz de Joe a fez sorrir.

— Nunca ouviu falar de aromaterapia? Fique o mais confortável possível, e vamos começar pelo ombro. Você nunca me contou como foi ferido.

— Fui bastante estúpido para deixar um adolescente idiota dirigir quando saímos do laboratório. Algumas pessoas não sabem lidar com uma estrada molhada — acrescentou, com olhar suave. — O garoto virou o jipe.

— Virou? — O medo que Taylor sentiu por ele substituiu qualquer necessidade de defender suas próprias habilidades ao volante. — Meu Deus, você teve sorte de não ter morrido.

— Ele saiu andando, com apenas alguns arranhões — disse Joe com amargura. — Tem sorte por eu não ter lhe torcido o pescoço. Isso me pôs no LI por mais de três semanas.

Taylor andou para apagar as luzes.

— LI?

— Sem beisebol no seu mundo, amiga. Lista de incapacitados. — Ele apenas pensaria em beisebol — esportes eram bons — em trabalho ou na política mundial. Qualquer coisa que não fosse a aparência de Taylor à luz de velas. — Como você vai enxergar se apagou as luzes?

Princesa em fugaOnde histórias criam vida. Descubra agora