❪005❫

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s i n e l

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s i n e l

    Adentro o estábulo e fico mais tranquila ao encontrar Flora mais plácida, ela acariciava a Dalila, enquanto Miles estava parado ao seu lado.

─ Oi Flora. ─ Me aproximo dela. ─ Sinto muito pelo que aconteceu, tenho certeza que a minha mãe não quis te assustar.

─ Não foi culpa sua. ─ Ela diz.

─ Foi só culpa daquela maldita que não soube te ouvir. ─ Miles resmunga.

─ Olha como você fala da minha mãe, Miles.

─ O que? Só falei a verdade.

─ Você é um completo idiota infantil. 

─ Eu acho bom você olhar a maneira como fala comigo, Sinel. ─ Ele se aproxima de mim, tirando as mãos dos bolsos do seu casaco preto.

─ Flora? ─ Mamãe entra no celeiro, fazendo Flora te dar as costas.

─ Deixe-a em paz. ─ Miles ordena.

─ Flora, olhe para mim. ─ Mamãe pede, ignorando o Miles.

─ Ela não quer falar com você. Você a apavorou. Onde foi que acharam você, afinal? Vocês duas, na verdade. ─ Ele me olha. 

─ Você tem que parar de falar assim comigo. ─ Mamãe demonstra sua irritação.

─ Você não é nossa mãe, não é da nossa família. Pare de fingir que é.

─ Eu... ─ Mamãe respira fundo. ─ Vou embora.

─ Isso, vá embora, como todas as outras fizeram.

Mamãe o olha, incrédula, e se retira do estábulo.

Assim como a minha mãe, eu estava incrédula, porém aborrecida, não gostei da forma como o Miles falou com ela.

─ Vem comigo, Flora. ─ Me aproximo dela, e pego em sua mão. ─ Você é um completo imbecil, Miles. ─ Cuspo as palavras com desdém, antes de me retirar do estábulo.

***

Ajoelhadas próximas ao lago de carpas, eu observava os pequenos peixes, enquanto Flora jogava pedrinhas no lago, ela se mantinha calada, não falou nada quando estávamos vindo para cá, e também não falou nada desde que chegamos.

Eu queria entender o que se passava na cabeça dela, mas não conseguiria nem se pudesse, ela viu os pais morrerem, deve ter sido trágico, e talvez seja por isso que ela acha que vai morrer se sair da propriedade.

─ Okay, hum, já ouviu falar de cara da coragem? ─ Quebro o silêncio. Flora finalmente me olha. ─ Estou usando a minha agora, consegue ver? 

─ Não vejo nada.

─ Isso é bom, porque é invisível. Se você pudesse ver, é porque está quebrada. Minha avó ensinou a minha mãe a fazer e depois, a minha mãe me ensinou a fazer, fizemos juntas, quando eu tinha a sua idade, e ela ainda está intacta. Farei para você, se quiser.

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