Capítulo 10.

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Camila

Eu deixava a água quente escorrer por meu corpo me lembrando pela enésima vez como eram as sensações de ter aquelas mãos enormes percorrendo por todo meu corpo, a sensação da sua língua me lambendo lá embaixo, seus dentes mordiscando minha pele, o jeito como seus olhos reviravam todas as vezes que eu sugava seu pau com mais força em minha boca, aquele gosto almíscar-doce delicioso, a forma selvagem que ele entrava e saía de mim ao mesmo tempo que apertava meus seios, o homem me deixou marcas e saudades... três semanas, quatro dias, seiscentas horas, vinte minutos e quinze segundos que eu não vejo Shawn, não que eu esteja contando, é só que eu apenas desejei esbarrar com ele em alguma esquina, na cafeteria — que eu frequentei assiduamente nos últimos dias—, em qualquer lugar, mas isso não aconteceu, talvez eu tenha evitado, talvez ele tenha evitado, ou o universo não quis que acontecesse.

O estilo de vida que adotei incluí não me apegar a ninguém, as vezes usar um ao outro, mas me apaixonar? Fora de cogitação. Nem mesmo relacionamentos sem compromisso além de sexo, justamente porque sei que sou uma pessoa que se apega fácil, eu gosto de ser bem tratada, eu amo homens carinhosos, eu sou pró-amor e cortar esse tipo de relacionamento não foi fácil.

Bem, e por que diabos eu estou dizendo isso? Entenda o caso.

Segunda-feira, há três dias.

— Camila! — Escuto a voz de Mary assim que entro na recepção. — Bom dia você está radiante hoje.

Sorrio ajeitando meus cabelos e ela some atrás de sua bancada fazendo um barulhão.

— Bom dia Mary, obrigada, você está incrível como sempre! — devolvo o elogio, porém da maneira certa. Porque eu estou sempre radiante, linda... enfim, eu sou maravilhosa. Então ela levanta, mas não vejo seu rosto, o mesmo estava tampado por um buquê enorme de rosas vermelhas. — Meu Deus, o que é isso?

— Chegaram para você hoje cedo. — Ela aparece entre as flores e sorri.

— Para mim? Tem certeza? — Estranho pois rosas vermelho paixão é algo que nunca recebi. — Elas são lindas! — Digo sorrindo nervosa.

— Sim, o entregador deixou aqui, mas não disse quem era o remetente, vai ver tem cartão. — Ela diz dando de ombros e eu começo vasculhar pelo buquê.

— Olha ela, cheia de admiradores. — O deboche na voz de Austin me deixa estressada e Mary ri alternando seu olhar dele para mim.

— Não tenho admiradores Austin. — Resmungo com raiva.

— É, essas são do namorado dela.

— Namorado? Mila está namorando? — Olho para ele estando realmente incomodada por vê-lo usar um apelido tão íntimo. Posso ver a veia do seu pescoço saltando, não sei se em algum momento da minha vida eu demonstrei quaisquer tipos de evidência a Austin de que eu queria ou tenho interesse nele, seu olhar sempre fora de total malícia, as inúmeras vezes que ele me chamou para um café, eu recusei, sua arrogância e prepotência me deixam enjoada.

— Não estou namorando. — Digo segurando o então cartão e abrindo o mesmo, ainda encantada com aquelas rosas lindas.

Desde que você saiu daqui há algumas semanas você levou embora a minha sanidade e seu corpo maravilhoso. Quis ir até você, ultrapassar esse limite chato que você impôs, mas não fiz e nem farei isso até que você queira. Te quero a todo instante minha latina, ainda posso ouvir sua voz sussurrando aquelas palavras em espanhol, me arrepio só de lembrar em como gozei gostoso ainda dentro de você. Se quiser repetir hoje, amanhã ou sempre, estarei aqui.

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