i can handle it

701 70 5
                                    

 //música de hoje: "way down we go - KALEO"


A equipe ficou se encarando por um tempo até que Reade decidiu que iriam para o endereço deixado por Boston. Rich ficou no laboratório junto de Patterson, o nerd estava claramente nervoso pela situação e não parava de falar, como sempre, fazer piadas sem graça e falar sobre assuntos aleatórios eram sua escapatória para não enxergar os problemas em sua grandeza real. 

O homem andava de um lado para o outro, rodeando Patterson em seu computador, em passos firmes e largos e palavras estranhas, ele estava desconcentrando a loira que tentava digitar mas apagava logo em seguida. Ela parou de digitar, a ausência do som das teclas fez Rich prestar atenção na amiga, que suspirou fundo e se virou para falar com ele.

- Ei, eu sei que você está preocupado e entendo isso. - começou, colocando as mãos no ombro do amigo - Mas se você não se acalmar e focar no que temos que fazer, não vamos descobrir tão cedo! Então, por favor, para de falar e começa a digitar! - apontou para um computador - Temos que acessar as câmeras de segurança da rua que Boston enviou e certificar que está tudo limpo antes que a equipe chegue lá.

Rich afirmou com a cabeça e se sentou em frente à uma grande tela, depois de um suspiro começou a digitar rapidamente. Os dedos nervosos dos dois amigos deixavam a impressão de que competiam quem iria ferver o teclado primeiro e, acompanhando a inquietação das mãos, seus rostos transpareciam preocupação. Os dois gritaram em uníssono "consegui!" e a palavra ecoou por todo o laboratório, a equipe acabara de chegar e estavam se dividindo pelas entradas do prédio.

Patterson já tinha a planta e agora ditava as coordenadas para a melhor abordagem, eles não faziam ideia do que os esperava e, mediante aos últimos acontecimentos, qualquer coisa poderia acontecer. Quando Reade e Zapata chegaram ao segundo andar, analisaram a porta que deveriam entrar, com a pistola nas mãos a morena fez sinal para que Jane se aproximasse enquanto Weller verificava o andar de cima. Num chute preciso e limpo, Reade obrigou a porta a se abrir, dando passagem para a latina e para Doe que foram recebidas por um Boston amarrado à uma cadeira e com a mão direita cheia de curativos. Quando Weller avisou que tudo estava limpo no terceiro andar, ele e Reade entraram no apartamento e vasculharam tudo enquanto Jane e Tasha ajudavam o hacker a se desvencilhar das cordas e fitas que o prendiam.

- Vocês demoraram, pensei que iam me deixar aqui para ser jogado aos leões. - exclamou Boston ao finalmente se levantar e analisar sua mão que tinha o dedo mindinho faltando.

- Acho que é você que nos deve explicações. Você tá sem o dedo? - perguntou Zapata, levantando a mão do homem bruscamente.

- Sua grossa, isso dói. - ele puxa a mão rapidamente - Eles vieram aqui e queriam que eu invadisse o software de segurança do armazém de C4 do FBI, mas eu fiquei enrolando o máximo que pude até conseguir mandar a mensagem pra vocês através do banco de dados. Quando eles perceberam, arrancaram meu dedinho fora e me prenderam aqui.

- Logo o dedinho? - Reade zomba.

- Ah, deve valer algo num leilão da deep web. - Tasha dá de ombros brincando - Ou nem isso... - sorri debochando e seus colegas também acham graça, mas Boston revira os olhos.

- Brincadeiras à parte, para onde eles foram e aliás, quem são eles? - Jane pergunta em tom sério.

Não foi preciso que o hacker dissesse alguma palavra, pois Patterson e Rich já haviam descoberto e pediam para a equipe voltar para o prédio do FBI juntamente de Boston.

O elevador se abriu e Tasha foi a primeira a sair dele, sua visão percorreu todo o SIOC até encontrar os olhos da loira alta que estava com o tablet na mão esperando por eles. A calça social preta, a blusa branca e o blazer também preto que a cientista usava a deixavam séria, mas o sapatênis preto trazia um contraste de adolescente para a mulher que já beirava os trinta anos. Para Tasha, não poderia existir alguém mais estiloso que Patterson naquele prédio, era impressionante como tudo nela se encaixava perfeitamente com sua personalidade e seu cargo, nada era demais, exceto sua inteligência.

what are you afraid of?Onde histórias criam vida. Descubra agora