Unforgivable Love - Taekook

02

Os dias foram se tornando semanas e as semanas se tornando meses. Taehyung e Jeongguk cada vez mais unidos. Mais perto um do outro e para o menor, Taehyung se tornava ainda mais único com seu sorriso retangular, seus olhos doces e sua voz rouca. O jovem ômega, se via cada vez mais encantado pelo melhor amigo, tão encantado que sentia no estômago - ou em todas as partes de seu corpo - as famosas "borboletas".

Borboletas essas que mais se assemelhavam a um passar mal, afinal suas mãos tremiam levemente ao ser tocado ou tocar o alfa, sua boca secava e seu coração acelerava. Borboletas o caramba! Quem disse que o que ele sentia se assemelhava ao suave bater das pequenas asas estava muito enganado. Jeongguk amava e nem ao menos se dava conta disso. Ele amava pela primeira vez e do modo mais puro possível.

1. Amava o sorriso do jovem Kim. Sorriso este que fazia com que seus olhos se fechassem e pequenas ruguinhas se fizessem presentes nos cantos desses.

2. Amava o som rouco da voz do alfa, sempre tão grave, mas que assumia uma cadência mais suave ao pronunciar "Jeonggukie". Ou quando ele cantava baixinho músicas que ambos gostavam enquanto dividiam os fones nas aulas de arte.

3. Amava o toque do alfa. Quando este o abraçava após uma noite sem se ver ou quando um deles marcava um ponto na aula de educação física. Ou simplesmente quando Taehyung segurava sua mão a caminho do refeitório.

4. Ele amava o cheiro do outro, seu cheiro natural e também do maldito perfume que ele usava. Mesmo que isso fizesse seu nariz coçar, ainda assim, amava o cheiro do perfume de Kim Taehyung.

Porém, acima de tudo, Jeongguk amava como o outro parecia genuinamente feliz ao vê-lo.

Com seu sorriso grande, seus olhos cálidos e sua voz a se elevar quando ele dizia: "Ah, Jeonggukie, eu senti sua falta". Jeongguk amava ser o motivo de tais sorrisos e, por eles, para que Taehyung continuasse a sorrir, seria capaz de tudo. Afinal, a felicidade do alfa era a sua própria. Se Taehyung estivesse feliz, Jeongguk também o seria.

Mas como nem tudo são flores. Ainda mais numa idade tão jovem onde todos os sentidos e sentimentos são tão elevados. Sentimos tudo tão à flor da pele e Jeongguk teve sua primeira desilusão amorosa. Isso aconteceu quando estava chegando na escola, após um fim de semana, encontrou Taehyung na entrada da escola e este não estava sozinho. Uma ômega de cabelos loiros e longos lhe fazia companhia e segurava a mão do alfa que sorria em sua direção. E assim, de maneira simples, Jeongguk soube o que era sofrer, tal qual as músicas que sua mãe tanto ouvia contavam.

Mesmo que seu pobre coração estivesse triste - afinal ninguém fica feliz ao ver o alvo das batidas aceleradas de seu coração de mãos dadas com outra pessoa - Jeongguk retribuiu o sorriso que o alfa lhe deu e o manteve em seus lábios quando este o apresentou a loira. Seu nome era Annelise, Taehyung contou que ela era filha de um casal amigo de seus pais e chegara no fim de semana.

Jeongguk poderia dizer que odiou a garota, afinal ela representava perigo e seus sentidos ômegas, apesar da pouca idade, reconheciam na outra, uma rival. No entanto, ele nada poderia fazer, Taehyung não era seu alfa. Era apenas um amigo. Apenas um ômega bobo que se apaixonou pelo melhor amigo e descobriu que não era o único.

Eles conversaram por algum tempo, sempre com a garota tocando Taehyung e este lhe lançando sorrisos encantadores. Sorrisos estes que faziam o coração do jovem Jeongguk doer por não serem dirigidos a ele. Quando o sinal bateu, o quarteto - visto que Yoongi havia chegado - entrou no colégio e para o alívio de Jeongguk, Annelise não estava na sala do trio e, sim, em um prédio mais afastado.

Entretanto, ela logo se tornaria uma constante na vida dele. Deles. Sempre os fazendo companhia no intervalo, no almoço, na volta para casa depois da aula. Sempre ali, sempre junto, sempre sorrindo, sempre, sempre, sempre.

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Era um fim de período, cerca de 4 semanas após a chegada da ômega na escola e Jeongguk andava solitário até a saída do colégio. Taehyung não havia ido a aula e ele se sentia sozinho, visto que até mesmo Yoongi o havia abandonado para acompanhar seu "crush" até em casa - um ômega de cabelos escuros e sorriso fácil chamado Park Jimin. Ambos faziam um casal incoerente, porém, lindo. Yoongi com seu ar maduro apesar da pouca idade e Jimin com seu jeito doce e encantador. Diferentes, mas únicos.

Ele os invejava de modo como à simples visão do ômega deixava o Min corado ou como o alfa era cuidadoso com o outro sempre lembrando de lhe trazer algo mesmo que fosse uma flor colhida em algum ponto do caminho pois sabia que faria o Park sorrir. Para Min Yoongi não havia nada de mais lindo do que o fechar de olhos ao sorrir de Park Jimin.

Então, lá estava Jeon Jeongguk caminhando com seus fones de ouvido cuja música que saía deles era uma de Sam Smith - um cantor que conhecia bem seu jovem coração ou talvez o coração de todos que já se apaixonaram e já o tiveram partido. Naquele momento, jamais poderia imaginar que uma música poderia traduzir tanto o que lhe ia na alma ou que alguém poderia saber tanto o quão doloroso amar poderia ser.

Enquanto Sam Smith cantava I'm not the only one em seus fones, foi vítima de uma visão que não queria ter. Do outro lado da rua, a cerca de três quadras de sua casa, dois jovens estavam sentados em uma das mesas de uma sorveteria - a sorveteria favorita de Jeongguk, onde ele costumava tomar sorvete com Taehyung naquela mesma mesa - por uma coincidência do destino, ou crueldade - fica ao critério do mesmo - os dois jovens eram Kim Taehyung e Annelise. Ambos pareciam bem felizes.

Felicidade essa que só tornava a dor de Jeongguk mais acentuada pois era o lugar especial " dele", "deles", mesmo que o alfa não soubesse desse detalhe.

E foi ali ouvindo uma música que falava sobre desilusões que Jeongguk se deu conta que amar era uma droga. Com o coração pesado tomando consciência de que ele não era o único na vida do outro, levantou o capuz do moletom e seguiu adiante apenas desejando a segurança de seu lar. Quem sabe, o abraço que somente a sua mãe poderia lhe dar e, com alguma sorte, o conforto de um pedaço de bolo de chocolate. O que jamais poderia imaginar, era que fora visto e que quem o viu deu um sorriso de canto e desviou o olhar.

You've been so unavailable
Now, sadly, I know why
Your heart is unobtainable
Even though, Lord knows, you kept mine"