7. A festa

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HAVIA ACABADO DE AMANHECER, mas as pessoas daquele lugar não pareciam estar realmente começando o dia

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HAVIA ACABADO DE AMANHECER, mas as pessoas daquele lugar não pareciam estar realmente começando o dia. A maioria encontrava-se largada pelos cantos, bêbados, e aproveitado os primeiros raios de sol para aquecer seus corpos.

Um DJ, tão bêbado quanto os demais, permanecia de pé graças às garrafas de energéticos que empilhava ao lado da mesa de mixagem. À frente dele, uma plateia animadíssima pulava ao som de música pop e eletrônica.

Não sei como ninguém percebeu quando o anel prateado do portal surgiu próximo deles. 

O teletransporte me deixou enjoado e a minha visão ficou embaçada com a mudança de ambiente. Ao meu lado, o Bruxo apenas ajeitou o terno e conferiu se estávamos no local certo.

— Relaxe, deve ficar enjoado por um tempo, mas logo essa vontade de vomitar passa.

— Isso foi horrível! Vocês bruxos fazem essa coisa sempre?

— Não, são poucos os que conseguem criar portais. – Ele continuou olhando em volta, depois me observou com um sorriso que destoou bastante da sua primeira expressão, de quando nos encontramos. – Foi um prazer conhece-lo, anjinho.

— Meu nome é Vinícius. O apelido idiota foi obra do Ramon.

— Imaginei. Confesso que fiquei surpreso quando te conheci, esperava um demônio tão astuto quanto ele, que gostasse da ironia de ser chamado de anjinho, mas pelo visto você é uma pessoa boa. Só precisa escolher melhor as companhias.

— Nem me fale...

Comecei a olhar para a festa, que com certeza não era como eu esperava que fosse. Aquele monte de gente hipster fantasiada não tornava o lugar muito convidativo.

— Foi um prazer conhecê-lo, Vinícius. – o Bruxo afastou-se para portal, querendo partir, mas o interrompi.

— Hey, vai me deixar aqui sozinho? E quanto ao Ramon?

— Tudo o que me pediram foi que te levasse para uma festa de Halloween, então a minha parte está feita.

— Não entendo. O Ramon te ligou só pra pedir isso?

— Mais ou menos isso.

— Típico do Ramon. E por que você está ajudando um demônio?

— Olha, garoto, é uma longa história e não tenho tempo para ficar batendo papo com você. Aproveite o dia na terra, beba até cair, faça sexo, dance ou faça qualquer merda que ache que vá gostar.

O jeito com que ele falou foi com um desdém que me incomodou. 

— Acha que os seus desejos são mais importantes que o meu?

— Não acho. Sei que são.

Aquilo só podia ser uma piada. Que escroto!

Cruzei os braços e o encarei, irritado.

As travessuras de Vinícius (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora