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31. Deslize

William engoliu em seco e se afastou um passo pra trás, estava completamente atônito. Nunca antes havia visto Mel ofender alguém. Ela sempre era atenciosa com as pessoas, ganhava a simpatia de todos em sua volta. Todo mundo gostava dela, gostava de estar perto dela e ter sua atenção e ela retribuía sendo doce e paciente com todo mundo. A empatia dela era enorme, num nível que ele jamais conseguiria alcançar. Por isso ele nunca presenciou Mel perdendo a paciência com alguém a ponto de xingar. Isso era o mais surpreendente daquela situação. Em segundo lugar, sua mente lhe trouxe o nome do objeto de xingamento: Margot. Ele obrigou a mente a trabalhar depois do choque inicial, recapitulando o que Mel disse. Joias. William fechou os olhos por um segundo e se pudesse teria batido na própria testa com a palma da mão, como as pessoas geralmente fazem quando se dão conta de que fizeram uma burrada. Porra. Mulheres notam tudo mesmo, hein!! Ele nem havia notado joia nenhuma, pra falar a verdade, ele nem se lembrava que havia dado a porcaria da joia a Margot. Que senso de detetive do caralho é esse que a fez associar a joia q Margot usava com um presente dado por mim? Não importa como ela sabe, ela sabe. Estou fodido.

Will: Amor... Por que vc está tão nervosa? – O que mais ele poderia dizer para ganhar tempo? Ainda estava tentando entender o que havia acontecido. E sinceramente, ele não havia ainda pensado no futuro. Achou Margot muito competente pra dispensar ela quando Susan voltasse. Mas não havia se aprofundado no assunto.

Mel: Eu pareço nervosa, William? – Mel lhe deu o olhar gélido. Não, parece fria.

Will: Por que está chateada por causa de uma joia estúpida? – Se lembrou de algo para corroborar sua defesa, então, continuou sem esperar resposta. – Eu dou joias a todo mundo! Eu dei a Susan! Lembra? Por isso dei a Margot também.

Mel: Vc sabe o que está acontecendo, não sabe? – Mel estreitou os olhos e se aproximou dele, procurando nos olhos dele a verdade que ele não conseguia falar.

Will: Não, não sei. O que está acontecendo? – Ele perguntou realmente interessado como se estivesse perdido. Seus olhos eram confusos e Mel analisava cada expressão do seu rosto.

Mel: Não se faça de idiota, William! Vc já transou com meio mundo! Céus, vc já transou com a noiva deste casamento! – Ela deu uma risada irônica ao se dar conta disto. – Vc passou ANOS nesse jogo. Seduzindo e se deixando seduzir por só-deus-sabe quantas mulheres. Vc sabe quando uma mulher quer você!! Vc sabe que Margot quer você! – A mente de William lhe trouxe Margot nua da cintura pra cima.

Will: Mas foi um acidente... – Ele disse sem pensar. Não era um plano de sedução da Margot, ele que entrou no banheiro errado. Ela não poderia adivinhar que ele entraria ali. O que Mel dizia não tinha sentido.

Mel: Que acidente? – Mel estava surpresa e vendo sua raiva aumentar.

Will: O quê?? – Ahh não... Novamente a vontade de bater na própria testa. Precisava ficar sóbrio ou essa conversa iria acabar em divórcio.

Mel: Do que vc está falando? Que acidente? – Will travou uma batalha interna, se falasse qualquer coisa agora, iria piorar a situação. Lamentou sua mente estar tão lenta. Não estava ajudando a raciocinar. Única saída: fugir.

Will: Vamos pra casa, Mel... Por favor... – Ele tentou puxar ela para um abraço, mas Mel estava irredutível e cruzou os braços abaixo dos seios pra dificultar o acesso de William a seu corpo, ele não desistiu, colocou as mãos na cintura dela, puxando devagar ela para si, falando cada vez mais enrolado. – Não aguento mais ficar longe de vc... Vamos fazer nosso filho... – Ele disse sem pensar.

Mel o empurrou, estava completamente consternada. Filhos era um assunto completamente delicado pra ela e pelo visto era obsessivo pra ele.

Mel: Você está maluco?! – William cambaleou pra trás com o empurrão dela e esbarrou numa espreguiçadeira quase caindo sentado nela. – Vc está muito bêbado! – A irritação de Mel subiu a estratosfera. Ela precisava leva-lo embora antes que ele precisasse ser carregado.