2. Mundo dos vivos

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— QUE NOJO! – falei, olhando para a quantidade de sangue nas minhas roupas

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— QUE NOJO! – falei, olhando para a quantidade de sangue nas minhas roupas. – Eca, eca, eca! Isso aqui vai demorar uma eternidade para limpar, ainda mais as roupas.

— É Halloween, ninguém liga pra isso. As pessoas vão achar que é uma fantasia.

— Espera. Você quer sair sujo assim? De jeito nenhum!

Ele bufou. Olhou em volta e conferiu se havia mais alguém com a gente no quarto.

— Nosso assassino já foi embora, mas é melhor irmos antes que alguém apareça.

Esfreguei o sangue do meu braço, tentando limpar.

— Pode me explicar de novo porque escolhemos esses corpos?

— Você morreu com 21 anos e eu com 25. Tínhamos que arranjar corpos nessa faixa etária. Esses aqui parecem que morreram num assalto que deu errado, o cara entrou na casa, pegou os dois no quarto e atirou. Tivemos muita sorte!

Comecei a tirar a blusa, sentindo meu estômago fraco.

Fazia tempo desde que estive em um corpo de verdade. E todo aquele sangue espalhado pelo quarto não tornavam as coisas mais agradáveis.

— Eca! Preciso de um banho.

— Alguém pode chegar, Vini! É melhor darmos o fora daqui antes que os pais de um deles apareça e nos encontre.

— Não vou pra lugar nenhum sujo assim. – falei, jogando a minha blusa em um canto. – Oh, meu Deus, ainda tô sentindo as balas aqui dentro.

— Dá pra não falar "esse nome"? É como jogar água benta em mim! – ele falou, coçando os ouvidos.

— Demônio fresco! – fui tirando o cindo da calça e os sapatos, jogando tudo no canto do quarto. – Vem, é melhor irmos logo pro chuveiro.

— Olha, eu adoraria isso. – Ele me olhou de cima a baixo. – Esse corpo caiu muito bem em você.

— Não seja pervertido. – falei, antes de tirar a cueca.

Tinha me esquecido como era ter um corpo. Lembrava que geralmente os humanos sentiam vergonha deles e, só pelo jeito como Ramon me observava, me enrolei em uma toalha.

— Deixe de pensar em besteiras. É só um banho.

— Você quem sabe.

Segurei sua mão e o guiei pelo corredor da casa até encontrarmos um banheiro.

O lugar era limpo e organizado. Senti dó por deixar as pegadas de sangue num assoalho tão polido, mas Ramon andava como se tudo fosse dele — jogando gotas de sangue nas paredes e rindo dos retratos "caretas" que encontramos pelo caminho.

Chegando ao banheiro, ele levantou os braços para que eu o ajudasse a tirar a blusa.

— Não sou um dos seus lacaios. Se vire sozinho.

— Não tiro minhas próprias roupas há 500 anos.

— E eu com isso?

Ele continuou ali, me encarando com aqueles olhos amarelados e um sorriso de bad boy, sabendo que eu cederia.

Me xinguei mentalmente por obedecer ao demônio. Ajudei ele a tirar a blusa, desafivelar o cinto e o deixei nu.

— No inferno, sou "bem" maior que isso. – Ele disse, me abraçando de repente.

— O que você tá fazendo? – perguntei, virando o rosto antes dele me beijar. – Sem sexo, lembra?

— Posso ser o passivo se você quiser.

— Isso aqui... Não vai acontecer. – Minha voz estava ofegante, principalmente por conta de toda aquela aproximação excessiva. – Quer dizer... Tô lisonjeado, mas...

— Faz tempo que você não fica excitado, né? Demônios amam descer a Terra por conta disso.

Aquela informação era nova para mim.

Quando Ramon passou a mão pelo meu pescoço e aproximou o corpo dele do meu, não soube como me defender daquela sensação maravilhosa.

A língua dele passou pelo meu pescoço, me causando um forte arrepio e me fazendo fechar os olhos enquanto ele apertava o meu corpo e deslizava as mãos pela minha cintura.

Eu estava excitado.

Fazer sexo era muito mais do que apenas um ato de alívio — tratava-se de um momento em que dois corpos se conectavam intimamente. Era energia, sentimento, química... 

— Nossa relação já é complicada o suficiente – lembrei, antes dele virar o meu corpo para roçar o pau em mim.

— Gosto de coisas complicadas. Por que acha que insisti tanto para você vir?

Ramon segurou meu pescoço e o virou um pouco para me beijar. Seus lábios eram macios, molhados, e o seu beijo revelava o quanto ele tinha vontade de me possuir.

Deixei que aquilo continuasse e ignorei os pensamentos de que era errado. Estava prestes a transar com um demônio! 

Não vi o que ele usou como lubrificante, senti somente seus dedos entrarem em mim e soltei um gemido alto, que o agradou.

Ramon me segurou forte, preparou seu membro para entrar e começou devagar, deixando que o meu corpo se acostumasse com a invasão.

— Nunca teve um homem dentro de você? – ele perguntou, arfando e começando com as estocadas. – Fala pra mim o quanto você gosta disso, anjinho.

Minha voz falhou quando ele meteu mais fundo.

Ramon me fez empinar mais a bunda para ele e comecei a gemer ainda mais, entregue àquela sensação gostosa.

As estocadas foram ficando mais fortes. Sentia minhas pernas falharem, mas a sensação de finalmente fazer aquilo me mantinha firme. A mão de Ramon quis me dar mais prazer e deixei que ele me estimulasse enquanto eu apertava seu pau entre as minhas pernas.

— Isso, garoto...

Ramon agarrou forte a minha cintura, me dando um tapa na bunda e me comendo feito um touro sedento. Ele também estava há bastante tempo sem sexo, então, quando ficou prestes a gozar, aumentou a velocidade.

Assim, chegamos ao clímax juntos.

Ramon gozou dentro de mim, apertando minha bunda e tentando afundar o pau ao máximo enquanto eu urrava de satisfação.

— Você... Está bem? – ele perguntou, parecendo preocupado comigo.

— Sim. Só fiquei um pouco fraco.

— É normal, a gente fica tanto tempo sem um corpo, que é difícil lidar com os hormônios e tudo o mais.

— Estava pensando nisso agora a pouco. – Confessei, sorrindo para ele. – É estranho ter um corpo.

— Então se prepara, porque a noite mal começou, meu anjo. Vou te levar para lugares que você nunca imaginou.

— Tipo o inferno?

— Não, mas tenho um local em mente tão divertido quanto.

As travessuras de Vinícius (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora