Coletânea Todoroki & Bakugou | OTPtober | BNHA

Grumpy [Dia 21 - Morando Juntos]

Katsuki apoiou o rosto na palma da mão, suspirou pesado e revirou os olhos, assistindo enquanto Shouto contava uma história repetida para Deku e Ochako, pela milésima vez, depois de ter tido algumas cervejas a mais para beber.

Ele tentou contar até dez, merda, até vinte para suprimir a vontade de dizer o que estava em sua mente, mas não conseguiu segurar quando Shouto fez a mesma piada. Os dois eram provavelmente uns santos por rirem, mas Katsuki já teve o suficiente.

— Você não acha que já bebeu demais, não?

Shouto imediatamente fechou a cara, virou-se para encará-lo com aquele olhar que prometia uma retaliação, porque ele sabia o significado contido por trás daquelas palavras. O tom de voz do bicolor derramou sarcasmo quando ele respondeu:

— Ah, claro, Katsuki, você está certo como sempre.

Era esse tipo de coisa que o tirava do sério. O tipo de coisa que não existia quando eles não moravam juntos, porque às vezes ele não suportava nem ouvir a voz irritante de seu namorado sem querer arrancar os próprios tímpanos, e parte disso era sua culpa, pois sentia essa necessidade imbecil de estar só de tempos em tempos, o que era praticamente impossível quando viviam juntos.

Enquanto algumas coisas esquentavam, como as discussões e desentendimentos idiotas, outras esfriavam, ele podia sentir o quanto eles estavam se afastando, a partir do momento que tomaram aquela decisão. Talvez tivesse sido um passo em falso, um erro.

— Merda de príncipe mimado. — Ele murmurou para si mesmo, batendo as mãos na mesa para levantar-se, o que sobressaltou seus convidados. Tinha que sair dali, antes que começasse uma nova discussão.

Da cozinha, Katsuki ouviu Deku e Ochako se despedindo. Ele abriu a geladeira, sem realmente desejar algo de lá de dentro, mas precisava desviar seus pensamentos para alguma outra coisa. Afastou-se rapidamente quando a porta foi batida com tanta força que as coisas dentro estremeceram, seus olhos se levantaram, encontrando Shouto em sua frente.

— O que há com você? — O bicolor perguntou com o cenho franzido.

— Como assim o que há comigo, porra? — Katsuki tentou afastar Shouto de sua frente para passar por ele, mas o mais alto o segurou pelo pulso, fazendo-o encará-lo. — Shouto, me solta.

Shouto o ignorou, concentrado em empurrá-lo contra a ilha da cozinha, tirando um som surpreso de seu namorado. Ele ainda estava olhando para o bicolor como se fosse explodir sua cara, todavia estava curioso também. Talvez o estresse e falta de paciência fossem por uma outra razão completamente diferente, ele percebeu, quando sentiu o ar abandonar seus pulmões ao ter o outro o encurralando com o corpo contra o mármore do balcão.

— Você tem estado de mau humor já fazem semanas. — Ele empurrou um braço de Katsuki para trás, prendendo-o ali e se curvando um pouco sobre ele, o movimento o forçou a arquear um pouco as costas. — Se eu fiz alguma coisa errada basta dizer.

Aquilo pegou a atenção dele. Shouto tinha esse costume de acreditar que ele sempre era o culpado por qualquer inconveniência, sempre se desculpando por tudo quando não precisava. O loiro também percebeu com a proximidade que já faziam semanas que eles sequer se beijavam, os dois vinham trabalhando demais e seus horários nunca se encontravam, ele estava com saudades daquele idiota.

Era isso, não era? Antes também, não estava irritado com Shouto, estava incomodado com a visita por causa do tempo livre que tinha com o bicolor que estava sendo roubado. Para ser justo, Katsuki nunca foi muito bom em avaliar seus próprios sentimentos.

Foi uma mudança abrupta de atitude também, seus olhos suavizaram e ele trouxe a mão livre até o rosto do namorado, impulsionando o corpo para trás até sentar-se no balcão, enrolando as pernas em torno de Shouto e o puxando para si, fazendo ele quase se desequilibrar um pouco.

— Esqueça isso, ok? — Ele tombou a cabeça para a frente, capturando os lábios alheios entre os seus, chupando de leve o inferior, sentindo o outro derreter sob o contato. — Desculpa pelo jeito que tenho te tratado, tá bem? Eu sou mesmo muito idiota.

Antes que Shouto pudesse lhe dizer algo, ele empurrou a língua para dentro da boca dele, enroscando-as com calma, aproveitando que seu outro braço havia sido libertado para enfiar os dedos entre os cabelos díspares, suspirando em meio ao beijo.

Eles só se separaram quando o ar faltou, Shouto o fitou com olhos cerrados e um pouco ofegante, ele estava abraçando-o firme, poderia facilmente carregá-lo dali se quisesse.

— Que tal levarmos isso para um outro lugar? — sugeriu, mas Katsuki apenas sorriu de forma travessa e balançou a cabeça negativamente, puxando-o para mais um beijo para que não restassem dúvidas de suas intenções.