Capítulo 4

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- Peça à Sra. Hill para encomendar um lombo para nós, Betsy. Apenas um, está bem? Não estamos nadando em dinheiro - Pediu a Sra. Deinert, para uma de suas empregadas. A viagem de Netherfield para a casa havia demorado um pouco, e a mulher já estava pensando no jantar.

Com uma carta nas mãos, Sr. Deinert se aproximou da esposa nervosamente, passando as mãos pelo colete que usava em cima de sua blusa.

- Espero, minha querida, que tenha preparado um bom jantar para hoje. Tenho razão para esperar uma adição ao nosso grupo familiar.

Naquela mesmo instante, Sina e as irmãs ficaram sabendo da visita inusitada que apareceria em sua casa naquele mesmo dia.

- Seu nome é Sr. Collins. É o nosso horrendo primo - Ela explicava para Heyoon, com Hina acompanhando as duas logo atrás. Naquela tarde, ambas estavam pela cidade juntas.

- Que irá receber a herança.

- Exatamente. Tudo, aparentemente.

- Até mesmo o assento do meu piano pertence ao Sr. Collins - Hina comentou.

- Quando? - Heyoon quis saber.

- Ele pode nos expulsar da casa quando quiser - A loira respondeu.

- Mas por quê?

- Porque a propriedade passa diretamente para ele e não para nós, pobres mulheres.

Já era fim de tarde quando ouviram-se batidas na porta dos Deinert.

Sr. Collins era pastor. Era um homem de pequena estatura, trazia consigo vários livros e bíblias com diferentes tipos de sermões.

Quando iniciou-se o jantar, Sina encarava o homem pelo canto dos olhos, notando como ele olhava atento para todos os lados. Todos estavam constrangidos á mesa, mas o convidado parecia não perceber nada.

- Que sala soberbamente decorada e que batatas cozidas excelentes - Ele falou em meio ao único som reproduzido no lugar ao redor: o som dos talheres batendo nos pratos. - Fazia muitos anos que não comia um vegetal tão magnífico. Qual de minhas belas primas devo elogiar pela excelente culinária?

- Sr. Collins, somos perfeitamente capazes de pagar uma cozinheira - A Sra. Deinert respondeu, ofendida.

- Excelente. Estou satisfeito de que possam manter este padrão de vida.

A mulher trocou olhares com o marido, tentando manter a calma.

- Tenho a honra de ter como minha benfeitora, Lady Catherine de Bourg. Ouviram falar dela, eu presumo? - Ele continuou.

A Sra. Deinert apenas negou com um gesto.

- Meu pequeno presbitério confina com sua propriedade Rosings Park, e ela sempre tem a gentileza de passar por minha humilde residência com sua pequena carruagem.

Sina observava o homem com seu típico deboche. Ela e seu pai se entreolharam, segurando uma risada. Coisa que Joalin não conseguiu fazer. Riu sem nem perceber quando já o fizera.

- Ela tem família? - Perguntou a Sra. Deinert.

- Uma filha, a herdeira de Rosings e de um extenso patrimônio - Ele respondeu, orgulhoso. Disse inúmeras vezes a Lady Catherine que sua filha parecia nascida para ser uma duquesa. Pois ela tem todas as graças superiores da classe elevada.

Os olhos de Sina estavam cerrados para ele. Aquela bajulação toda tinha algum princípio, afinal? O que o Sr. Collins recebia da tal Lady Catherine para falar com tanto gosto sobre ela?

Sina concluiu que a resposta era: nada. Ele apenas gostava de bajular os outros, já que era tão falante para isso.

Ela olhou para Any, que estava em sua frente na mesa e sorriu. A irmã correspondeu o gesto e abaixou a cabeça.

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