Doze

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Havia uma coisa simples que Joe detestava mais do que tudo: Taylor estava certa. Sob todos os problemas, confusões e complicações, ele se sentira... bem, não gostava do termo intimidado. Receoso, decidiu, enquanto andava de forma arrogante pelos jardins, como costumava andar em seu bosque de Costwolds. Estava receoso de se unir à princesa.

Vinha prestando atenção durante as semanas que eles haviam ficado separados. Vira o rosto e o nome dela estampados em todos os meios de comunicações. Lera histórias sobre sua vida pessoal, especulações sobre suas conexões românticas.

Sabia muito bem que Taylor não estava tendo, nem tivera, um caso ardente com um ator francês, como a mídia alardeara. Estivera muito ocupada tendo um caso com um fotógrafo e arqueólogo inglês.

Além disso, qualquer um que a conhecesse, poderia ver que o ator não era o tipo dela. Muito suave para Taylor.

E isso fazia parte da questão toda. As histórias, as insinuações maliciosas, as invenções absurdas eram a maior parte, escritas por pessoas que não a conheciam. Que não compreendiam o quão arduamente ela estava tentando trabalhar, que não entendiam a devoção de Taylor pelo país da mãe. Seu grande amor pela família, e o deles por ela.

Eles viam uma imagem. A mesma pela qual Joe se deixara cegar.

Mas, então, Taylor havia saltado de um possível relacionamento experimental para casamento com tanta rapidez que ouvir aquilo fora como levar um soco no maxilar. Ela não lhe dera a chance de testar um meio-termo.

Era tudo ou nada com Taylor, pensou Joe com tristeza, enfiando as mãos nos bolsos e analisando a situação.

Primeiro, finalmente tinha entendido que estava apaixonado por ela, então levado um golpe ao descobrir que Taylor estivera mentindo. Antes que pudesse clarear a mente sobre isso, ela partira.

E daí que ele a mandara embora?

Agora, depois que havia percebido que a situação toda era completamente absurda, Taylor tivera de estar ali como alguém saída de um sonho, para fazê-lo ver o quanto ele estaria perdendo. E no exato momento que Joe começava a pensar que talvez, talvez com algum esforço, eles poderiam recuperar o que tinham juntos, ela o golpeara falando em casamento.

Se Taylor passasse um mês em um trailer na Flórida, enfrentasse algumas tempestades tropicais, com lama até os joelhos, insetos do tamanho de uma bola de beisebol e... Ela se daria muito bem. Ele parou de andar. Taylor seria fantástica. Era o tipo de mulher que podia ser colocada em qualquer lugar, em qualquer situação, e encontraria uma maneira de lidar com aquilo. Havia buscado, perseguido, fugido até que encontrasse um caminho.

Porque aquela era Taylor.

Ele tinha se apaixonado por esse motivo, percebeu. Antes de se apaixonar pela beleza, pelo estilo, pelo ardor sexual, perdera a cabeça devido à determinação impressionante de Taylor para encontrar respostas.

E estava deixando um pequeno detalhe como sangue real interferir na sua vida.

Joe queria a mulher, e a princesa que a acompanhava. Não era a metade do homem que o pai dela! Oh, Taylor havia tentado apunhalá-lo com aquela observação. Ele não tinha coragem, força. Não era romântico?

Ele lhe proporcionava um romance que a faria cair dos sapatinhos de cristal.

Joe se virou, andou apressadamente até a metade do caminho de volta para o baile antes de deter a si mesmo. Isso, percebeu, era exatamente o tipo de coisa que teria de evitar. Se o relacionamento deles tivesse uma chance de dar certo, ele teria de pensar à frente. Um homem não entrava furioso num salão de baile de um palácio, jogava a princesa sobre seu ombro e saía com ela. Isso apenas daria a ambos o tipo de publicidade que Taylor detestava.

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