Capítulo 2.

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Camila.

  Eu recebi ao total quinze matchs em menos de três dias, eu e Taylor nos sentamos para "selecionar" pela foto do perfil, quem mais combinaria comigo, depois de horas de peneira eu finalmente decidi arriscar em um. Pelo chat do aplicativo conversei com Lucas, ele tem 28 anos, olhos azuis, cabelo preto, 1,78 de altura, lábios marcantes e sorriso bonito, gosta de cachorros e pelo menos por foto, ele é lindo. Marcamos de nos encontrarmos no novo bar-boate que abriu na esquina da rua onde moro. Era um lugar amplo, movimentado e o melhor, perto da minha casa. 

  Praticidade e facilidade é comigo mesma.

  Na verdade é que: se eu quiser fugir dele, estou mais perto da minha residência!

   Essa noite parece ser a minha, sinto que vai dar bom no final de tudo. Toda essa produção e espera valerão a pena. Tem que valer. Pois o tubinho preto brilhoso que eu estou vestindo não me deixa nada confortável, tampouco menos aquele scarpin boneca, que apertava a ponta dos meus dedos. Mas eram saltos fatais, sei que muitos homens tem fetiches de mulheres usando isso. Hoje eu quero provocar, ficar louca e bêbada... de sexo.

•••

— Porcaria de salto alto, não sei porque ainda insisto em usar essa merda. — Na verdade eu sei sim, 1,57 de altura, pede saltos quinze ou mais. Mas mesmo assim, reclamo mais uma vez desde que sai de casa, a exato há trinta segundos. — Foco Camila, finja que seus pés não estão te matando e que essa porra de vestido não está te sufocando.

  Caminho da forma mais sedutora que conheço até o bar-boate por nome Raul's, sua faixa neon em azul trazia uma sensação quente no ambiente ela dizia: as quintas apenas voz e violão. Pego meu celular verificando a data e percebo que vesti a roupa certa, no dia errado. Não tinha como desmarcar assim, do nada e ir para outro lugar, ainda sim, tento pensar e me acalmar.
Entro no local, e sinto o cheiro de limpeza, bebida e algo mais quando passo pelas portas. O balcão é de madeira rústica, gravaram o mesmo nome da entrada do bar ali adicionando um: Since 1998, em old school. Atrás, os barmans atendiam os clientes que chegavam e outros que já estavam ali com um sorriso no rosto. Uma estante enorme e iluminada continha variadas bebidas, copos e taças. É um local bonito e bem organizado.
Vou em direção a uma mesa mais afastada e me sento a espera do meu encontro.
  Faço uma nota mental sobre as coisas que ele me disse que gosta, suas bandas favoritas, comidas, desejos, suas características física.

  Tudo Certo.

   Pouco mais tarde vejo Lucas entrando no local parecendo perdido e totalmente fora do seu habitat. Logo de cara me arrependo de estar ali. Seu cabelo estava todo lambido para o lado, aqueles óculos enormes o deixa com um cara de nerd — que na foto era perfeito sem eles —, a camisa social fechada até o último botão, as calças slim — cor mostarda — eram folgadas demais para suas pernas, mas o cinto a mantinha presa lá no alto e posso afirmar que estou vendo suas meias daqui. Para um cara de vinte e oito anos, ele parece viver com a mãe e... Puta que pariu. Ele tem cara de virgem, mas... eu quero foder, se o pau subir e eu puder quicar sem que ele fique saindo toda hora, pouco me importa a sua aparência física.

— Oi Karla — ele sorri para mim todo cordial — bem, seu sorriso é lindo —, se curvou e me deu dois beijos.

— Ei, Lucas — sorrio e ele se senta.

— Eu nem acredito que estou tendo um encontro com uma mulher real. — Ele diz e eu forço outro sorriso. — E linda! — Acrescenta ele se acomoda na cadeira e sorri — Ah, senhor, uma Coca-Cola, por favor.

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