❪024❫

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s i n e l

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s i n e l

    Estávamos todos sentados a mesa da sala de jantar enquanto almoçávamos. O silêncio era ensurdecedor, ninguém puxava assunto sobre nada, nem sequer olhavam uns para os outros.

As coisas estavam tão estranhas que até o Miles estava na dele, estava calado. Ele encarava o prato enquanto remexia a comida com o garfo, o garoto não havia comido nem metade da comida que estava ali.

─ Miles está triste. ─ Comentou Flora, quebrando o silêncio.

Olhamos para a garotinha, e depois para o Miles que a olhava seriamente.

─ Eu não estou triste, Flora. ─ Retrucou Miles.

─ Está sim, Miles, você não precisa esconder isso, ficar triste é normal.

─ Cala a boca! ─ Gritou Miles dando um tapa forte na mesa.

Flora se encolheu na cadeira e abaixou a cabeça.

─ Eu só queria ajudar. ─ Ela disse desanimada.

─ Eu não preciso da sua ajuda, e pare de ser intrometida, Flora.

─ Miles! ─ Mamãe o repreendeu.

Miles jogou o guardanapo sobre a mesa, e se retirou da sala de jantar.

─ Está tudo bem, Flora, Miles só está irritado, como sempre. ─ Disse para a garotinha que ainda estava cabisbaixa.

─ Não, Sinel, ele está triste, na verdade o Miles é um garoto muito triste e solitário.

Triste não seria uma palavra que eu usaria para descrever o Miles, mas naquele momento, realmente parecia que ele não estava bem.

***

Em meu quarto, eu escrevia em meu diário, era a última vez que eu escreveria nele, não é porque eu iria parar de fazer isso, mas porque eu sentia que seria a última vez que faria isso.

Por causa dessa sensação, eu escrevi todas as coisas que vivi nessa casa durante esse tempo, cada detalhe sobre as coisas que o Miles fez comigo, e incluindo as coisas que presenciei ele fazer na escola com outras pessoas.

Eu precisava desabafar, colocar tudo para fora, e escrever sempre foi a minha maneira de desabafar, principalmente quando eu não conseguia conversar com outra pessoa.

Batidas na porta do quarto me fizeram fechar o diário abruptamente. Encarei a porta na espera de mais batidas ou até que seja lá quem fosse, falasse algo, mas apenas vi um papel ser passado pela pequena fresta debaixo da porta.

Deixei o diário sobre a cama juntamente com o lápis, e me levantei. Andei rapidamente até a porta e peguei o pequeno papel branco. Desdobrei-o e li o que estava escrito nele.

Eu posso te provar que a sua avó estava certa, Sinel Mandell. Me encontre no lago de carpas hoje a noite.
─ Miles Fairchild.

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