Assim que a carruagem parou em frente ao gigantesco palácio, Sina riu. Riu totalmente desacreditada, quase lacrimejou. Claro que a casa do Sr. Urrea seria enorme. Mas de frente para aquilo, vendo com os próprios olhos, ela jamais poderia imaginar a imensidão daquela construção.Pemberley era linda, sem dúvidas. As paredes eram brancas, cada janela visível tinha os detalhes em preto, sem contar o jardim imenso e o lago que cobria toda a frente dele.
A casa do Sr. Urrea era aberta em certos dias para visitação, como se de fato fosse algum tipo de atração pública.
Sina só entendeu o porquê daquilo quando passou pela enorme porta, caminhando pelo enorme salão. Não haviam mais pessoas além dela e dos tios visitando naquele momento, por isso foi fácil para uma das empregadas mostrar a eles cada cômodo gigantesco.
O primeiro salão deixou Sina e os tios embasbacados. Se por fora Pemberley já era linda, por dentro era magnífica. O teto alto era preenchido por pinturas de retratos clássicos de anjos voando como se fosse o céu. O piso era detalhado em xadrez, e o eco que os sons de seus passos faziam quando andavam só demonstrava o quão alto era aquele teto.
— Meu Deus — Sussurrou a tia.
Sina não conseguia parar de olhar para os detalhes. Era tudo muito bonito.
A empregada os levou para um salão todo branco, que seria o museu do lugar. Com calma, Sina apreciou as diversas esculturas e estátuas que descansavam em seus lugares de amostra. Quadros lindos pintados por artistas famosos.
Enquanto a empregada explicava cada coisa para os tios a respeito de Pemberley, Sina não conseguia parar de pensar em Noah, e em como tinha um gosto incrível para arte.
— Seu senhor fica muito em Pemberley? — O tio perguntou à empregada.
— Não tanto quanto eu gostaria, senhor, pois ele ama este lugar — A mulher explicou.
— Se ele se casar, o verá com mais frequência — A tia disse, a voz dando indícios de que ela estava sorrindo.
— Sim, senhora, mas não sei quando isso acontecerá.
Sina mal prestava atenção na conversa, estava perplexa observando cada escultura. Algumas tinham uma espécie de vel escorrendo pelo rosto, e se Sina não estivesse observando tão de perto, poderia jurar que era um pano fino de fato, estendido sob a estátua. Mas era parte da escultura, sólido e branco. Jamais vira algo assim.
— Ele é muito parecido com seu pai. E ainda mais generoso — A empregada continuou. — Quando meu marido adoeceu, o Sr. Urrea nos ajudou muito. Ele não hesitou, simplesmente colocou os criados a meu serviço.
O vestido branco de Sina era quase creme no meio da falta de cor no salão. Parecia ser tudo tão delicado que ela tinha medo de chegar muito perto.
Parou diante de uma escultura específica, reconhecendo perfeitamente o rosto.
Seus tios e a mulher pararam atrás dela para observar também.
— Este é ele, o Sr. Urrea — Disse a empregada.
— Um rosto bonito — A tia suspirou. — Si, é realmente parecido?
— A jovem conhece o Sr. Urrea? — A mulher perguntou.
— Só um pouco — Sina respondeu. Não conseguia tirar os olhos da escultura.
— Não acha que ele é um homem bonito, senhorita?
— Sim — Ela sussurrou. — Sim, ouso dizer que sim.
Um silêncio se estabeleceu ao redor deles antes de Sina voltar para a realidade e ouvir a empregada dizer:
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pride & prejudice; noart
RomanceNeste conto de Jane Austen ambientado no século 19, a Sra. Deinert espera casar suas filhas o quanto antes com homens ricos. Porém, diferente de suas irmãs, Sina não tinha este pensamento e tão pouco esta ambição. Baseado no filme Orgulho e Preconce...