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28. No limite

A situação que era bem ruim, acabou de piorar, quando Will inconscientemente ou não expôs a terceiros a frágil condição do casamento deles. Logo para quem... Apesar de ter decidido não se importar mais com Margot, Mel teve que admitir que ficou abalada com a frieza do marido, justamente pelo fato da atitude de Will ter sido presenciada por Margot. Mel tinha certeza que a loira estava se divertindo com a cena que assistiu. Mel estreitou os olhos, subitamente muito irritada com o marido. Will olhava pra a esposa com enorme desinteresse, indicou com a mão a cadeira a sua frente.

Mel: Vc vai me tratar assim agora? – Falou entre dentes, usando um tom mais baixo do que o normal,numa tentativa de controlar a raiva.

Will: Do que vc está falando? Eu não disse nada. – Will estava completamente apático, ficou surpreso pela ida de Mel até seu trabalho, porém, não conseguia se sentir feliz com essa surpresa. Para falar a verdade, ele não estava nem se esforçando.

Mel: Exatamente. Eu apareço de surpresa aqui e sou recebida com essa frieza...

Will: Desculpe, não estou no clima para soltar fogos de artifício. – Ele disse ironicamente. Mel recebeu a patada e ficou ainda mais aborrecida.

Mel: Quer saber...? Não sou obrigada. – Mel deu meia volta, estava quase alcançando a porta quando William ficou de pé e a chamou.

Will: Mel, espere. – Will deu um suspiro, não importava o quanto estivesse aborrecido com ela, Mel era sua esposa e se veio até ele, era seu dever ouvi-la e ajuda-la se fosse o caso. Mel girou a maçaneta, mas parou quando ele a chamou. A vontade era sair dali correndo, mas ao mesmo tempo não queria dar essa pequena vitória a Margot, que com certeza iria se divertir se ela fosse embora agora depois de não ter passado nem cinco minutos falando a sós com o marido. – Desculpe, eu fui estúpido. – Mel se virou pra ele, fulminando-o com os olhos.

Mel: Foi mesmo!

Will: Desculpe, ok? – Por isso ele a evitou tanto nos últimos dias. Sabia que não ia se controlar. Estava altamente aborrecido com Mel. Ao contrário do que ela pensava, não tinha nada a ver com o fato dela ter lhe dito "não" pela primeira vez na vida. Mas sim pelo fato de ter sido esse pedido em específico que ela resolveu negar. Will tinha certeza que estava coberto de razão em querer Mel longe do arquiteto. Para Will, Mel estava arriscando demais e isso lhe causava enormes suspeitas. – O que houve? – Perguntou realmente interessado na resposta.

Mel cedeu, não por ter desculpado, mas por não querer sair dali agora. Ela se aproximou da mesa dele. Não havia nenhum clima para seguir com o planejado, ela estava tão aborrecida que nem conseguia pensar direito. Will novamente indicou a cadeira com a mão e sentou na sua própria. – Aconteceu alguma coisa? – Ele insistiu. Mel levantou os olhos pra ele e sentou bastante ereta na cadeira.

Mel: Eu vim só pra te mostrar o projeto.

Will: Hum... Que projeto? – Mel rolou os olhos.

Mel: Vc sabe, Will. A cafeteria.

Will: Agora vc quer ouvir minha opinião? Interessante. Porque eu dei minha opinião há uns dias atrás e vc ignorou. Transformando sua negativa numa espécie de resistência completamente sem sentido! – Ele alterou o tom, sem elevar a voz. Não dava pra esconder mais o quanto estava aborrecido. Agora ela queria que ele participasse? Provavelmente está afogada em remorso!

Mel: Não estou pedindo sua opinião agora! Eu pedi sim há meses atrás, antes de começar qualquer coisa e vc não deu a mínima! Quando resolvi tudo sozinha do MEU jeito, vc vem querer desfazer tudo por puro capricho!