Onze

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Para uma princesa, ela trabalhava demais. Era difícil para um homem conseguir cinco minutos sozinho em sua companhia para se desculpar.

Joe não tinha certeza pelo que ia se desculpar, mas estava começando a pensar que Taylor receberia um pedido de desculpas.

Culpa, um sentimento que não apreciava, estava em sua garganta desde que vira aquela lágrima escorrer pelo rosto dela. Adicionado a isso, vários membros da família eram tão amigáveis, atensiosos, ou as duas coisas ao mesmo tempo, que ele começava a se sentir um perfeito tolo.

Até mesmo a mãe de Taylor o tinha encurralado. Se essa fosse uma definição aceitável de ser conduzido gentilmente de lado para receber uma advertência e uma expressão graciosa de gratidão por ter aberto a casa para sua filha.

— Eu sei que ela é uma mulher crescida — disse Andrea parada ao seu lado numa inclinação de onde se vislumbrava as águas azuis do Mediterrâneo. — E uma mulher capaz. Mas sou mãe, e tendemos a nos preocupar.

— Sim, senhora — concordou Joe, embora nunca tivesse considerado sua própria mãe do tipo que se preocupava.

— Eu me preocupei menos quando soube que ela estava com alguém confiável e gentil, alguém que, obviamente, a respeitava — Andrea continuou a sorrir, mesmo quando ele, visivelmente, recuou. — Estou preocupada com Taylor há algum tempo.

— Preocupada?

— Ela vem trabalhando demais por muito tempo. Como vou dizer... pode-se dizer, que vem acontecendo muitas demandas do tempo e da energia de minha filha.

— Sua filha tem considerável energia.

— Sim, como uma pessoa responsável. Lamento, mas ela foi mais exposta ao assédio da mídia nos últimos dois anos mais do que uma pessoa pode suportar.

Ele entendia?, Andrea se perguntou. Alguém que não tinha vivido aquilo poderia entender? Esperava que sim.

— Taylor é adorável, como você sabe, e vibrante, assim como a mulher mais velha da geração da família. A perseguição da mídia foi voraz, e infelizmente isso a prejudicou emocionalmente. Até mesmo fisicamente. Eu sei como é. Também costumava fugir. As vezes, a necessidade de estar longe de tudo, até das pessoas que você ama, é enorme. Você não acha?

— Sim. Eu tenho Costwolds.

O semblante de Andrea suavizou, o rosto se iluminou. Sim, pensou, ele podia entender.

— E eu tenho uma pequena fazenda. Até muito recentemente, Taylor não tinha encontrado seu lugar para se manter afastada. Para ficar em paz, mesmo que fosse apenas na própriamente obrigada. — Ela se levantou e beijou-lhe o rosto. — Obrigada por ajudá-la a encontrar esse lugar.

Ele não poderia ter se sentido mais baixo, pensou Joe quando eles se separaram, se rastejasse sobre o estômago e deixasse um rastro.

Precisava conversar com Taylor. De modo sensato. Racionalmente. Havia perguntas agora, e ele queria respostas. Parecia certo que um homem tivesse algumas respostas antes que rastejasse.

Mas, toda vez que perguntava sobre ela, Taylor estava em uma reunião, cumprindo uma obrigação, discutindo assuntos com sua assistente pessoal.

Princesa em fugaOnde histórias criam vida. Descubra agora