Capítulo 9

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— Si, que bom que chegou — Disse a Sra. Deinert, ajudando a filha a tirar a capa assim que entrou na casa. — Seus tios vieram trazer Any de Londres.

— Como está Any?

— Ela está na sala de estar.

Pelo mau humor da mãe, Sina soube que provavelmente as notícias a respeito de Any e o Sr. Beauchamp não seriam boas.

Ao ficar a sós com Any na sala de estar, pôde conversar melhor com a irmã.

— Eu o esqueci, Si. — Ela dizia, enquanto tricotava alguma coisa. Parecia calma, plena. — Se ele passasse por mim na rua, eu nem notaria. Londres é muito divertida.

— Any — Sina negou com a cabeça. Sabia que aquilo tudo era besteira. Any não havia esquecido Josh.

— É verdade. Há muita distração — Ela sorriu largamente, e aos poucos este sorriso se fechou. — Quais as notícias de Kent?

Será que Sina contava? Será que deveria dizer à irmã tudo o que aconteceu?

As revelações a respeito do Sr. Urrea, a declaração que ele havia feito para ela, o pedido de casamento desesperado dele, a carta que ele lhe deixara antes de partir.

— Nenhuma. Pelo menos, nada importante.

E então, a porta da sala se abriu abruptamente com Sofya passando por ela, aos berros e chorando.

— Si. Si, conte a ela, mamãe, conte!

— Sofya, pare de criar tanta algazarra — A tia a repreendeu, entrando logo atrás dela.

Sofya se jogou no sofá ainda chorando, enquanto Joalin entrou saltitando pela sala erguendo seu vestido.

— Por que não me convidou também?

— Porque sou melhor companhia — Joalin debochou da mais nova, tentando cutucá-la. Sofya lhe deu um tapa na mão antes que esta lhe encostasse o rosto.

— Sofya, o que foi? — Sina perguntou exasperada.

— Eu mereço tanto quanto Joalin! — Ela choramingou. Joalin apenas deu uma risada desdenhosa.

— Se eu pudesse ir a Brighton — A Sra. Deinert disse, passando rapidamente pela porta.

— Sou mais velha — Joalin dizia.

— Joalin foi convidada para ir a Brighton com os Foster. — Any cochichou para Sina.

— Jantarei com militares todas as noites — Joalin cantarolava enquanto pulava para todos os lados feito uma criança imatura.

Sina saiu da sala, caminhando diretamente para o escritório do seu pai. Sabia o quanto aquilo prejudicaria mais ainda a personalidade de sua irmã.

— Por favor, papai, não a deixe ir.

— Joalin não vai ficar satisfeita até se expor em algum lugar público e não podemos esperar que ela o faça com tão pouca inconveniência quanto sob as atuais circunstâncias.

— Se o senhor não interferir ela ficará marcada para sempre como uma tola namoradeira que ridicularizou sua família! E Sofya vai imitá-la, como sempre fez.

— Si, não teremos paz até que ela vá.

— Paz. É só com isso que se preocupa?

— O coronel Foster é um homem sensato. Ele a manterá longe de qualquer problema sério. E ela é pobre demais para ser objeto de interesse de alguém.

— Mas pai, é perigoso — Sina suplicou.

— Estou certo de que os militares encontrarão mulheres mais merecedoras de sua atenção. Esperemos que sua estadia em Brighton lhe mostre sua própria insignificância. De qualquer forma, ela não pode ficar pior. Se ficar, seríamos obrigados a trancá-la para o resto de sua vida.

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